AUTOR: CRISTIANO SANTANA
Acabei de ler o capitulo 1 do livro "Cristianismo Equilibrado" de John Stott - Unidade, Liberdade e Caridade.
Nesse capítulo o autor falar sobre a grande tragédia que assola os cristãos: a polarização.
Os cristãos, apesar de concordarem quanto aos fundamentos do cristianismo histórico, separam-se uns dos outros por assuntos pouco importantes, por exemplo: se os dons espirituais cessaram, se o batismo deve ser por imersão ou aspersão, etc.
Essas polarizações se manifestam através da tendência para o extremismo ou desequilíbrio. A sabedoria, porém, segundo o autor, é permanecer "no meio", segundo a máxima de Aristóteles.
Em seguida, John Stott apresenta quatro exemplos da inutilidade das polarizações desnecessárias, a serem desenvolvidos nos capítulos seguintes.
Hoje eu li sobre a oposição Intelecto X Emoção, entre o anti-intelectualismo e o hiperintelectualismo.
Diz o autor: Alguns crentes são tão friamente intelectuais que se questiona serem eles mamíferos de sangue quente, para não dizer seres humanos, ao passo que outros são tão emocionais que se deseja saber se são possuidores de uma porção mínima de massa cinzenta.
John Stott conclui o capítulo dizendo que "ambos - intelecto e emoção - pertencem à autêntica experiência humana. "Em particular, nada coloca o coração tão em fogo como a verdade."
Concordo com ele. Atualmente estou lendo "O Mistério da Consciência" de Antônio Damásio, o mesmo autor do livro "O Erro de Descartes". Esse importante neurologista, em vários trechos do livro, procurar demonstrar que a emoção é a base da consciência, que muitos de nossos comportamentos, que a princípio parecem puramente racionais, na verdade foram desencadeados por um fenômeno denominado "emoção de fundo", imperceptível para nós. Argumentos semelhantes também são encontrados no livro "Inteligência Emocional", de Daniel Coleman. Cada vez mais, a psicologia moderna afirma a necessidade da conjunção da razão e da emoção em nossas decisões.
O cristão equilibrado, portanto, deve ficar no "meio", ou seja, não ser um cristão seco, apático, dominado pela razão, nem ser um cristão puramente emocional, afundado em experiências existenciais a "la Heidegger".
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