Por Cristiano Santana
Estive lendo um trabalho acadêmico realizado por Simone R. Bohn, apresentado no Programa de Pós-Doutoramento em Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), com o seguinte título: Evangélicos no Brasil. Perfil socioeconômico, afinidades ideológicas e determinantes do comportamento eleitoral.
Esse trabalho conta com diversos gráficos estatísticos que nos apresentam a realidade sócio-econômica dos evangélicos brasileiros em seu próprio contexto e em contextos mais amplos, tais como:
- distribuição da população brasileira segundo religiões;
- distribuição das principais denominações evangélicas;
- distribuição das religiões brasileiras por grupos de renda mensal;
- distribuição de renda entre evangélicos pentecostais e não-pentecostais;
- distribuição das religiões segundo o nível educacional;
- nível educacional no interior do segmento evangélico;
- distribuição das religiões segundo o grau de exposição à autoridade religiosa;
- distribuição das religiões segundo a freqüência de leitura de jornais e religiões brasileiras;
- público que assistiu telejornais nacionais na semana da pesquisa;
- distribuição das religiões segundo o conhecimento do partido político;
- e outros;
Embora os dados sejam do ano de 2000, creio que ainda refletem um quadro que pouco mudou nos últimos doze anos. O que mais chamou a minha atenção foram as informações sobre o nível educacional dos evangélicos. Alguns gráficos não estão com um ótima definição, mas creio que os textos explicativos certamente darão ao leitor uma compreensão exata dos mesmos. Vejamos:
(Distribuição das religiões segundo o nível educacional)
Nível de escolaridade dos evangélicos segundo o gráfico:
fundamental incompleto: 58,12% ;
fundamental : 20,96%;
secundário: 19,44%;
superior: 5,56%
No que se refere aos níveis educacionais, católicos e evangélicos têm perfis bastante similares. Enquanto entre os católicos 58.1% não concluíram o ensino fundamental, entre os evangélicos, esse número é 54.0%. As pessoas com nível superior completo que se consideram fiéis da Igreja Católica correspondem a 6.3% do total dos adeptos dessa religião. Entre os evangélicos, essa proporção é de 5.6%. O perfil de católicos e evangélicos contrasta fortemente com o dos kardecistas: entre esses últimos, 23.8% possuem nível universitário completo e apenas 27.0% não concluíram o ensino fundamental.
Apesar da similaridade com o perfil dos católicos e do contraste com os kardecistas, de fato, os dados revelam, consoante a literatura, uma relação linear negativa entre nível educacional e pertencimento à religião evangélica: quando maior a educação formal, mais baixos são os níveis de filiação a esse grupo religioso. Essa relação ou inexiste entre os outros grupos religiosos, ou é muito tênue. No entanto, que entre as pessoas com mais baixo nível educacional, a primeira preferência é ser católico – e não evangélico. Similarmente, o evangelismo não é a última escolha das pessoas com nível superior completo – e sim as religiões afro-brasileiras. Desse modo, se de fato há uma maior concentração de pessoas de baixo nível educacional entre os evangélicos (em comparação com outros graus de escolaridade), essa associação é bastante semelhante à existente entre os católicos.
Apesar da similaridade com o perfil dos católicos e do contraste com os kardecistas, de fato, os dados revelam, consoante a literatura, uma relação linear negativa entre nível educacional e pertencimento à religião evangélica: quando maior a educação formal, mais baixos são os níveis de filiação a esse grupo religioso. Essa relação ou inexiste entre os outros grupos religiosos, ou é muito tênue. No entanto, que entre as pessoas com mais baixo nível educacional, a primeira preferência é ser católico – e não evangélico. Similarmente, o evangelismo não é a última escolha das pessoas com nível superior completo – e sim as religiões afro-brasileiras. Desse modo, se de fato há uma maior concentração de pessoas de baixo nível educacional entre os evangélicos (em comparação com outros graus de escolaridade), essa associação é bastante semelhante à existente entre os católicos.
Evangélicos pentecostais realmente possuem um menor nível de escolaridade que os evangélicos não-pentecostais . Entre os que não concluíram o ensino fundamental, há quase o dobro de chance de uma pessoa ser adepta de uma religião pentecostal do que não-pentecostal. Cerca de 15.7% dos evangélicos não-pentecostais têm nível superior. Entre os membros das denominações não-pentecostais, essa proporção é de apenas 2.2%.
Com exceção da Igreja Universal do Reino de Deus, todas as denominações pentecostais têm perfil educacional bastante semelhante. Diferentemente dos fiéis da Assembléia de Deus e da Congregação Cristã no Brasil, mais da metade dos membros da Universal concluiu pelo menos o ensino fundamental. Além disso, cerca de 33.3% dos fiéis da Universal possuem o segundo grau completo – mais que o dobro das outras denominações. No caso de Assembléia de Deus e Congregação Cristã no Brasil, quanto maior o nível educacional, menor é a probabilidade de pertencimento à denominação.
(Distribuição dos evangélicos segundo o nível educacional )
Igrejas com pior situação educacional:
Assembléia de Deus
fundamental incompleto: 63,93%;
fundamental: 22,13%;
secundário: 13,11%;
nível superior: 0,82%
Outras igrejas pentecostais:
fundamental: 20%;
secundário: 12,5%;
nível superior: 2,5%
Do lado das religiões evangélicas não-pentecostais, entre os batistas, apenas 37.2% não completaram o ensino fundamental. Esse número é ainda menor no que se refere às demais denominações não-pentecostais: apenas 28.2%. Há muitas similaridades entre batistas e membros da Igreja Universal do Reino de Deus no que se refere à proporção de indivíduos que concluiu os níveis fundamental e secundário: 13.7% e 33.3%, no caso dos batistas; e 14.8% e 33.3%, no caso da Universal, respectivamente.
O aporte de pessoas com nível universitário consiste num importante diferencial entre as denominações pentecostais e não-pentecostais. Entre os primeiros, a maior porcentagem de indivíduos com título universitário é de 5.3% – entre os membros da Congregação Cristã no Brasil. Entre os batistas e outros fiéis não-pentecostais, esse nível é três vezes maior – supera os 15%.
A paz queridos, meu nome é Salviano Adão do blog; A única verdade em sua própria bíblia. O motivo do meu contato é porque gostaria de fazer uma parceria em nome de Jesus, já postei o blog do querido em minha lista de blog, passa lá depois para dar uma conferida, e gostaria que vocês também postasse o meu blog em seu blog, mas essa parceria é só se quiser.
Que Deus abençoe e aguardo o seu contato.
Muito bom o artigo quanto ao fato de analisar se os evangelicos são bem educados ou não. Embora, eu ainda considero que a educação proprimante dita não está apenas na escola, mas também ligada principalmente a família e aos meios de comunicação.
Mas compreendo o texto que diz respeito ao nível de escolaridade dos evangelicos.
Pelo que verifiquei estes dados foram de 2002. No decorrer destes últimos anos acredito que estes tem tido uma grande mudança, pelo que tenho observado por ando.
Paz!
Claudinéia
http://pingofeliz.blogspot.com/