Nos últimos dias, estive pensando sobre o debate entre calvinistas e arminianos. Apesar do transcurso de vários séculos, é impressionante verificar como o debate continua acirrado. Nas bases em que a controvérsia ocorre, dificilmente haverá vencedor, visto que cada uma das partes apresenta argumentos igualmente sólidos e de difícil refutação.
Estou persuadido de que não é a aplicação dos princípios da lógica e da hermenêutica que leva alguém a decidir-se ou não pela predestinação. Os fatores que motivam a escolha são mais emocionais do que racionais. A maioria das pessoas se identificam intuitivamente com um dos sistemas, antes mesmo de realizar uma análise bíblica criteriosa. Uma vez feita a escolha, a probabilidade de uma mudança de opinião torna-se remotíssima.
Feitas essas considerações, pensei em abordar o problema de uma perspectiva não muito comum, isto é, de natureza científico-filosófica.
O conceito de “tempo” é essencial aos debates sobre a predestinação. As palavras traduzidas como “predestinou”/ “predestinados”, citadas nas Escrituras vêm da palavra grega “proorizo”, que carrega o significado de “anteriormente determinado”, “predestinar”, “decidir de antemão. Vejam que as palavras “anteriormente” e “antemão” e o prefixo “pre” só fazem sentido se foram relacionadas a eventos que ocorrem dentro da dimensão espaço-tempo.
Minha indagação é essa: se o tempo, do qual depende todo esse debate entre o livre-arbítrio e a predestinação, fosse despido de toda a absolutilidade newtoniana; se o tempo deixasse de ser considerado como entidade real e necessária e passasse a ser considerado apenas como uma unidade de medida virtual, sem realidade objetiva, como passaríamos a tratar o problema ora discutido? Antes de respondermos a essa pergunta é necessário verificar se há motivos para consideramos o tempo como uma entidade não-absoluta.
Há milênios atrás, os pré-socráticos já apresentavam paradoxos muito interessantes envolvendo o tempo e o espaço. Zenão, por exemplo, ficou famoso por suas aporias. Outro filósofo daqueles tempos, chamado Parmênides, também negou a realidade do movimento. Para ele o mundo era uma esfera imóvel. Vejamos uma das aporias de Zenão:
Estou persuadido de que não é a aplicação dos princípios da lógica e da hermenêutica que leva alguém a decidir-se ou não pela predestinação. Os fatores que motivam a escolha são mais emocionais do que racionais. A maioria das pessoas se identificam intuitivamente com um dos sistemas, antes mesmo de realizar uma análise bíblica criteriosa. Uma vez feita a escolha, a probabilidade de uma mudança de opinião torna-se remotíssima.
Feitas essas considerações, pensei em abordar o problema de uma perspectiva não muito comum, isto é, de natureza científico-filosófica.
O conceito de “tempo” é essencial aos debates sobre a predestinação. As palavras traduzidas como “predestinou”/ “predestinados”, citadas nas Escrituras vêm da palavra grega “proorizo”, que carrega o significado de “anteriormente determinado”, “predestinar”, “decidir de antemão. Vejam que as palavras “anteriormente” e “antemão” e o prefixo “pre” só fazem sentido se foram relacionadas a eventos que ocorrem dentro da dimensão espaço-tempo.
Minha indagação é essa: se o tempo, do qual depende todo esse debate entre o livre-arbítrio e a predestinação, fosse despido de toda a absolutilidade newtoniana; se o tempo deixasse de ser considerado como entidade real e necessária e passasse a ser considerado apenas como uma unidade de medida virtual, sem realidade objetiva, como passaríamos a tratar o problema ora discutido? Antes de respondermos a essa pergunta é necessário verificar se há motivos para consideramos o tempo como uma entidade não-absoluta.
Há milênios atrás, os pré-socráticos já apresentavam paradoxos muito interessantes envolvendo o tempo e o espaço. Zenão, por exemplo, ficou famoso por suas aporias. Outro filósofo daqueles tempos, chamado Parmênides, também negou a realidade do movimento. Para ele o mundo era uma esfera imóvel. Vejamos uma das aporias de Zenão:
“Aquiles nunca pode alcançar a tartaruga; porque na altura em que atinge o ponto donde a tartaruga partiu, ela ter-se-á deslocado para outro ponto; na altura em que alcança esse segundo ponto, ela ter-se-á deslocado de novo; e assim sucessivamente, ad infinitum.”
Imannuel Kant, em sua obra “A Crítica da Razão Pura”, que tive o privilégio de ler, procura mostrar que tempo e espaço são formas fundamentais de percepção (formas da sensibilidade) que existem como ferramentas da mente, mas que só podem ser usadas na experiência. Nossa estrutura cognitiva não nos permite pensar nada que esteja fora da dimensão espaço-tempo.
Marcelo Gleiser, em seu livro “Micro Macro” diz que “Einstein mostrou que a passagem do tempo e as medidas de distância não são quantidades absolutas. Dependem do movimento relativo entre os observadores. Um relógio em movimento bate mais devagar do que um em repouso, e uma régua em movimento terá um comprimento menor que o de outra em repouso. Se um trem fosse capaz de andar a 180 mil quilômetros por hora, um relógio que marcasse a passagem de uma hora no trem marcaria uma hora e quinze minutos na estação”.
Outro caso bizarro da Relatividade Restrita: O "Paradoxo do Gêmeos".
Marcelo Gleiser, em seu livro “Micro Macro” diz que “Einstein mostrou que a passagem do tempo e as medidas de distância não são quantidades absolutas. Dependem do movimento relativo entre os observadores. Um relógio em movimento bate mais devagar do que um em repouso, e uma régua em movimento terá um comprimento menor que o de outra em repouso. Se um trem fosse capaz de andar a 180 mil quilômetros por hora, um relógio que marcasse a passagem de uma hora no trem marcaria uma hora e quinze minutos na estação”.
Outro caso bizarro da Relatividade Restrita: O "Paradoxo do Gêmeos".
Um dos gêmeos permanece na superfície da Terra enquanto o outro embarca em um foguete que viaja a uma velocidade muito próxima da velocidade da luz. O foguete viaja durante alguns anos com velocidade constante, REVERTE SUA VELOCIDADE e viaja mais outros anos com velocidade de mesmo módulo de encontro à Terra. A Teoria afirma que o gêmeo que permaneceu sobre a Terra terá idade maior que o que estava no foguete.
Além das teorias filosófico-científicas sobre o tempo, aprendemos pela Teologia, que a existência de Deus é atemporal, uma vez que o tempo é simplesmente uma forma de existência finita e mutável. Isso significa que para Deus não existe o ontem, o hoje e o amanhã. O tempo é um acessório do Universo e surgiu junto com ele no ato da criação. Deus não poderia estar submetido a um limite criado por Ele mesmo.
De acordo com exposto, há muitas evidências, portanto, para acreditarmos que o tempo não tem realidade absoluta. Por outro lado, sabemos que toda a controvérsia entre predestinação e livre-arbítrio, conforme já dito, depende da noção do tempo como entidade real. O tempo é como se fosse o chão onde a luta entre essas duas correntes é travada. Mas e se o chão não for real? Se o pressuposto fundamental para todo esse debate simplesmente não tiver validade? Descobre-se que a discussão é totalmente inútil.
Se eu não aceito a realidade absoluta do tempo, não tem nenhum sentido, para mim, ouvir alguém dizer que sou predestinado, ainda mais se eu for um visionário que acredita que um dia construirão máquinas do tempo e que poderei voltar ao passado para mudar o meu destino. Esse não é um desejo de louco, visto que a viagem pelo tempo não é descartada pela física. O mesmo se aplica a quem acredita no livre-arbítrio. Se o tempo não é algo rígido assim, sempre haverá esperança de manipular minhas ações de alguma forma, nem que seja entrando numa “buraco-de-minhoca”, suposto atalho no tempo-espaço que pode me levar a outras galáxias ou universos ou me fazer voltar no tempo.
Do ponto de vista divino, também não acho pertinente falar que Deus predestinou alguns para a salvação e outros para a perdição. Quando foi que Deus me predestinou para a salvação? Antes da criação do universo? Como, se para Deus não existe o antes ou o depois? Não faz nenhum sentido falar sobre um momento “antes” da criação. Para que Deus efetivamente predestinasse alguém Ele teria de alguma forma se submeter a uma continuidade com o Universo, o que, segundo minha humilde opinião, o submeteria ao espaço-tempo, o que acho impossível.
Finalizando, já que a atual concepção do “tempo” não me permite decidir entre o livre-arbítrio e a predestinação, prefiro valorizar a minha vida prática cristã, preocupando-me em obedecer aos mandamentos de Deus no tempo presente. Na verdade são pouquíssimos os momentos em que paro para pensar se a minha salvação já está garantida. A dinâmica da vida não me permite isso. O meu ser se preocupa mais em sobreviver as tentações, em vencer as dores, em buscar ao Senhor em oração.
De acordo com exposto, há muitas evidências, portanto, para acreditarmos que o tempo não tem realidade absoluta. Por outro lado, sabemos que toda a controvérsia entre predestinação e livre-arbítrio, conforme já dito, depende da noção do tempo como entidade real. O tempo é como se fosse o chão onde a luta entre essas duas correntes é travada. Mas e se o chão não for real? Se o pressuposto fundamental para todo esse debate simplesmente não tiver validade? Descobre-se que a discussão é totalmente inútil.
Se eu não aceito a realidade absoluta do tempo, não tem nenhum sentido, para mim, ouvir alguém dizer que sou predestinado, ainda mais se eu for um visionário que acredita que um dia construirão máquinas do tempo e que poderei voltar ao passado para mudar o meu destino. Esse não é um desejo de louco, visto que a viagem pelo tempo não é descartada pela física. O mesmo se aplica a quem acredita no livre-arbítrio. Se o tempo não é algo rígido assim, sempre haverá esperança de manipular minhas ações de alguma forma, nem que seja entrando numa “buraco-de-minhoca”, suposto atalho no tempo-espaço que pode me levar a outras galáxias ou universos ou me fazer voltar no tempo.
Do ponto de vista divino, também não acho pertinente falar que Deus predestinou alguns para a salvação e outros para a perdição. Quando foi que Deus me predestinou para a salvação? Antes da criação do universo? Como, se para Deus não existe o antes ou o depois? Não faz nenhum sentido falar sobre um momento “antes” da criação. Para que Deus efetivamente predestinasse alguém Ele teria de alguma forma se submeter a uma continuidade com o Universo, o que, segundo minha humilde opinião, o submeteria ao espaço-tempo, o que acho impossível.
Finalizando, já que a atual concepção do “tempo” não me permite decidir entre o livre-arbítrio e a predestinação, prefiro valorizar a minha vida prática cristã, preocupando-me em obedecer aos mandamentos de Deus no tempo presente. Na verdade são pouquíssimos os momentos em que paro para pensar se a minha salvação já está garantida. A dinâmica da vida não me permite isso. O meu ser se preocupa mais em sobreviver as tentações, em vencer as dores, em buscar ao Senhor em oração.
Olha meu irmão, esses cientistas citados aí não merecem o nosso crédito, já que eles próprios não têm como fazer um enunciado que seja pressuposto absoluto. É o caso, por exemplo, da estapafúrdia alegoria fantasiosa do trem de velocidade imaginária e o seu relógio igualmente imaginário: "Se um trem fosse capaz de andar a 180 mil quilômetros por hora, um relógio que marcasse a passagem de uma hora no trem marcaria uma hora e quinze minutos na estação”. Mas é claro xará!!! Temos que considerar, pelo menos, o atrito das rodas do trem (que são de ferro) com os trilhos (igualmente de ferro),bem como a resistência do ar, isso sem considerar outras leis físicas que foram simplesmente atropeladas nesse raciocínio maluco! Acho até que os 15 minutos (como ele chegou a esse cálculo?) são insuficientes, levando-se em consideração as razões expostas acima. E depois, de mais a mais, quem foi que disse que esses cientistas são infalíveis em suas conclusões? É só pensar um pouco na matemática que eles usam para datar um achado arqueológico, por exemplo. Conseguem calcular milhões e bilhões de anos na maior cara de pau, e somos obrigados a engolir isso, só porque não fizemos a mesma droga de curso que eles fizeram! E, além disso, a maior parte deles (se não todos) são inimigos do criacionismo bíblico, zombam do relato bíblico da criação do homem, não acreditam na literalidade dos 6 dias da criação, não crêem na existência da alma e não aceitam os ensinamentos bíblicos de Cristo e da salvação. E aquela conversa mole dos 2 gêmeos e da viagem da nave à velocidade da luz (300.000 Km por segundo!!!), reversão (parada instantânea, imediata, na velocidade da luz???), guinada de 180 graus (pra embicar de volta pra terra) e o retorno ao nosso planeta, enquanto o babaca gêmeo ficava esperando no mesmo local!!! Simplesmente hilário, pra não dizer besta! Todas, mas todas mesmo, leis da física e da razão foram atropeladas na velocidade da luz ao quadrado da asneira! É verdade que o tempo (no ponteiro do nosso relógio) nada significa para Deus (o ponteiro do relógio dele conta 1 dia como 1000 anos, é só contar os segundos, minutos e horas!), por isso não se equivalem. Mas Jesus afirmou que ele estabeleceu tempos e épocas para a realização de certos eventos finais, certamente tendo em vista as nossas limitações. Quanto ao tempo da predestinação, está relacionado com o princípio físico de cada um de nós, em relação à soberania e presciência de Deus. Mas o livre arbítrio também está. E a responsabilidade humana também. E tudo isso consta na Palavra de Deus, especialmente nos ensinos do apóstolo Paulo. Jesus disse: "vinde a mim todos" e em seguida afirmou: "ninguém pode vir a mim se da parte do Pai não lhe for concedido". Paulo disse: "se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo"; "crê no Senhor Jesus e serás salvo". Mas no capítulo 9 de Romanos defende uma espécie de predestinação absoluta, do "vaso para honra e do vaso para desonra", do "direito do oleiro sobre o barro", além de discorrer sobre Jacó e Esaú como símbolos da predestinação absoluta. Mas ao longo de quase toda a sua obra, defende e ensina o mais absoluto livre arbítrio. Os demais escritores do Novo Testamento dão a impressão clara de defenderem o livre arbítrio absoluto, sendo o ser humano responsável por crer ou não crer na obra da salvação. Portanto, o chamado "calvinismo" não é invenção de João Calvino, mas, sim, uma corrente teológica que ele abraçou e defendeu com unhas e dentes. Quanto ao Arminianismo, se de um lado Armínio defendeu o livre arbítrio, por outro lado tinha idéias heréticas sobre Cristo, sua divindade e sua relação com o Pai e a Trindade. Também não foi ele o autor do ensino do livre arbítrio, uma vez que esse pensamento existia desde o período apostólico. Hoje, as Igrejas escolhem em que tipo de ensino vão crer. Os presbiterianos são os defensores do ultra calvinismo, ao passo que as demais oscilam entre um "calvinismo moderado" (alguém poderia me dizer que anacronismo é esse?) e o livre arbítrio absoluto. Fico com a sua posição, irmão Cristiano. Também creio na salvação da minha alma, independentemente dessa guerra teológica. E defendo que o homem é salvo pela fé em Cristo Jesus, através da ação do Espírito Santo, mediante a pregação do Evangelho e justificado pelo sangue de Jesus derramado na cruz do Calvário, independentemente das obras da lei. Pessoalmente, acho que Deus pode fazer o que Ele muito bem quiser, inclusive predestinar pessoas em suas ações(como fez com Faraó e Nabucodonozor). Como se dá essa "eleição", "escolha", "predestinação" ou "livre arbítrio" eu não sei e nem tenho condições de saber. E nem quero saber, qual valor prático teria esse conhecimento? Só eu seria o "iluminado"? Quanto aos cientistas, com as suas teorias mirabolantes a respeito das "viagens no tempo", "espaços compartilhados" e "universos paralelos", não merecem o mínimo respeito!
Caro Pr. Sérgio
Deixando de lado as discussões científicas, alegro-me pelo fato de você compartilhar comigo a mentalidade de que o importante da vida cristã é o "agora". A batalha contra o pecado e Satanás se dá no momento presente. Dessa forma, pouco adianta ao crente achar se é ou não predestinado ou se está prestes a perder a salvação. O que se visa, nesse momento, é a superação de uma situação angustiante. Nesse caso a fé prática no poder salvador de Nosso Senhor Jesus é determinante.
Um grande abraço
Cristiano
Caro irmão Cristiano,
Você falou muito mas fez a mesma coisa que os outros: Defendeu sua crença. Com o tema, esperava algo de mais conteúdo.
Fica na Paz.
Ivanilson Santos
A paz queridos! Gostei muito deste artigo e do comentário do Pr. Sergio! Eu quis ler sobre esses assuntos pois não aguentava mais ver os irmãos se degladiando: uns defendem a predestinação, outros defendem o livre arbítrio, antes até defendia o livre arbitrio somente para me opor contra a predestinação, mas hoje sei que é inútil insistir nestas discussões pois não nos leva a nada, isso só nos faz desviarmos do foco que é amar e obedecer à Deus, seguir o legado que Jesus nos deixou: fazer o ide, amar o próximo, entre outros ensinamentos por meio de nossa fé!!! Deus abençõe!!