Em São Paulo
Ler histórias para crianças ainda não alfabetizadas é a melhor forma de incentivá-las à leitura. E, para estimular o hábito, é preciso que ele esteja inserido na rotina. O conselho é da psicóloga Cisele Ortiz , coordenadora do Instituto Avisa Lá, uma ONG que trabalha com a formação de educadores. "Desde antes de nascer até os 7 anos, quando já pode ler sozinha, é importante que alguém narre as histórias para a criança permitindo que ela entre em contato com o mundo da literatura", diz.
Segundo a psicóloga, é ouvindo histórias que os pequenos têm uma primeira experiência com a linguagem escrita e sua estrutura. "Quando ficar mais velha, essa criança certamente reconhecerá o valor cultural que um texto tem", diz Cisele. Ela ressalta ainda a diferença entre ler uma história e contá-la. "Quando lemos, usamos uma linguagem diferente da falada, o que introduz elementos que serão formalizados, mais para frente, na escola."Outra especialista no assunto, a coordenadora do projeto de formação de leitores do Colégio Pentágono, em São Paulo, Liliane Araújo, concorda com a importância de o incentivo começar cedo, antes mesmo de as crianças serem alfabetizadas.
Para Araújo, o espaço de leitura deve ser também um local de encontro, com música e troca de idéias entre as crianças - "bem diferente de uma biblioteca tradicional, em que o silêncio predomina". "O livro deve ser um companheiro, um amigo das crianças pequenas", diz.
Livro ou brinquedo?
Ao visitar a seção infantil das livrarias, o consumidor vai encontrar todo tipo de livro - alguns com tantos recursos, como aqueles que vêm com fantoches e pop-ups, que mais se parecem com brinquedos.Um atrativo nessa "categoria" é a possibilidade de interação que ela promove. "É um convite à criatividade e ao estímulo dos sentidos", explica Araújo. "A criança pode inventar a história, criar e pegar os personagens", exemplifica Ortiz. Se os livros oferecerem suporte aos pais para contar uma história e para brincar com a criança, eles são uma boa pedida. "Alguns têm painéis imantados ou trazem fantoches, marionetes, teatro de sombras - recursos ótimos para enriquecer o cenário da história", conta Ortiz. Esses atrativos também são apontados por Araújo como importantes para chamar a atenção dos pequenos leitores. "Quando a criança ainda não é alfabetizada os elementos visuais são os únicos que ela entende. Aprendendo a ler imagens, ela terá o caminho aberto para querer aprender a ler palavras no futuro", diz.No entanto, Cisele Ortiz faz um alerta: "não é porque ensina uma criança a virar uma página, que o livro desperta interesse por leitura", complementa. Tudo vai depender do uso do produto. Um livrinho daqueles de plástico com figuras e sem texto, por exemplo, será apenas um brinquedo se os pais não o utilizarem para contar uma história. O mesmo vale para produtos com recursos como sons e pop-ups.
Incentivo em casa
A melhor forma de aproximar uma criança da leitura é oferecer a ela o exemplo em casa. "Pais leitores tendem a influenciar o comportamento futuro de seus filhos", atenta Cisele.Ela conta que promover situações de leitura no dia a dia é um ótimo incentivo. "Existem crianças que aprendem a ler na Igreja, ao tentar acompanhar o folheto da missa como os demais familiares", diz. "Nesse sentido, uma boa idéia é, por exemplo, deixar a criança em fase de alfabetização ajudar a ler a receita de um bolo que está sendo preparado pela mãe", explica Cisele. "Compartilhar o cotidiano ajuda ainda a estabelecer vínculos emocionais".
Casa da Educação
Editora Ática
Girassol Brasil
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Trenzinho Brinquedos Educativos
Salamandra
Fonte: http://www.uol.com.br/
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