Cristiano Santana - Uma visão do mundo

MOMENTO "FLASH-BACK"


"Não é costume [da Assembléia de Deus usar] brincos, etc. Não somos retrógrados, desejamos [apenas nos conservar] irrepreensíveis. Não danifique a Assembléia de Deus. Ame-a ou deixe-a."
Pr. José Wellington, presidente da Convenção Geral da Assembléia de Deus (Mensageiro da Paz, 2/1991)

Citado por Paul Freston em sua tese de doutorado "Protestantes e Política no Brasil: Da Constituinte ao Impeachment", pag. 68
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A PRIORIDADE DA PRESTAÇÃO DE CONTAS NA IGREJA


Prestação de contas e submissão mútuas não constituem opção aos ministros, são necessidade. Paulo escreveu aos efésios sobre a vida cheia do Espírito, a qual inclui "falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, dando sempre graças por tudo" e, finalmente, "sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus" (Ef 5.19-21). O preponderante princípio da prestação de contas e submissão mútuas governa todos os relacionamentos cristãos, como Paulo ilustrou ao tratar de relacionamentos fundamentais no antigo mundo mediterrâneo: maridos e esposas, filhos e pais, senhores e escravos.

Submissão envolve respeito e consideração (Ef 6.1-4). Implica em dar preferência uns aos outros e está baseada no amor (Ef 5.25-33). Inclui reconhecer e render-se à autoridade (Ef 5.22; 6.1,5). Submissão requer obrigações àqueles em autoridade como também aos que estão sob autoridade. O marido deve amar sua esposa "como também Cristo amou a igreja"; na verdade, até ao ponto em que o marido ama o próprio corpo (Ef 5.25,28). Os pais não devem provocar a ira aos filhos, mas criá-los na doutrina e admoestação do Senhor (Ef 6.4). Os mestres devem renunciar a intimidação (Ef 6.9). Evidentemente, submissão implica em obrigações recíprocas. O entendimento de Paulo sobre submissão compara e proporciona fundamento bíblico para o moderno conceito da prestação de contas.

O princípio da prestação de contas e, submissão mútuas, que Paulo disse que deveria caracterizar a antiga família e domésticos, foi aplicado por Pedro à família da fé (1 Pe 5.1-5). A própria palavra "família" implicava autoridade e chefia ao povo que morava no mundo mediterrâneo. Outras metáforas como "pastor", "pai", "ancião" e "bispo" também implicam que os crentes devem prestar contas.

As pessoas do mundo moderno têm uma imagem essencialmente negativa da prestação de contas. Do Iluminismo em diante, o ideal na sociedade ocidental tem sido o indivíduo autônomo, que não se curva a rei ou bispo. O conceito bíblico da prestação de contas é alienígena à nossa compreensão do que significa ser humano. Toda a idéia da auto-atualização jaz no erguer-se acima dos constrangimentos da família e da sociedade.

Fundamentos Escriturísticos e Teológicos

A prestação de contas está fundamentada na própria estrutura da criação. Gênesis 2.15 declara: "Tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar". Deus colocou os seres humanos na terra para cultivar e gerenciar a criação. Não somos donos, mas administradores. Isso implica em prestação de contas, como Paulo falou aos coríntios: "Requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel" (1 Co 4.2).

Por sua própria natureza, nossa humanidade requer prestação de contas. Não somos deuses; somos seres criados. Quando Deus colocou os primeiros humanos na criação, instalou o princípio da prestação de contas para a saúde e felicidade deles. Estamos em nosso ponto mais produtivo, quando atuamos em relacionamentos de prestação de contas positiva.

A Queda adveio quando o primeiro homem e a primeira mulher violaram a prestação de contas. Enquanto Adão e Eva viviam num relacionamento em que prestavam contas, tinham tudo o que precisaram. Quando violaram a prestação de contas, foi rompido o relacionamento deles com Deus, entre si e com a ordem criada. A atividade redentora de Deus não apenas trata dos nossos pecados, mas também nos traz de volta a um relacionamento saudável com Ele. Isso inclui reconhecer sua majestade e aprender a prestar contas a Ele.

Como seres humanos nunca escapamos da prestação de contas. Precisamos prestar contas porque somos seres caídos e, como seres sociais, nosso estado decaído abala os outros como também a nós mesmos. O cristianismo ocidental dá muito pouca consideração ao impacto da Queda sobre a natureza humana. Mesmo depois que recebemos a graça de Deus na conversão e nos tornamos novas criaturas, muita coisa precisa ser renovada. A presença do pecado distorce nossa percepção, nossa paixão e nossas respostas. Somos os produtos de hereditariedades e ambiente maus. A prestação de contas é crucial, porque não estamos com a razão o tempo todo: somos propensos à inveja, dissensão, ciúme, ira, orgulho, cobiça? pecados da carne, o abuso do poder e egoísmo — o que Paulo chamou "as obras da carne [da natureza pecaminosa]" (Gl 5.19). Então, a prestação de contas não é algo negativo; é uma expressão da graça de Deus em nossas vidas para salvar-nos de nós mesmos. Também serve para levar-nos à maturidade. Isso pode ser visto no relacionamento entre filhos e pais. A prestação de contas para a criança não é punitiva, mas formativa. Na melhor das hipóteses é espiritual, emocional e social, e ajuda a cultivar habilidades, atitudes e comportamentos que auxiliam a criança a atingir seu potencial.

Essa dimensão da prestação de contas está evidente em Gênesis 1 (cf. Gênesis 1.29,30). Pode ser percebida na chamada de Cristo ao discipulado, quando disse: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo [o jugo do discipulado], e aprendei de mim. [...] Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mt 11.28-30).
O propósito de Jesus ao chamar os Doze a um relacionamento de prestação de contas denominado discipulado não era para limitar, dominar ou restringi-los, mas instruí-los nos princípios do Reino e levá-los ao potencial de cada um no ministério. Como discípulos, os Doze abriram mão de várias prerrogativas. Renunciaram o controle pessoal. Iam aonde Jesus ia e quando Jesus ia. Toda a atividade, durante aqueles três anos, estava sob a supervisão dEle. Certamente que experimentaram maior liberdade e responsabilidade com o passar do tempo, mas nunca fora de um relacionamento de prestação de contas. Somente depois de pelo menos três anos de estreito ministério supervisionado, foi que os discípulos estavam preparados para a missão a que o Senhor os tinha chamado.

A prestação de contas dos discípulos não terminou com a ascensão. Depois do Dia de Pentecostes, os cristãos prestavam contas à comunidade dos crentes. Nada menos que a figura de Pedro foi chamada para prestar contas por levar o Evangelho aos gentios, embora fosse o Espírito Santo quem dirigia as ações dele (At 11.1-18). O apóstolo Paulo, a despeito de seu encontro dramático com Cristo na estrada de Damasco, sentiu a necessidade de ir a Jerusalém para juntar-se aos discípulos (At 9.26). A compreensão de Paulo sobre prestação de contas compeliu-o a confrontar o preeminente líder da Igreja, quando Paulo percebeu que ele se comportava de maneira contrária ao Evangelho (Gl 2.11-14). Mais tarde, Paulo e Barnabé reuniram-se com os anciãos da igreja em Jerusalém para solucionar uma controvérsia concernente ao status dos gentios convertidos nas comunidades cristãs que, em grande parte, eram judias (At 15.1-32).

Lições da História

A história dos grandes evangelizadores não é um registro de individualistas que não se prendiam a regras organizacionais, mas de indivíduos resolutos que atuavam em relacionamentos de prestação de contas. Os líderes do avivamento evangélico do século XVIII na Inglaterra, John Wesley e George Whitefield, nunca deixaram a Igreja Anglicana, apesar das divergências que, às vezes, tinham com os superiores eclesiásticos. O metodismo, sob a liderança de Wesley, era um sistema de prestação de contas que objetivava evangelizar e discipular. Permaneceu assim quando foi exportado para outros países.

Há um estereótipo popular acerca dos cavaleiros itinerantes de fronteira, como sendo evangelistas impetuosamente independentes que viajavam a cavalo. Mas os cavaleiros itinerantes metodistas, sob a liderança de um discípulo de Wesley, Francis Asbury, eram mais um movimento paramilitar do que uma associação autônoma. Os evangelistas iam aonde Asbury os direcionava e regularmente reportavam-se a ele. Eram demitidos se viessem a se mostrar ineficazes ou violassem as regras do grupo. Inquestionavelmente, o evangelismo da fronteira americana entre 1800 e 1860 é uma história metodista, e não teria acontecido sem a estratégia e estrutura desenvolvida por Asbury. Os cavaleiros itinerantes eram indivíduos decididos, mas não deixavam de prestar contas. Os valores positivos da prestação de contas podem ser denotados ao longo da história da Igreja. Por mais de vinte séculos, não há um único exemplo em qualquer lugar de um sistemático movimento missionário ou de renovação sem as estruturas próprias da prestação de contas.

Aplicação Contemporânea

Uma coisa é afirmar a prioridade da prestação de contas; outra totalmente diferente é pô-la em prática na vida da igreja. Os pentecostais e carismáticos debatem-se com o conceito da prestação de contas. Muitos de nossos heróis são lembrados como individualistas inflexíveis que desdenhavam as "instituições feitas pelos homens". A ênfase pentecostal na experiência pessoal é parte do problema. Os pentecostais acreditam que Deus ainda fala e faz tudo o que sempre falou e fez. Por conseguinte, quando alguém afirma ter tido uma experiência que vai de encontro à comunidade (ou seja, igreja ou denominação), é quase impossível ter sucesso na argumentação contra tal afirmativa.

Quando examinamos as Escrituras, a História e a experiência prática, verificamos que todo mundo precisa prestar contas a alguém. É nesse ponto que a denominação, como associação voluntária, é importante ao ministro. Ela prove uma estrutura para o ministro viver em relacionamentos de prestação de contas aos colegas de ministério. Unimo-nos uns aos outros para cooperar na missão, apoiar uns aos outros, incentivar uns aos outros e proteger uns aos outros com amor.

Os ministros, como profissionais, precisam desesperadamente de tal estrutura. Os ministros têm menos supervisão direta do que quase todos os outros grupos de profissionais. Gozam de considerável liberdade na execução de suas responsabilidades e têm intervalos de tempo que, se não forem cuidadosamente administrados, podem levá-los a padrões de comportamento danosos a eles, suas famílias e igreja a que servem. Tais padrões podem conduzir o ministro a pecados crassos ou impedi-lo de obter determinado nível de progresso. A denominação prove uma rede de segurança, porque cria possibilidades para relacionamentos de prestação de contas com colegas. Nas Assembléias de Deus, as estruturas de prestação de contas operam no âmbito local pelas convenções estaduais, e no âmbito nacional, pela Convenção Geral. Essas estruturas referem-se a assuntos pessoais e de desempenho.

O ministro, com certeza, renuncia certo patamar de independência para fazer parte de uma organização maior. O ministro de qualquer denominação não pode vivenciar o ideal autônomo da cultura ocidental. Não obstante, a prestação de contas possibilita um estilo de vida cristão mais autêntico, baseado no amor, e não na defesa dos próprios direitos e no interesse pessoal.

Parte da prestação de contas do ministro, assim como de todo membro do Corpo de Cristo, é reconhecer o papel dado por Deus àqueles em posição de autoridade: guiar, guardar, apascentar, alimentar e disciplinar. O escritor da carta aos Hebreus declarou que os crentes devem imitar a fé dos líderes (Hb 13.7). Obviamente, o ministro deve seguir a liderança e entusiasticamente participar na vida da comunidade em geral.

Há, porém, uma diferença entre prestação de contas e a subserviência. A prestação de contas que o ministro deve à denominação é limitada, porque Jesus é o Rei e todas as estruturas humanas estão sujeitas a enganos e erros. Neste ponto, todos os reformadores do século XVI estavam de acordo. Os líderes denominacionais estão sujeitos às Escrituras, constituição e estatutos de sua denominação em particular e, nas Assembléias de Deus, à Convenção Geral em sessão. Cristo é o Cabeça, e os líderes eleitos exercitam a autoridade do Senhor dentro da carta regia de sua Palavra. A autoridade espiritual dos líderes é derivada de sua sensibilidade e obediência a essa Palavra.

A história da Igreja mostra que nem sempre as organizações eclesiásticas estão certas; na verdade, às vezes estão espetacularmente erradas. Alguém imediatamente lembra-se da comissão que negou a designação de William Carey para a índia, depois que um de seus membros ter dito: "Jovem, se Deus pretendesse salvar os pagãos, Ele não teria tomado certas medidas para Ele mesmo efetuá-lo?"

Conclusão

A prestação de contas é um importante meio para canalizar nossas forças e recursos como líderes. É absolutamente essencial, se queremos evitar nos comportar de maneira destrutiva. O Tennessee era um dos rios mais destrutivos dos Estados Unidos. Suas freqüentes e extensas inundações causavam enormes perdas de pessoas e propriedades. Era um rio selvagem. No começo dos anos 30, o governo federal, sob a liderança de Franklin Delano Roosevelt, construiu uma série de represas no rio Tennessee e em alguns de seus principais tributários. O projeto deu fim às terríveis inundações e canalizou a energia do rio nas represas hidroelétricas. A força do rio foi aproveitada, trazendo eletricidade ao vale do Tennessee e impulsionando toda a região para o século XX. A força sempre esteve no rio, mas nunca havia sido utilizada para propósitos produtivos.

Quem pode dizer que nós, como o rio, não precisamos de estruturas para sermos aproveitáveis? Não se trata de perda de poder, mas de canalização de poder e energia para os propósitos redentores de Deus. É isso que a disciplina e a prestação de contas podem fazer em nossas vidas.

Fonte: Livro "O Pastor Pentecostal" - CPAD - Pag. 346-350
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UM RECADO PARA OS MINISTROS DO EVANGELHO


POR CRISTIANO SANTANA


Você que gosta de se vangloriar e de dar "carteiradas" nas igrejas que visita, dizendo com pompa que é ministro do Evangelho, já parou para estudar a origem bíblica da palavra "ministro"? Se ainda não fez isso, vou lhe ajudar usando, para isso, o Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento.


"Antes, como ministros (diakonos) de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo; na muita paciência, nas aflições..." (2 Cor 6:4)


"Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro (diakonos)."(Col 1:23)


"Pois, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros (diakonos) pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um?" (Cor 3:5)


"Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro (diakonos) de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido." (1 Tim 4.6)


"São ministros (diakonos) de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes." ( 2 Cor 11.23)


Em todas as ocorrências de "ministro" a palavra traduzida é diakonos. O estudo etimológico desse substantivo revelará que o "glamour" e o "status" associados à função de ministro do Evangelho, nos dias atuais, é um conceito totalmente estranho aos escritos neotestamentários.


Diakoneo: "servir", "apoiar", "servir como diácono"; diakonia: "serviço", "cargo", "ajuda", "sustento", "distribuição" (de esmolas, etc.), "cargo de diácono"; diakonos: "servo", "diácono"


Grego Secular


No grego secular são básicos: (a) "servir a mesa", que é expandido para (b) "cuidar das necessidades do lar", e, a partir disto (c) "servir" de modo geral. O primeiro significado envolve sujeição pessoal que era considerada indigna e desonrosa para um ho­mem livre. Quando é usado no terceiro sentido pode ser "serviço a uma causa", e.g., para o bem da comunidade (em Platão, em conexão com a polis), ou a um deus. Como tal, e uma tarefa honrosa e uma ocupação condigna para um homem livre. De modo geral, a entrega voluntária de si mesmo ao serviço do seu próximo é estranha ao pensamento grego. O alvo mais sublime diante do homem era o desenvolvimento da sua própria personalidade.

O subs, derivado diakonia expressa as ocupações subentendidas pelo verbo e significa "serviço", "cargo". O segundo substantivo, derivado diakonos denota a pessoa que leva a efei­to a tarefa. Logo, o significado primário no grego secular era um "garçom", e assim e usado mais tarde com referência às refeições rituais.


Novo Testamento


Tanto nos Sinóticos quanto em Paulo diakoneo é achado com relativa freqüên­cia, mas, com a exceção de Lc 10:40, diakonia não é achada nos Evangelhos, em­bora não seja incomum em Atos, e seja muito freqüente em Paulo. diakonos também é um conceito predominantemente paulino.


(a) diakoneo, "servir", é achado com o significado de "servir à mesa" em, e.g., Mt 8:15 par. Mc 1:31; Lc 4:39; 10:40; cf. Jo 12:2; Lc 17:8; At 6:2. Acha-se no sentido de "cuidar de" em Mt 27:55 par. Mc 15:41; Lc 8:3; Mt 4:11; 25:44 (no contexto de serviço a indivíduos), e em 2 Tm 1:18; Hb 6:10; 1 Pe 4:10-11 (no contexto da igreja). Usa-se especialmente para o trabalho dos diáconos em 1 Tm 3:10, 13; em conexão com a oferta para os santos em Jerusalém em Rm 15:24; 2 Co 8:19 (Pobre , art. ptochos NT 4 (a)); como expressão para a proclamá-lo do evangelho em 2 Co 3:3; 1 Pe 1:12; do próprio Jesus como expressão da Sua humilhação e entrega de Si mesmo em prol dos outros através do sofrimento e da morte em Mt 20:28 par. Mc 10:45; cf. Lc 18:26-27 (Redenção, art. lytrori), e, nesta conexão também, para a voluntária auto-humilhação do discípulo em Lc 22:26-27, e para seu seguir a Cristo em Jo 12:26. Empregado desta maneira, o conceito estende-se além dos limites da sua esfera anterior de significado. Já o dito escatológico em Lc 12:37 indica uma mudança nos valores previamente sustentados. Este também é o caso em Lc 22:27, ligado com o v. anterior, em que a humildade de Jesus fica sendo a norma para a vida dos discípulos (ver abaixo, 2).


(b) diakonia ocorre 34 vezes no NT. Significa "serviço à mesa" em Lc 10:40; At 6:1, etc. É usado em um sentido geral para serviço amoroso em 1 Co 16:15 e Ap 2:19; para o serviço amoroso mediante o levantamento de uma coleta em At 11:29; 12:25 ("missão" - ARA); Rm 15:31; 2 Co 8:4; 9:1, 12-13 (onde a graça de Cristo é clara­mente vista como o motivo); para a proclamá-lo da palavra e a missão cristã em 2 Tm 4:11; At 6:4; 20:24; 21:13; 2 Co 11:8, etc; para todos os serviços na comuni­dade cristã em Ef 4:12; para o serviço mediante anjos em Hb 1:14; para o cargo carismático em At 1:17; Rm 11:13; 2 Co 3:7-8; 4:1; 5:18; 6:3; Cl 4:17; 2 Tm 4:5. Cada serviço e cada cargo, no entanto, acha seu significado na unidade orgânica do corpo de Cristo (1 Co 12:5; Rm 12:7). A glória da diakonia do NT desenvolve-se disto (2 Co 2:8-9; ver abaixo, 3).


(c) diakonos é achada 29 vezes no NT. Seu significado primário é "aquele que serve à mesa" (Mt 22:13, onde há uma nota escatológica; Jo 2:5, 9). Significa um "servo" em um sentido mais amplo em Mt 20:26 par. Mc 10:43; cf. Lc 18:26; Mt 23:11, e um "ajudante" em Ef 6:21; Cl 4:7. Especialmente em Paulo, a palavra recebe um sentido especificamente cristão; e.g. um ''ministro" da nova aliança (2 Co 3:6), um "minis­tro" da justiça (2 Co 11:15), um "ministro" de Cristo (2 Co 11:23; Cl 1:7; 1 Tm 4:6), um "ministro" de Deus (2 Co 6:4), um "ministro" do evangelho (Ef 3:7; Cl 1:23; cf. 1 Co 3:5), um "ministro" da igreja (Cl 1:25). O próprio Cristo é chamado um diakonos em Rm 15:8 (de Israel) e Gl 2:17 (do pecado, no sentido paradoxal). Em Rm 13:4, a autoridade secular é chamada "ministro" de Deus.


Em Fp 1:1 e 1 Tm 3:8-13, diakonos é usado para um homem que detém o cargo de diácono na igreja; o mesmo título é aplicado a uma mulher, Febe, em Rm 16:1; este cargo talvez seja aludido em 1 Tm 3:11. Às vezes, diakonos é substituído por hypèretés; e.g. Lc 1:2 ("ministro" da palavra); At 26:16; 1 Co 4:1 ("ministros" de Cristo). A palavra originalmente significava um "remador", e daí, um "servo", "aju­dante", "criado" (Hdt., 3, 65; 5,111). Em outros lugares no NT normalmente signi­fica o "servo" (armado) de uma pessoa de autoridade, um "oficial" do tribunal da justiça, etc. (e.g. Jo 18:3, 12, 18, 22; Mt 5:25 ver abaixo, 4; 26:58).


Depois de termos utilizado esse maravilhoso dicionário, podemos facilmente concluir que, no contexto neotestamentário, o significado primário da palavra "ministro" é diametralmente oposto àquele que foi cunhado nos dias atuais, isto porque o ministro da Bíblia é alguém comissionado para servir humildemente ao próximo, é alguém que se entrega sem reserva ao serviço cristão. Não tem relação alguma com esses executivos engravatados que sentam nos púlpitos das igrejas de pernas cruzadas achando que são o centro das atenções.


A verdade é que, ao utilizar o termo "ministro" as igrejas evangélicas acabaram importando o significado secular dessa palavra, oriundo principalmente da esfera política. Por isso há pastores e evangelistas por aí, que só faltam ir à Brasília pedir uma audiência com o Lula, sob a alegação de que são ministros do Evangelho.


Na verdade, hoje em dia existem muitos ministros só de carteirinha. Por causa da soberba e da arrogância esses filhos de Balaão já deixaram de ser ministros do Evangelho há muito tempo. Muitos dos verdadeiros ministros do Evangelho estão nos bancos, como simples membros, desprezados e esquecidos, mas Jesus conhece o trabalho deles e irá recompesá-los com o devido galardão na glória futura.

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LARGUEI MEU EMPREGO: EU AGORA "VIVO PELA FÉ"


Por Cristiano Santana

Depois de ter pregado em minha igreja, um certo obreiro confidenciou-me, na sala de visitas, que ele tinha passado a "viver pela fé". Eu automaticamente assimilei o sentido da sua declaração. Entendi que ele não tinha mais um emprego; tinha abandonado o trabalho secular para dedicar-se inteiramente ao Evangelho. Logo em seguida, ele contou as necessidades que já tinha passado desde que tomou essa decisão, sendo que em todas essas situações difíceis pôde contar com a providência do Senhor. Disse também, que a maior prova do seu chamado foi o fato de o Senhor ter fechado todas as portas de emprego. Ele não prosperava em nada e isso indicava que o Senhor o tinha chamado para o ministério de pregador. Ele disse que teve de lutar contra Deus: ele conseguia um emprego e o Senhor tirava; conseguia uma oportunidade de renda e o Senhor bloqueava. Então largou o trabalho secular para trabalhar na seara.

O cenário evangélico atual está repleto desses homens que declaram viver agora "dá fé" ou "pela fé".

Mas, como devemos entender essa expressão: "O justo viverá da fé" ou "pela fé" de um ponto de vista Bíblico?

"Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele." (Hb. 10:38)

"De acordo com Barnes, o significado na conexão que aparece aqui, de acordo com o sentido que foi usado em Habacuque é que o justo deve viver em contínua confiança em Deus. Eles devem viver, não em dúvida, ou medo, em tremor, mas exercitando uma calma confiança em Deus. Esse sentido concorda com o escopo do que o apóstolo está dizendo. Ele está exortando os cristãos a serem perservantes em seu religião, mesmo em meio às perseguições. Para encorajá-los ele diz que isso é um grande princípio, isto é, que o justo deve viver em um constante exercício de fé em Deus. Eles não devem confiar em seus próprios méritos, obras, força. Eles devem depender constantemente de seu Criador. O sentido é que, uma perseverante confiança ou fé em Deus irá nos preservar em meio às provações e calamidades às quais nós somos expostos."

Verifica-se nesse caso, que o sentido da expressão "viver da/pela fé" sofreu uma sutil distorção ao longo do tempo. Aqueles que param de trabalhar para dedicar-se integralmente ao Evangelho arrogam a si mesmos uma fé que parece atingir o limite máximo do sobrenatural, pois quantos têm coragem de passar a depender somente das contribuiçoes das igrejas para sobreviver?

Não há, porém, nenhuma diferença entre nós que temos emprego e eles. Todos aqueles que receberam a Jesus Cristo como Salvador, que experimentaram o milagre da regeneração e que vivem em absoluta confiança em Deus, são justos que vivem pela fé, não importa se consigam o seu sustento da igreja ou do trabalho secular.

Se pararmos para analisarmos um pouco melhor essa situação, verificaremos que muitos desses que vivem "pela fé", isto é, que vivem das contribuições da igreja, na verdade têm menos fé que aqueles que trabalham para o seu próprio sustento e que preferem não serem pesados aos seus irmãos.

O exército dos que se vangloriam em "viver da/pela fé" é composto por muitos frustrados que perderam a fé em si mesmos, que não acreditam mais em sua própria capacidade de atingir o sucesso profissional. Porque se mostraram-se fracos, preguiçosos e indolentes no trabalho secular, acabaram enxergando na igreja uma oportunidade de ganho fácil, afinal de contas não há necessidade de trabalhar durante o dia. Basta meditar um pouco nas Sagradas Escrituras, preparar um esboço, ensaiar algumas frases de efeito e pronto, o pão do dia está garantido. Com o capital de giro dá até para gravar alguns CD´s e, quem sabe, até um DVD, gerando, assim, mais receita. Existe vida melhor do que essa? Há alguns que acabam chegando ao estrelato, curtindo viagens executivas e hospedagens nos melhores hotéis.

Finalizo, lembrando de um trecho do livro "Lições Aos Meus Alunos" de Spurgeon:

"Eu conheci dez, vinte, uma centena de irmãos, que alegaram que tinha certeza de que tinham vocação para o ministério. Eles tinham tanta certeza disso que falharam em tudo. Esta é uma espécie de história modelo: "Senhor, eu trabalhei em um escritório de advocacia, mas eu nunca consegui suportar o confinamento e eu não me sentia à vontade estudando Direito. Deus claramente fechou as portas, pois eu perdi o meu emprego. "Então o que você fez? "Bem Senhor, me deram uma dica para que eu abrisse uma mercearia". "E você prosperou?" "Bem, eu não sei, eu sempre quis fazer negócios, mas Deus parecia sempre fechar o meu caminho; então eu quebrei e entrei em grandes dificuldades. Desde então eu tenho feito alguma coisa em uma agência de seguros. Meu caminho é sempre cercado e alguma coisa dentro de mim me faz sentir que eu devo ser um pastor." Minha resposta é geralmente essa: "Sim, eu vejo; você falhou em tudo, e então você pensa que o Senhor lhe vocacionou especialmente para esse serviço; mas eu temo que você tenha esquecido que o ministro precisa ser o melhor dos homens, e não aquele que não pode fazer nada." Um homem que teria sucesso como pregador provavelmente teria teria se saído bem como dono de mercearia, como ou como advogado ou como qualquer outra coisa. Um verdadeiro e valioso ministro teria sido excelente em qualquer coisa. Não há praticamente nada impossível para um homem que pode manter uma congregação unidade por anos a fio e que é o meio de edificação de centenas de pessoas. Ele precisa possuir algumas habilidades. Jesus Cristo merece o melhor homem para pregar a sua cruz, e não um cabeça-de-vento ou um preguiçoso."
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MILHARES DE CRISTÃOS PROTESTAM CONTRA CASAMENTO GAY

Milhares de cristãos novaiorquinos protestam contra casamento gay

Dez mil cristãos ocuparam vários quarteirões de Manhattan durante o protesto contra a legalização do casamento gay em Nova York.

A multidão de maioria latina, que incluiu o senador Ruben Diaz que é um ministro evangélico, espalhou-se desde a 35ª Rua à 40ª Rua da 3ª Avenida em Nova York

Os protestantes se agruparam no lado de fora do escritório do Governador de Nova York, David A. Paterson, que tem apoiado a Lei de Igualdade Matrimonial. Enquanto cantavam e balançavam suas bíblias, os manifestantes falaram sobre a necessidade de se manter a definição tradicional do casamento, de acordo com a Rádio Pública de Nova York WNYC.

"Deus instituiu o casamento entre homem e mulher para estruturar a nossa sociedade", disse o Reverendo Daniel Delgado na Conferência da Liderança Nacional Hispânico-Cristã.

Os organizadores de centenas de igrejas, do Maine a Nova Jersey, de várias demoninações participaram do evento.

O casamento gay já passou facilmente na assembléia do Estado de Nova York e agora está aguardando o voto do Senado. São necessários 32 votos no Senado para que o casamento gay se torne legal em Nova York. Há 32 democratas no Senado. De qualquer forma, vários, incluíndo o pastor pentecostal Diaz, já disseram que vão votar contra o casamento de pessoas do mesmo sexo.

Diaz diz que há outros seis democratas que não irão dar o seu apoio, de acordo com a CBN

No domingo à tarde, ativistas do movimento pró-gay também fizeram uma manifestação em separado para agradecer ao Governado Paterson pelo esforço na aprovação da lei. O evento pró-gay foi bem menor, mas atraiu celebridades e políticos proeminentes de Nova York, conforme reportado pela rádio WNYC.

Se o projeto for aprovado, Nova York será o sexto estado a legalizar o casamento gay, junto com Maine, Massachusetts, Connecticut, Iowa e Vermont.

Fonte: The Christian Post
Tradução: Cristiano Santana
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INVERDADES DO ANTI-INTELECTUALISMO (2)

Por: Cristiano Santana

SEGUNDA INVERDADE: O ESTUDO TEOLÓGICO PREJUDICA A ESPIRITUALIDADE


"O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica." (2 Cor 3:6)

É costume ouvir alguns pentecostais dizerem que alguns irmãos, que antes eram espirituais, após iniciarem os estudos teológicos transformaram-se em pessoas secas, insensíveis, frias. Apoiam-se em alguns casos específicios e, por generalização, afirmam que a Teologia destrói a espiritualidade. Como base adicional para o seu argumento eles utilizam o versículo acima citado.

Mas, que letra é essa que mata? São as frases dos livros de hermenêutica e homilética, de acordo com que afirmam os anti-intelectuais? Os comentários a seguir revelam a falácia dos que afirmam que "letra" significa intelectualidade.

Novo Comentário da Bíblia - F. Davidson

"Estas palavras contrastam a primeira dispensação com a última. O Judaísmo fora a observância de uma lei, mas o Cristianismo consiste em viver uma vida. Um ministério de preceitos devia ser mortal devido à incapacidade de o homem conformar-se ao que estava escrito ("a letra"); porém a mensagem de salvação traz vida por meio do espiritual ou do vivificante, qualidades que o Espírito Santo outorga ao evangelho. Paulo tem ainda em mente aqui passagens como Jr 31.31-34 e Ez 11.19-20."

Comentário Púlpito

"[Não da letra, mas do Espírito] Em outras palavras, "não da Lei, mas do Evangelho"; não daquela que é morte, mas daquele que é vida; não daquele que mortifica, mas daquele que dá vida; não da escravidão, mas da liberdade; não da mutilaçãok, mas do auto-controle; não do exterior, mas do interior; não das obras, mas da graça; não da ameaça, mas da graça, não da maldição, mas da benção; não da ira, mas do amor; não de Moisés, mas de Crito. Esse é o tema que Paulo desenvolve, especialmente nas epístolas aos Romanos e Gálatas)"

A história da Igreja também refuta completamente essa idéia de que os estudos teológicos prejudicam a espiritualidade. Grandes teóricos cristãos também foram conhecidos por sua piedade e espiritualidade: Paulo, Justino Mártir, Irineu, Orígenes, Agostinho, Lutero, Calvino e outros.

Jonathan Edwards, o pregador do sermão "Pecadores nas mãos de um Deus irado", que foi justamente lembrado no livro "Heróis da Fé", tinha alta formação educacional,tendo conseguido harmonizar de modo admirável a aprendizagem teológica e o fervor espiritual. Até os historiadores seculares reputam-no um dos maiores eruditos da história americana.

TERCEIRA INVERDADE: SOMENTE O ESPÍRITO É QUEM CAPACITA

"Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes;e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus." (1 Coríntios 1:28,29)

Há quem diga, também, que Deus não precisa das habilidades naturais do homem para usá-lo como seu instrumento. A obra de Deus não depende da capacidade do homem, pois quem capacita é o Espírito Santo. Assim, reduzem o homem a um objeto totalmente passivo cujas ações são controladas total e exclusivamente pelo por Deus. As suas habilidades naturais são menosprezadas, às vezes até como obstáculo à atuação do poder divino. O homem torna-se uma marionete nas mãos de Deus. Dizem que se Deus quiser ele usa até uma mula.

Os fatos bíblicos, mostram, porém, que na concretização do propósito divino, ocorre uma interação entre a graça divina e as capacidades naturais de um determinado indivíduo.

-Moisés nunca teria escrito o pentateuco se não tivesse sido educado no Palácio de Faraó, tendo em vista que o domínio da escrita naquela época remota era um privilégio de poucos.

-A inspiração divina que capacitou escritores como Isaías, Jeremias e outros, não ocorreu de maneira mecânica, mas teve a participação do elemento humanos. Vejamos esse importante trecho escrito por Strong:

"Contudo, foi só em casos especiais que as palavras a serem escritas foram oralmente ditadas pelos escritores da Escritura. Em muitos casos as mentes dos escritores tornaram-se o laboratório em que Deus converteu Seu fôlego, como se fosse, em linguagem humana. Isto não se fez por um processo mecânico: não se suspenderam a personalidade e o temperamento dos escritores, manifestos ambos nos escritos. Daí lemos em Gaussen: "Ao mantermos que toda a escritura vem de Deus, longe estamos de pensar que nela o homem nada é ... Na Escritura todas as palavras são do homem, como lá, também, todas as palavras são de Deus. Num certo sentido, a Epístola aos Romanos é totalmente uma carta de Paulo e, num sentido ainda mais elevado, é totalmente uma carta de Deus" (Theopneustia, um livro altamente endossado por C. H. Spurgeon). E como lemos também em Manly: "A origem e a autoridade divinas da Palavra de Deus não são para se afirmar de modo a excluir ou anular a realidade da autoria humana com as particularidades daí resultantes. A Bíblia é a palavra de Deus ao homem, de capa a capa; ainda assim, é ao mesmo tempo, real e completamente, composição humana. Nenhuma tentativa deverá ser feita ! como certamente não faremos nenhuma ! para alijar ou ignorar o "elemento humano" da Escritura, o qual está iniludívelmente aparente na sua própria face; ninguém deverá desejar engrandecer o divino tanto a ponto de o atropelar, ou quase isso. É este um dos grandes enganos em que incorrem homens bons. Divino e humano, sejam ambos admitidos, reconhecidos e aceitos grata e jubilosamente, contribuindo cada um para fazer a Bíblia mais completamente adaptada às necessidades humanas como instrumento da graça divina e o guia para almas humanas fracas e errantes. A palavra não é do homem, quanto à sua fonte: nem dependendo do homem, quanto à sua autoridade: é por meio do homem e pelo homem como seu médio; todavia, não simplesmente como o canal ao longo da qual corre, qual água por uma bica sem vida, mas pelo homem e através do homem como o agente voluntariamente ativo e inteligente na sua comunicação. Ambos os lados da verdade se expressam na linguagem escriturística: "Os homens santos de Deus falaram segundo foram movidos (levados) pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21). Os homens falaram; o impulso e a direção foram de Deus" (A Doutrina da Inspiração). "As Escrituras contém um elemento humano bem como um divino, de modo que, enquanto elas constituem um corpo de verdade infalível, esta verdade está ajeitada em moldes humanos e adaptados à comum inteligência humana"

Alguém já parou para perguntar por Jesus escolheu a Paulo como apóstolo? Alguém já se perguntou por que Paulo destacou-se entre todos os apóstolos, tendo sido o que mais trabalhou e escreveu? Não há dúvida de que o Senhor Jesus, ao consagrar Paulo ao apostolado, levou em conta a sua capacidade intelectual, a sua cultura, o seu profundo conhecimento Bíblico. Somente um homem como Paulo teria condições de pregar o Evangelho no ambiente multicultural daquela época. Somente ele teria condições de desbravar o mundo helenístico e apresentar o Evangelho aos gentios. Paulo era um homem sintonizado com a cultura, a economia e a política de seu tempo.

Verdade é que, quanto mais aprimoramos o nosso conhecimento bíblico e secular, mais habilitados estaremos a dar frutos na seara do Senhor. Jesus falou que o Espírito Santo desempenha o importante trabalho de nos fazer lembrar as Suas palavras, mas como lembraremos se não estudarmos? Aqueles que enfatizam demais que é Deus quem capacita, na verdade falam isso para disfarçar a preguiça crônica. Eles não lêem a Bíblia, e quando sobem ao púlpito confiam em uma promessa ensinada por um insensato qualquer: "abra a boca que eu encherei".

Concordo com certo pastor que disse: "Deus usa aquilo que temos e não aquilo que não temos"
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INVERDADES DO ANTI-INTELECTUALISMO (1)


Por: Cristiano Santana

PRIMEIRA INVERDADE: A REVELAÇÃO DIVINA NÃO PODE SER COMPREENDIDA PELA RAZÃO


"Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (I Cor. 2:14)

Os adeptos do anti-intelectualismo costumam citar esse texto para fundamentar o seu argumento de que a teologia é reprovável justamente porque representa uma tentativa de assimilar verdades espirituais através do uso da razão. Devido à ação do pecado em sua estrutura intelectual, o homem caído tornou-se incapaz de compreender as "coisas do Espírito de Deus"; é preciso que Deus abra o seu entendimento para que esse possa apreendê-las. Asseveram que a apreensão dessas verdades espirituais acontece através de um processo mais ou menos intuitivo, de natural espiritual, e que foge às categorias racionais.

Os fatos, porém comprovam que a razão é componente fundamental na recepção inicial da mensagem de salvação, assim como desempenha papel importante no processo de crescimento espiritual do crente.

Norman Geisler, comentando a forma como Tomás de Aquino abordava a relação entre fé e razão afirma que para que alguém acredite em Deus é preciso que tenha o testemunho interno do Espírito Santo. Entretanto ele concorda com Aquino ao dizer que a razão, embora não force a fé, com certeza a precede:

"Podemos acreditar (assentimento sem reserva) em algo que não é auto-evidente nem deduzido dele por uma ação da vontade. Isso, no entanto, não significa que a razão não tenha um papel anterior ao da crença. Julgamos que uma revelação é digna de crédito com base nos sinais evidente ou algo desse tipo. A razão enuncia que deve ser crido antes que se acredite."

Aquino também ensina que a fé é apoiada pela evidência provável:

"Aqueles que depositam sua fé nessa verdade, no entanto, não baseada nela, "para a qual a razão humana não oferece nenhum evidência experimental", não acreditam ignorantemente, como se "seguissem fábulas artificiais"" (2 Pe 1.16)

Mas

"Ela revela a própria presença, assim como a verdade do seu ensimento e inspiração, por meio de argumentos apropriados; e para confirmar aquelas verdades que excedem o conhecimento natural, dá manifestações visíveis de obras que ultrapassam a habilidade de toda a natureza."

O tipo de evidência positiva que Aquino usou incluía coisas como ressuscitar mortos, milagres e a conversão do mundo pagão ao Cristianismo.

Em outro trecho da Summa Teológica ele também diz a fé não é irracional:

"Refletir com assentimento é, então, característico do crente: é assim que seu ato de crença está separado de todos os outros atos da mente envolvidos com o verdadeiro e o falso."

John Stott em seu importante livro "Crer é Pensar", faz importantes declarações sobre essa postura anti-intelectualista que deprecia o uso da razão:

"O que Paulo escreveu acerca dos judeus não crentes de seu tempo poderia ser dito, creio, com respeito a alguns crentes de hoje: “Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento”. Muitos têm zelo sem conhecimento, entusiasmo sem esclarecimento. Em outras palavras, são inteligentes, mas faltam-lhes orientação.
Dou graças a Deus pelo zelo. Que jamais o conhecimento sem zelo tome o lugar do zelo sem conhecimento! O propósito de Deus inclui os dois: o zelo dirigido pelo conhecimento, e o conhecimento inflamado pelo zelo. É como ouvi certa vez o Dr. John Mackay dizer, quando era presidente do Seminário de Princeton: “A entrega sem reflexão é fanatismo em ação, mas a reflexão sem entrega é a paralisia de toda ação”."

Por toda a Bíblia Sagrada encontramos referências à necessidade da valorização da razão como importante aliada da espiritualidade:

"Porque o meu povo é gente falta de conselhos, e neles não há entendimento." (Dt.32:28)

"Não se aparte de sua boca o livro dessa Lei; antes medita nele dia e noite" (Js 1.8a)

"Portanto, o meu povo será levado cativo, por falta de entendimento; os seus nobres terão fome, e a sua multidão se secará de sede." (Is 5:13)

"No ano primeiro de seu reinado, eu Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos "(Dn 9.2).

"O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos." (Os 4:6)

"Errais não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus" (Mt 22.29).

"Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Rom 12:1,2)

"Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem." (I Cor 14:29)

"Persiste em ler, exortar e ensinar" (1Tm 4.13).

"Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos" (2Tm 4.13).

"Antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2 Pe 3.18).

Fica demonstrado, portanto, que não tem fundamento algum a interpretação que os anti-intelectuais dão a 1 Coríntios 2:14. Para justificar as suas bizarrices no culto eles costumam dizer que quem está na carne não consegue entender o "mistério" de Deus. Na verdade, para entender esses "retetés" é preciso jogar o cérebro fora!

Certamente o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, visto que Satanás cegou o seu entendimento para que não lhe resplandeça a glória de Cristo. Porém, uma vez alcançado pela graça transformadora do Evangelho, é-lhe assegurado participar da sabedoria divina, através da comunhão com o Senhor Jesus Cristo, o Logos (Palavra) de Deus.

Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo. ( I Coríntios 2:16)

Bibliografia:

1) Summa Teológica - Tomás de Aquino
2) Enciclopédia de Apologética - Norman Geisler
3) Crer é Pensar - John Stott
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PEC DO DIVÓRCIO BANALIZA CASAMENTO

Para CNBB, PEC do divórcio "banaliza" o casamento; OAB defende mudança na lei

Claudia Andrade
Do UOL Notícias
Em Brasília


A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) criticou nesta quinta-feira (21) a aprovação em primeiro turno pela Câmara dos Deputados de proposta que elimina a exigência de um prazo mínimo de separação para os casais requererem o divórcio.

Na opinião do vice-presidente da entidade, dom Luiz Soares Vieira, ao se facilitar o fim do casamento, acaba-se "banalizando" a questão. "Se facilitar muito, eu acho que se banaliza mais ainda o matrimônio, que já está banalizado. O único problema é esse. Daqui a pouco, a pessoa vai na frente de qualquer juiz e diz que não é mais casada e depois vai na frente de qualquer ministro de igreja e casa de novo. É banalizar demais uma coisa que é muito séria."

A proposta de emenda à Constituição obteve 374 votos favoráveis e 15 contra no plenário da Câmara, nesta quarta (20). Ainda será necessária votação em segundo turno. Depois de aprovada, a PEC será encaminhada ao Senado.

Defensores da proposta defendem que ela não estimula o divórcio, mas, sim, novos casamentos. Dom Geraldo Lyrio Rocha, presidente da CNBB, considera que isso é mero "jogo de palavras".

"Isso é secundário em relação à questão fundamental. Mesmo que a legislação do país permita o divórcio, para a igreja, o divórcio não é permitido de forma alguma. A igreja reafirma a insolubilidade e a estabilidade do matrimônio", afirmou.

O texto constitucional atualmente em vigor determina, no parágrafo 6º do artigo 226, que o casamento civil só pode ser dissolvido pelo divórcio "após prévia separação judicial por mais de um ano ou comprovada separação de fato por mais de dois anos". A PEC suprime do texto essas exigências.

OAB quer mudança

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) divulgou nota nesta quinta defendendo a mudança na lei. Para o presidente da entidade, Cezar Britto, não há motivo para se esperar um ano ou dois para conseguir o divórcio.

"O vínculo que deve manter as pessoas juntas é o do amor, e não o do contrato. Se as pessoas quiserem voltar a conviver, poderão fazê-lo a qualquer tempo, pois assim como o contrato não serviu para segurá-las, não é o contrato que irá perpetuar uma separação", opinou. "Não há razão para se esperar um ano ou dois anos, quando as partes já decidiram que viver juntos é uma agonia."
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Tive a honra de ser lembrado pela blogueiro Eliseu Antônio Gomes . Ele me homenageou com com o selo Grandes Pensadores da Blogosfera.

“Pensando em atribuir uma homenagem a estes que, com muita dedicação, escrevem, dia após dia, com inteligência, expondo as realidades e verdades, o blog Pensamentos sobre a vida está lançando o selo Grandes Pensadores da Blogosfera - escreveu Rodrigo Magalhães, criador do selo e autor do blog Pensamentos Sobre a Vida."

Conforme as regras, para validação do selo eu indico outros cinco blogs. São os seguintes:

Pastor Elder Sacal Cunha

Genizah

Púlpito Cristão

Cristianismo Radical

Pr. Newton Carpinteiro
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SUÉCIA APROVA CASAMENTO HOMOSSEXUAL

Depois de aprovar uma lei contra "homofobia" que chegou a levar pastores à cadeia por pregarem que o homossexualismo é pecado, o Parlamento Sueco aprovou em 1 de abril, por 261 votos a favor e 22 contra, uma nova legislação que garante aos homossexuais se casarem. O único partido a votar contra o projeto foi o Partido Democrata Cristão, fundado em 1964 pelo pastor sueco, compositor, pioneiro do pentecostalismo na Suécia e líder internacional do Movimento Pentecostal, Lewi Pethrus (1884-1974), e que faz parte da coalização governista de quatro partidos.

Martin Valfridsson, porta-voz do Ministério da Justiça, disse em entrevista que as alterações têm por objetivo "estender a legislação que rege o casamento no país, no sentido de permitir os casamento entre pessoas do mesmo sexo, que passarão a ser reconhecidos como cônjugues".

Até então, a Suécia reconhecia apenas as uniões civis homossexuais (desde 1995), mas não o "casamento" formal. A lei determina que a mudança entre em vigor em 1 de maio. Quanto às cerimônias religiosas em igrejas, Valfridsson disse que cabe a entidade decidir ou não fazê-lo.

Mas ele lembrou que a Igreja Luterana, a maior da Suécia, tem demonstrado simpatia às alterações e chegou a conceder uma "benção" aos "casais" homossexuais.

A inusitada decisão do Parlamento Sueco conduz a Suécia ao grupo de países europes, como Espanha, Holanda e Bélgica, que já fizeram o mesmo.

Enquanto isso, os cidadãos da cidade suiça de Zurique elegeram no dia 29 de março, para administrar a prefeitura, a democrata social Corine Mauch, homossexual assumida que vive há anos com outra mulher. Sua vitória nas urnas foi significativa. A adversária derrotada, Kathrin Martelli, é contra o "casamento" homossexual.

Zurique não é a única cidade européia a ter um representante homossexual assumido. Os outros são o prefeito de Paris, o socialista Bertrand Delanoé; o prefeito de Berlim, Klaus Wowereit; o prefeito de Hamburgo, Oel von Beust; e o presidente do Partido Liberal alemão, Guido Westerwelle; e Johanna Sigudardottir, primeira-ministra da Islândia.

Antes dessa lei ser regulamentada, os cristãos já não podiam se manifestar. O pastor Ake Green foi a primeira vítima na Suécia da lei contra a homofobia.

Fonte: jornal Mensageiro da Paz
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DESCULPEM, MAS CONCORDO COM O MIGUEL FALABELLA

Por Cristiano Santana

Nível mental do telespectador brasileiro é de nove anos de idade, diz Falabella


Falando sobre a dificuldade que o público médio tem de enxergar as denúncias e críticas sérias que estão por trás do humor do programa "Toma Lá Dá Cá" Miguel Falabella diz:

"O nível mental das pessoas que assistem à tevê no Brasil é por volta de 9 anos de idade. Em comparação a um jovem francês, o que lê um jovem brasileiro? Um jovem francês lê 200 vezes mais. E um país que não tem educação nos condena à mediocridade. Aqui mesmo tem diálogos e piadas que as pessoas não entendem, porque não têm informação. É o que eu brinco: para entender o "Toma Lá Dá Cá" tem de, pelo menos, ter lido "A Moreninha" (leia)

Como não concordar com tal declaração? Vejamos o caso dos crentes que adoram assistir a novelas. Antigamente eu utilizava somente textos bíblicos para convencê-los a desistirem desse costume que só tráz prejuízos espirituais. Agora, porém, utilizo outro argumento. Os autores de novelas subestimam, eles brincam com a inteligência dos telespectadores, pois presumem que eles têm a idade mental de 9 anos, conforme disse Falabella. Vamos à prova do que eu disse:

-Os enredos das novelas costumam ter praticamente a mesma estrutura. Só mudam os personagens. Observermos o caso das cidades fictícias das novelas de época. As estórias são diferentes, mas não pode deixar de faltar o padre, o delegado, o prefeito, o mocinho, o bandido e as beatas. Toda a trama costuma girar em torno desses personagens (será que os preguiçosos mentais não notam isso?)

-Quando as cenas fazem o telespectador chegar ao ápice da emoção e do suspense, aproximando-se, assim, de um desfecho, então vem o triste anúncio: "não perca o próximo capítulo". É um artifício do autor para manter o escravo preso à sua trama.

-Os acasos e coincidências que ocorrem nas novelas é algo que afronta a inteligência de quem as assiste. A probabilidade de tais acontecimentos seria remotíssima até mesmo na vida real. Um homem tem um caso com uma mulher e depois vai morar no Japão. Vinte anos depois o filho dessa relação sai de São Paulo, por exemplo e, por acaso, vai trabalhar numa lanchonete no Japão (curioso, não é?). Então quando o pai dele vai à lanchonete tomar um "milk-shake" descobre que o funcionário que o serviu é o seu filho. Uau!

-Os personagens da novela conseguem proezas incríveis, inimagináveis no mundo real. Consideremos o caso do "Caminho das Índias": as pessoas se deslocam entre o Brasil e a Índia como se estivessem saindo de um bairro para outro da mesma cidade. Parece teletransporte. Haja dinheiro também!

-Os acontecimentos que se desdobram na novela são incrivelmente previsíveis. Em algumas situações em que tive o desprazer de assistir a novelas, na casa de um conhecido, por exemplo, cheguei a causar espanto com a minha capacidade de predizer a próxima cena. Isso não é magia. Basta usar um pouco de inteligência e seguir a intenção do autor e, então, "bingo": você acerta a próxima cena. O autor da novela sabe que tem diante de si uma multidão de telespectadores ignorantes, por isso ele não se esforça em elaborar uma trama mais complexa (se ele fizer isso vai fundir a cabeça das pobres mentes)

É lamentável isso. A novela virou o ópio do povo ignorante, cuja multidão é engrossada pela maioria dos crentes. São poucas as pessoas que têm prazer na leitura e de se envolver em atividades que possam proporcionar um aperfeiçoamento cultural. Há pessoas que ficam assistindo a novelas desde as 18h até às 23h. Quando acaba a novela da Globo, a pessoa vai para a Record, e quando acaba a novela desta, vai para o SBT. A única hora boa em que ela poderia aprender alguma coisa, que é o momento do Jornal Nacional, ela aproveita para lavar a louça, preparar a janta e ir ao banheiro. Mas quando acaba o jornal, lá está ela novamente no sofá confortável.

Um dia fiz a seguinte pergunta a uma crente: "Você leu a Bíblia hoje"? Ela respondeu que não. Logo em seguida perguntei: "E você viu a novela hoje?" Ela respondeu: "Claro que vi, não perco um só capítulo. Já vi crentes saindo correndo da igreja, ao término do culto, para não perder a novela.

Lamentável! Alguém tem de avisar a eles que um cérebro sem atividade atrofia.
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O ANTI-INTELECTUALISMO ENTRE OS PENTECOSTAIS: AS SUAS ORIGENS

Por Cristiano Santana

É surpreendente notar que, ainda no século XXI, há pastores, principalmente da ala pentecostal, bradando do alto do púlpito palavras imprecatórias contra a Teologia, como se ela fosse a culpada do estado deplorável em que se encontra a igreja atualmente. Tal atitude representa, simplesmente, o tão conhecido anti-intelectualismo, um mal que têm assolado a igreja do Senhor Jesus há séculos, e cuja influência ainda persiste.

Meu objetivo, nas próximas postagens é tratar sobre o anti-intelectualismo. Essa posição advoga a superioridade das experiências espirituais em relação à assimilação intelectual das verdades da Palavra de Deus. Seus proponentes costumam dizer que a verdadeira teologia está nos joelhos. Que se a igreja dependesse de teologia já estaria morta.

Comecemos, portanto, com as origens do anti-intelectualismo evangélico:

Segundo Leonildo Silveira Campos "a grande efervescência religiosa, que culminou no fenômeno da rua Azuza, aconteceu em meio a várias agitações: traumas da Guerra Civil, libertação dos escravos negros, tensões raciais; crise prolongada no mundo da agricultura no sul do país; mobilidade populacional em direção às cidades do norte em processo de industrialização; chegada de milhões de imigrantes branco, que vinham refazer na América laços rompidos pela pobreza e miséria na Europa de então."

Na esfera eclesiástica Nancy Pearcey nos apresenta a seguinte situação:

"O clero estabelecido vivia como membro da pequena nobreza (a classe que não trabalhava, que vivia de investimentos e aluguéis), tendo bastante tempo para atividades de lazer. Por exemplo, na igreja estatal da Escócia, que era presbiteriana, Thomas Chalmers observou que depois de fazer os cultos de adoração, "o ministro gozava de cinco dias da semana de lazer ininterrupto".

Ela continua:

"Enquanto os Estados Unidos estava se tornando uma nação, a maioria dos países europeus ainda tinha igrejas estatais, em que as autoridades eclesiásticas exerciam considerável poder político e até ocupavam chancelaria do governo. Na Inglaterra, por exemplo, os bispos anglicanos tinham cadeira na Câmara dos Lords (e ainda têm). Até na América colonial, a autoridade clerical e a governamental estavam entrelaçadas, visto que itens como dízimo e freqüência dominical eram quesitos de coerção legal. Tipicamente, os ministros eram as pessoas mais bem educadas da comunidade, fato que significava que recebiam deferência como líderes."

Foi nesse contexto de traumas sociais e de predominância de uma nobreza clerical que os avivalistas surgiram. As suas mensagens tinham, então dois benefícios: a) trazer algumas ilhas de certeza, algum norte seguro para os menos favorecidos; b) popularizar a religião.

Quanto ao primeiro benefício, diz-nos H. R. Niebuhr:

Nesse país as concessões às divisões raciais e de classes sociais fizeram surgir denominações acomodadas. Essa acomodação fez com que as seitas se tornassem um canal capaz de desaguar o descontentamento das classes pobres. Assim surgem as “igrejas dos deserdados”, que arregimentam os pobres, reforçando a idéia de que “na história protestante a seita tem sido sempre filha de minorias proscritas”

Quanto ao segundo benefício, diz-nos Nancy Pearcey:

Este elitismo [religioso] era de todo detestável aos reavivalistas, que se levantaram com a intenção de "popularizar" a religião. Instigados por profunda preocupação pelo povo comum, eles proclamavam o direito dos iletrados para investigar a religião por conta própria. Tornaram o evangelho acessível usando linguagem simples e pregação espontânea. Faziam sermões emotivos e improvisados, novidade animadora numa época em que era habitual o clero simplesmente ler os sermões escritos de antemão. Nas palavras de João Wesley, os reavivalistas queriam pregar nada mais que "a verdade simples a pessoas simples".-' Os crentes comuns não eram mais considerados recebedores passivos, como ocorria no antigo modelo hierárquico, mas eram participantes ativos.

As propostas de John Wesley, por exemplo, que fizeram tanto sucesso na Inglaterra nos difíceis dias da Revolução Industrial, também foram retomadas pelo povo, nas colônias inglesas da América do Norte.

Não se pode negar os tremendos benefícios que os avivalistas trouxeram para as camadas pobres da população norte-americana. Entretanto, esses movimentos espirituais resultaram em alguns efeitos colaterais:

Diz-nos Nancy Pearcey:

Em primeiro lugar, o foco na experiência de conversão profunda foi altamente eficaz em levar as pessoas a aceitar o evangelho. Mas isso também tendia a redefinir a religião em termos de emoção, ao mesmo tempo em que contribuía para negligenciar a teologia, a doutrina e o elemento cognitivo da crença. Esta tendência causou enorme dano ao reforçar a concepção do cristianismo como experiência não-cognitiva do pavimento de cima.

Em segundo lugar, o uso de linguagem simples do povo e músicas populares foi muito eficaz em alcançar as pessoas comuns. Entretanto, os reavivalistas foram muito longe, quase promovendo de forma aberta a ignorância do povo, como se ser teologicamente instruído fosse igual a estar espiritualmente morto. Um dos temas favoritos dos reavivalistas era ridicularizar o clero instruído "do leste".

Em terceiro lugar, tratar os indivíduos de maneira separada da família ou da igreja foi muito eficaz em forçar uma crise de fé. Mas também induziu a uma visão radicalmente individualista da igreja, que rejeitou as riquezas intelectuais desenvolvidas durante séculos pelos grandes pensadores ao longo da história da igreja, inclusive as destilações doutrinárias vigentes nas declarações corporativas de fé, como credos e confissões. Muitos evangélicos de modo indiscriminado absorveram o individualismo que estava em voga na vida política americana, e o transferiram à igreja. Nasceu uma eclesiologia atomística e voluntarista que não espelhava o ensino bíblico tanto quanto a filosofia política da época.

De acordo com Bryan Wilson, a "a fé despertada era avessa ao intelectualismo, à teologia e às instituições teológicas formadoras de um clero esclarecido. Com isso a religião cristã tornava-se prática, colada aos problemas da vida cotidiana, aos quais procurava apresentar soluções espirituais. O pentecostalismo herdaria esses e outros traços culturais norte-americanos."

Charles F. Parham, "considerado o pai do reavivamento pentecostal do século XX" e William Seymour, o "profeta negro da rua Azuza", surgiram como resultado do processo de pentecostalização das igrejas protestantes norte-americanas. Eles não foram frutos do acaso. Não se pode negar que tais homens receberam como herança o pentecostalismo que priorizava as experiências espirituais e desprezava uma reflexão crítica do significado de ser cristão.

Daniel Berg e Gunnar Vingren vieram ao Brasil em 1910 como missionários da Apostolic Faith Mission (Missão de Fé Apostólica), conduzida pelo Pastor William H. Durham, um grande admirador de Seymour. Essa Missão teve como origem igreja da rua Azuza.

Quando esses dois missionários desembarcaram no Pará e no Nordeste, eles trouxeram, de certa forma, essa tendência anti-intelectualista para o Brasil, fundando, assim, a Assembléia de Deus. Outro fator que intensificou a desconfiança contra os estudos teológicos: durante décadas, a membresia dessa denominação foi composta majoritariamente pela classe mais pobre e menos instruída da população. O requisito indispensável para que alguém chegasse à posição de pastor era ter uma vida moral reta e um notável fervor espiritual. O conhecimento bíblico era de importância secundária. Reproduziu-se em nossos Brasil o mesmo fenômeno que já tinha ocorrido nos Estados Unidos: a desconfiança total em relação aos estudos teológicos. Para muitos aquele que estudava Teologia estava dando lugar ao diabo; citar essa palavra era como dizer um palavrão.

A missionária norte-americana Ruth Dorris Lemos junto como o seu esposo, o Rev. João Kolenda Lemos, implantaram o primeiro seminário assembleiano no Brasil, O Instituto Bíblico das Assembléias de Deus(IBAD) em outubro de 1958. Ela conta que “eles (os pastores brasileiros) não tinham uma visão desse trabalho aqui no Brasil. E também missionários de outros países não tiveram esse sentimento”.

Ainda hoje se vê a influência do anti-intelectualismo nas igrejas pentecostais, inclusive nas Assembléias de Deus. Alguns dizem que a mudança do perfil sócio-econômico-cultural dos membros das igrejas pentecostais irá determinar a morte do anti-intelectualismo, pois os crentes procurarão, cada vez mais, buscar uma fundamentação racional para a fé. Outros dizem que isso nunca acabará, pois o ser humano sempre desprezará os critérios objetivos do conhecimento intelectual e procurará buscar segurança e conforto na dimensão exclusiva das experiências espirituais. O futuro dirá quem está certo.
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CRENDICES EVANGÉLICAS: DAVI ERA PEQUENO E FRACO



Por: Cristiano Santana


Grande parte das mensagens sobre o duelo entre Davi e Golias apresentam a Davi como um adolescente franzino, fraco ,que era muito pequeno para utilizar armaduras. Mas será que essa caracterização corresponde à realidade? A análise bíblica mostrará que essa imagem de Davi é totalmente equivocada.

"Então, respondeu um dos moços e disse: Conheço um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é forte (giboowr) e valente, homem de guerra, sisudo em palavras e de boa aparência; e o SENHOR é com ele." (I Samuel 16:18)

Gibbowr(hebraico) significa: forte, poderoso, guerreiro, campeão. Essa passagem mostra que Davi já tinha uma ótima compleição física, um condicionamento físico notável.

"Porém Saul disse a Davi: Contra o filisteu não poderás ir para pelejar com ele; pois tu és ainda moço, e ele, guerreiro desde a sua mocidade." (I Samuel 17:33)

Quando Davi apresentou-se a Saul para lutar, este tentou dissuadi-lo utilizando como argumento o fato de que ele não tinha experiência na guerra, ao passo que Golias já tinha um cartel enorme de batalhas. Não vemos, em momento algum, Saul fazer referência ao porte físico de Davi.

"Respondeu Davi a Saul: Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai; quando veio um leão ou um urso e tomou um cordeiro do rebanho, eu saí após ele, e o feri, e livrei o cordeiro da sua boca; levantando-se ele contra mim, agarrei-o pela barba, e o feri, e o matei. O teu servo matou tanto o leão como o urso; este incircunciso filisteu será como um deles, porquanto afrontou os exércitos do Deus vivo.Disse mais Davi: O SENHOR me livrou das garras do leão e das do urso; ele me livrará das mãos deste filisteu." (I Samuel 17:34-37)

Será que um adolescente fraco é capaz de matar um urso? Ou pegar um leão pela barba e o ferir? Deus livrou a Davi da morte nesses enfrentamentos utilizando as potencialidades físicas que ele já tinha.

"Saul vestiu a Davi da sua armadura, e lhe pôs sobre a cabeça um capacete de bronze, e o vestiu de uma couraça. Davi cingiu a espada sobre a armadura e experimentou andar, pois jamais a havia usado; então, disse Davi a Saul: Não posso andar com isto, pois nunca o usei." (ISamuel 17:38-39)

Não é dito no texto que armadura era grande demais ou pesada demais para Davi. Simplesmente Davi não estava acostumado a utilizá-la ("nunca o usei"); o caso era de mera falta de adaptação. Lembremos dos soldados na Segunda Guerra Mundial. Eles praticamente sumiam debaixo de tantos equipamentos amarrados ao corpo. Mesmo um lutador de "vale-tudo" não iria conseguir utilizá-los sem treinamento e instruções prévias.

"Olhando o filisteu e vendo a Davi, o desprezou, porquanto era moço ruivo e de boa aparência." (I Samuel 17:42)

Por que Golias desprezou a Davi? Foi por causa de um porte físico insignificante? Claro que não. Davi foi desprezado porque era ruivo e de boa aparência. Resumindo: Davi tinha cara de "playbozinho", de "nerd", de galã de novela, não se parecia com um guerreiro; por isso foi desprezado.

Depois dessas explicações eu peço a todos os pregadores: Pelo amor de Deus, não preguem mais que Davi era um molequote.
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BONDE DO UNGIDÃO?


Bonde do Ungidão
Versão: MC Cesarel

Quer mudar, quer mudar
O Ungidão vai ter ensinar
Eu vou passar óleo na mão
Vou sim, vou sim
Orando de hora em hora
Vou sim, vou sim
Conquistar sua vitória
Agora, agora
Eu vou passar óleo na mão
Vou mostrar que o ungidão
O Senhor é Jesus Cristo
Então desperta, desperta
E o Bonde do Ungidão
Segure a Bíblia e levante a mão
É o bonde do Ungidão
Quer mudar, quer mudar
O Ungidão vai te ensinar
Só as varoas/ hú, hú, hú, hú, hú,
Abençoadas / hú, hú, hú, hú, hú,
Varões de Guerra / hú, hú, hú, hú, hú,
A Igreja toda / hú, hú, hú, hú, hú,
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ANÚNCIO DE EMPREGO DE PASTOR NO JORNAL


Quem vai? Pena que o meu curriculum é muito fraco! Algumas pessoas me sugeriram fazer um curso de avivamento com o pastor Marcos Feliciano. Será que é caro?
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HÁ PODER NO SANGUE DE JESUS!



POR CRISTIANO SANTANA:


Há poder no sangue de Jesus!

Praticamente tudo mundo já ouviu essa exclamação sair da boca de um crente. Sabendo que é bastante utilizada, surgem duas perguntas necessárias:

- Quais são os significados que a expressão "há poder no sangue de Jesus" têm para o povo de Deus?

- Os significados que povo de Deus atribuiu a essa expressão têm algum fundamento teológico?

Analisemos portanto cada um desses significados que foram consagrados ao longo dos anos, dentro do contexto evangélico, e vejamos se eles têm alguma consistência.

1) "Há poder no sangue de Jesus" como fórmula de exorcismo.

Parece que os crentes, em geral, utilizam essa expressão naqueles momentos em que surge uma forte ameaça espiritual ou física, situação em que o fiel a expressa, geralmente na forma de brado, buscando invocar um poder que seja capaz de garantir-lhe a completa vitória.

A utilização dessa expressão, conforme delineada acima, é bíblicamente recomendável?

Analisando os relatos de curas e de exorcismos, registradas nas Escrituras, fica patente que a fórmula verbal, consagrada para esse fim, inclue, como componente fundamental, o NOME de Jesus Cristo e não o sangue de Jesus:

"Disse-lhe João: Mestre, vimos um homem que, em teu nome, expelia demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não seguia conosco." (Marcos 9:38)

"Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas" (Marcos 9:17)


"Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!" (Lucas 10:17)


"Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de jesus Cristo, o Nazareno, anda!" (Atos 3:6)


"Pela fé em o nome de Jesus, é que esse mesmo nome fortaleceu a este homem que agora vedes e reconheceis; sim, a fé que vem por meio de Jesus deu a este saúde perfeita na presença de todos vós." (Atos 3:16)

"Isto se repetia por muitos dias. Então, Paulo, já indignado, voltando-se, disse ao espírito: em nome de Jesus Cristo, eu te mando: retira-te dela. E ele, na mesma hora, saiu." (Atos 16:180

Do ponto de vista bíblico, portanto, a autoridade, sobre todas as forças malignas e sobre todas as enfermidades, reside única e exclusivamente no NOME de Jesus. Essa autoridade não reside no sangue de Jesus, visto que o sangue, embora fosse um dos constituintes da matéria de Jesus, era apenas uma substância impessoal, incapaz de refletir a totalidade do ser do Filho de Deus. O sangue era o conteúdo, contido no Filho que, por isso, tem a preeminência.

Na verdade, muitas pessoas exclamam "há poder no sangue de Jesus" como se estivessem utilizando uma fórmula exorcista ou mágica, capaz de anular toda e qualquer intenção maligna. O verdadeiro cristão sabe que a seu poder espiritual sobre o mal não vem de fórmulas verbais prontas, mas da sua comunhão com Cristo, da sua vida de santidade e obediência diante de Deus. Assim, ele não precisa preocupar-se, pois sabe que "todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca" (I João 5:18)

1) "Há poder no sangue de Jesus" como invocação do poder miraculoso da substância sanguínea de Jesus.

Em um determinado artigo (leia), o sangue de Jesus é apresentado como uma substância com um poder espantoso, superior ao poder do fogo, da pólvora, na nitroglicerina e da bomba atômica. O autor diz que:

1.O poder do Sangue de Jesus é Fogo que aquece os corações feridos pelo pecado transformando o mais vil pecador em uma nova criatura.

2.O poder do Sangue de Jesus é mais sólido que a Pólvora; quebrando vidas presas aos delitos carnais, e renovando uma eterna comunhão com Deus.

3.O poder do Sangue de Jesus torna-se mais liquido e sensível que a Nitroglicerina, capaz de dinamitar aos que estão no profundo oceano de perdição e dor, trazendo aos verdejantes pastos de gozo e comunhão com o Espírito Santo.

4.O poder do Sangue de Jesus é mais radiativo que a própria energia Atômica, não causa danos nuclear, mas penetra na cerne da alma humana e restaura todas as feridas feitas durante o período probatório na face da terra.

Em outra parte ele também continua:

Em tudo que existe no universo, não há nada mais poderoso e edificado que o poder no “Sangue de Jesus”, o Filho amado de Deus. Desde o primeiro homem (Adão), que contaminou toda a humanidade com o seu pecado original, nenhuma substancia conseguiu restaurar o universo e em especial o homem, a não ser o Sangue de Cristo, que foi crucificado, morte e ressurreto ao terceiro dia. Somente Ele é capaz de restaurar vidas, lares destruídos, curar enfermidades.

O autor finaliza, falando, de forma supreendente, sobre a genética do sangue de Jesus: o poder dessa substância é garantido devido a ausência da influência do pecado original, a depravação moral que atingiu a todos os homens, depois do pecado de Adão.

Vê-se dessa forma, que o sangue de Jesus é tratado como uma substância real, portadora de propriedades terapêuticas, que parece jorrar de uma fonte abundante e interminável; uma espécie de fluido universal. Essa substância é capaz de curar libertar o homem de todo mal: demônios, doenças, vícios, etc.

Percebe-se aqui, uma outra distorção do significado que há no sangue de Jesus Cristo. Quando a Bíblia diz que o sangue de Jesus trouxe libertação e perdão dos pecados para os homens, o evento que é valorizado não é propriamente o derramamento do sangue de Jesus, mas sim a sua morte. Se o sangue de Jesus, por si só, fosse a solução dos problemas dos homens, bastaria a Jesus doar o seu sangue periodicamente. Não haveria necessidade, assim, de morrer na cruz; bastaria disponibilizar essa substância miraculosa.

O Dicionário Teológico Internacional do Novo Testamento - Edições Vida Nova, comentando Levítico 17:13.14, nos diz que "Mas não é o sangue de si mesmo que faz a expiação, mas, sim, o sangue, na medida em que a vida é contida nele. A expiação, portanto, não depende do sangue, mas, sim, da vida, que é sustentada pelo sangue". O que garantiu, portanto, a expiação dos nossos pecados foi a morte de Jesus e não o seu sangue. Foi entregando sua vida que Jesus garantiu a nossa salvação.

Então, sempre que a Bíblia cita o sangue de Jesus, em qualquer contexto, ela está aludindo à MORTE de Jesus Cristo.

Confesso que houve época em que eu orava a Deus pedindo para Ele derramasse uma gota do sangue de Jesus em meu cérebro para que eu deixasse de ter pensamentos perversos. Depois percebi que era inútil esperar que essa substância fosse derramada na minha cabeça. Percebi que a minha libertação não dependia desse "remédio" espiritual, mas sim de uma atitude de fé da minha parte, de uma vivência diária de comunhão com o Senhor Jesus Cristo. O processo de santificação envolve um relacionamento diário com Deus, um história de experiências espirituais com o Altíssimo. Isso nos torna cada vez mais semelhantes a Jesus Cristo.

E quanto ao hino 491 da Harpa Cristã? Deve ser excluído dela então? Vejamos a letra:

O teu pecado tu queres deixar?
No sangue há poder, sim, há poder;

Queres do mal a vitória ganhar?
Seu sangue tem este poder!

Há poder, sim, força e vigor

Neste sangue de Jesus;
Há poder, sim, no bom Salvador;
Oh! Confia no Cristo da cruz.


Queres os vícios abandonar?
No sangue há poder, sim, há poder;

Confia em Cristo para te curar;
Seu sangue tem este poder!

Oh! Paralítico, queres andar?

No sangue há poder, sim, há poder;

Para fazer-te também caminhar,
Seu sangue tem esse poder!

Queres pureza p'ra teu coração?

No sangue há poder, sim, há poder;

Mais lealdade, mais consagração,
Seu sangue tem este poder!


Queres de Cristo a mensagem levar?

No sangue há poder, sim, há poder;
Queres co'os anjos, na glória cantar?

Seu sangue tem este poder!


Não há necessidade de retirar esse hino da Harpa Cristã. Basta ao crente assimilar o seu real sentido teológico. De onde vem o poder que nos liberta do pecado, que nos dá a vitória, que nos livra dos vícios, que faz o paralítico andar, que trás pureza para o coração, que garante mais consagração, que capacita o crente a levar a mensagem da cruz e que garante a presença do crente na glória, cantando com os anjos? Esse poder vem do sangue de Jesus, isto é, da sua morte expiatória, do sacrifício substitutivo na cruz do calvário, onde o nosso Senhor Jesus Cristo foi traspassado por causa de nossas iniquidades. Quando o homem pecador percebe que Jesus Cristo derramou o seu sangue na cruz do Calvário, por amor a todos os homens, e o reconhece como seu Salvador, o Evangelho entra na sua vida com poder, libertando das amarras do pecado, curando a sua alma e o seu corpo. Nele cumpre-se as Escrituras: "Pelas suas pisaduras nos fomos sarados".

Basta sempre correlacionar sangue de Jesus com morte de Jesus. Se Jesus não tivesse morrido seu sangue não teria nenhum valor.
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