AUTOR: CRISTIANO SANTANA
“E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um.” (João 17:20-22)
Na inesquecível oração sacerdotal, o Senhor Jesus manifestou um dos seus mais profundos desejos em relação aos seus discípulos: Ele pediu que todos fossem um.
O que significa a expressão “ser um” quando aplicada à Igreja? "Ser um" implica unidade de pensamento, de propósito, de sentimentos e de fé. Porém, se refletirmos um pouco mais, concluiremos que “ser um” tem um sentido mais profundo que engloba os tipos de unidade já referidos. “Ser um”, na concepção de Jesus, aponta para o vínculo do amor. A Igreja deveria crescer, coesa e una, tendo como elemento catalisador o mais divino de todos os sentimentos.
Nos anos subseqüentes à ascensão do Senhor., as circunstâncias pareciam indicar que esse ideal de unidade se incorporaria definitivamente à essência da Igreja. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” (Atos 2:42)
Infelizmente, em pouco tempo foi revelado o caráter instável e volátil dessa unidade, que foi pouco a pouco, sucumbindo às mais terrível dissensões. As referências a essas divisões são predominantemente encontradas nas epístolas apostólicas, sobretudo nas de Paulo, que num trecho diz: "Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais? (I Coríntios 3:4)
A partir da era pós-apostólica, a desunião entre os filhos de Deus tornou-se mais intensa ainda, gerando grandes rupturas no seio da Igreja, a começar das controvérsias teológicas em torno da cristologia, Trindade e da soteriologia. O surgimento do arianismo, pelagianismo, apolinarismo, nestorianismo e outros “ismos” alimentaram ainda mais os conflitos, que se estenderam por séculos. Por esse período surgiu a Igreja Católica, cuja hegemonia durou por séculos, a qual passou a perseguir aqueles que professavam a fé no mesmo Cristo. A Igreja, que deveria ser una, estava comendo a própria carne, estava praticando o autocanibalismo.
Com a Reforma Protestante surgiu uma esperança de reunificação, visto que todos os que eram perseguidos por causa de sua fé, estavam imbuídos de um só propósito: batalhar contra a tirania dos papas. Essa expectativa dissipou-se, logo em seguida, pois o cristianismo ramificou-se nas chamadas igrejas históricas:
• Luterana (Século XVI)
• Presbiteriana (Século XVI)
• Anglicana: (Século XVI)
• Batista: (Século XVII)
• Metodista: (Século XVIII)
A partir do século XIX surgiram as chamadas igrejas pentecostais que tiveram inicio no reavivamento nos Estados Unidos entre 1906-1910. São essas:
• Assembléia de Deus: Fundada pelos missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren (1911) é a principal expoente do pentecostalismo no Brasil.
• Congregação Cristã no Brasil (1910)
• Igreja do Evangelho Quadrangular (1950)
• O Brasil para Cristo (1955)
• Deus é Amor (1962)
Por fim, nas últimas décadas surgiram as igrejas neopentecostais, oriundas do pentecostalismo original ou mesmo das igrejas tradicionais. No Brasil as principais igrejas que representam os neopentecostais são:
• Universal do Reino de Deus (1977)
• Igreja Internacional da Graça de Deus (1980)
• Sara Nossa Terra (1980)
• Renascer em Cristo (1986)
É oportuno utilizar as palavras dos professores Paulo Cristiano e João Flávio Martinez para descrever as diferenças entre esses grupos:
Os evangélicos tradicionais diferem dos pentecostais apenas em relação a experiência do chamado "Batismo no Espírito Santo". Não aceitam o "Falar em outras línguas" (glossolalia) e dão forte ênfase no ensino teológico e no trabalho social, não se preocupam com usos e costumes como vestimentas e adornos.
Os carismáticos formaram uma outra igreja coexistindo juntamente com os pentecostais mas sem se identificar com elas. Dão bastante ênfase ao louvor e são mais flexíveis teologicamente não permanecendo estáticos na doutrina como são os pentecostais. Distingue-se também quanto aos usos e costumes. É o grupo que mais cresce atualmente no Brasil devido a um maciço investimento na mídia, como é o caso das igrejas Universal e da Graça.
Assim, a Igreja chega à era contemporânea em um estado deplorável, retalhada em centenas de denominações evangélicas, muitas das quais declarando ser a única detentora da verdade de Deus. É comum testemunhar um membro de uma denominação passar por outro, de denominação diversa, sem que ocorra uma simples saudação; pelo contrário, o que se costuma observar é uma postura de deboche, quando um chama o outro de “primo” ao invés de irmão. O amor fraternal foi substituído pela indiferença, até mesmo pelo ódio. É mais fácil acreditar em um acordo definitivo de paz entre israelenses e palestinos do que numa conciliação entre os diversos movimentos evangélicos no país.
Esse espírito beligerante também é observado nas lideranças evangélicas, que atualmente brigam pelos espaços na TV; ganha quem paga mais, e a parte que perdeu diz que a obra de Deus foi impedida pelo diabo. Nas eleições das convenções nacionais, alguns pastores – repito: alguns - usam de todos os artifícios ilícitos possíveis para prevalecer sobre seu adversário, vale dizer, inimigo. Reputa-se como verdadeira utopia imaginar a reunião, ainda que esporádica, das principais lideranças evangélicas para discutir os projetos e problemas comuns, assim como para orarem a favor do desenvolvimento do evangelho na nação e no mundo. Em verdade, alguns deles se preocupam apenas com a estabilidade do seu império e com o engrandecimento próprio. Certamente os efeitos de uma aliança entre eles teria efeitos maravilhosos para o país.
Alguns sustentam que a diversidade evangélica é útil por dois motivos: em primeiro lugar, proporciona uma oportunidade para que cada cidadão procure uma igreja que se adapte à sua personalidade e estilo e, em segundo lugar, impede que, através da unificação evangélica surja um novo papa, que abuse do poder outorgado. Talvez devêssemos, como o filósofo alemão Hegel, acreditar que há uma razão na história. Hegel, apoiou-se na fé de que a história é a representação do propósito de Deus. Talvez, por um motivo, ainda inescrutável para nós, Deus tenha permitido tanta divisão.
O que nos consola é a esperança do retorno do Senhor Jesus e a implantação do Reino Eterno, no qual toda a diferença irá desaparecer. Ainda que a concretização terrena de uma Igreja una seja apenas um sonho irrealizável, temos certeza de que na glória eterna, todos nós – assembleianos, batistas, metodistas, presbiterianos, etc. – SEREMOS UM SÓ. Dessa forma, a oração sacerdotal de Cristo terá pleno cumprimento.
Fica aqui essa pergunta, curta mais de profundo significado: PORVENTURA CRISTO ESTÁ DIVIDIDO?
“E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um.” (João 17:20-22)
Na inesquecível oração sacerdotal, o Senhor Jesus manifestou um dos seus mais profundos desejos em relação aos seus discípulos: Ele pediu que todos fossem um.
O que significa a expressão “ser um” quando aplicada à Igreja? "Ser um" implica unidade de pensamento, de propósito, de sentimentos e de fé. Porém, se refletirmos um pouco mais, concluiremos que “ser um” tem um sentido mais profundo que engloba os tipos de unidade já referidos. “Ser um”, na concepção de Jesus, aponta para o vínculo do amor. A Igreja deveria crescer, coesa e una, tendo como elemento catalisador o mais divino de todos os sentimentos.
Nos anos subseqüentes à ascensão do Senhor., as circunstâncias pareciam indicar que esse ideal de unidade se incorporaria definitivamente à essência da Igreja. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” (Atos 2:42)
Infelizmente, em pouco tempo foi revelado o caráter instável e volátil dessa unidade, que foi pouco a pouco, sucumbindo às mais terrível dissensões. As referências a essas divisões são predominantemente encontradas nas epístolas apostólicas, sobretudo nas de Paulo, que num trecho diz: "Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais? (I Coríntios 3:4)
A partir da era pós-apostólica, a desunião entre os filhos de Deus tornou-se mais intensa ainda, gerando grandes rupturas no seio da Igreja, a começar das controvérsias teológicas em torno da cristologia, Trindade e da soteriologia. O surgimento do arianismo, pelagianismo, apolinarismo, nestorianismo e outros “ismos” alimentaram ainda mais os conflitos, que se estenderam por séculos. Por esse período surgiu a Igreja Católica, cuja hegemonia durou por séculos, a qual passou a perseguir aqueles que professavam a fé no mesmo Cristo. A Igreja, que deveria ser una, estava comendo a própria carne, estava praticando o autocanibalismo.
Com a Reforma Protestante surgiu uma esperança de reunificação, visto que todos os que eram perseguidos por causa de sua fé, estavam imbuídos de um só propósito: batalhar contra a tirania dos papas. Essa expectativa dissipou-se, logo em seguida, pois o cristianismo ramificou-se nas chamadas igrejas históricas:
• Luterana (Século XVI)
• Presbiteriana (Século XVI)
• Anglicana: (Século XVI)
• Batista: (Século XVII)
• Metodista: (Século XVIII)
A partir do século XIX surgiram as chamadas igrejas pentecostais que tiveram inicio no reavivamento nos Estados Unidos entre 1906-1910. São essas:
• Assembléia de Deus: Fundada pelos missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren (1911) é a principal expoente do pentecostalismo no Brasil.
• Congregação Cristã no Brasil (1910)
• Igreja do Evangelho Quadrangular (1950)
• O Brasil para Cristo (1955)
• Deus é Amor (1962)
Por fim, nas últimas décadas surgiram as igrejas neopentecostais, oriundas do pentecostalismo original ou mesmo das igrejas tradicionais. No Brasil as principais igrejas que representam os neopentecostais são:
• Universal do Reino de Deus (1977)
• Igreja Internacional da Graça de Deus (1980)
• Sara Nossa Terra (1980)
• Renascer em Cristo (1986)
É oportuno utilizar as palavras dos professores Paulo Cristiano e João Flávio Martinez para descrever as diferenças entre esses grupos:
Os evangélicos tradicionais diferem dos pentecostais apenas em relação a experiência do chamado "Batismo no Espírito Santo". Não aceitam o "Falar em outras línguas" (glossolalia) e dão forte ênfase no ensino teológico e no trabalho social, não se preocupam com usos e costumes como vestimentas e adornos.
Os carismáticos formaram uma outra igreja coexistindo juntamente com os pentecostais mas sem se identificar com elas. Dão bastante ênfase ao louvor e são mais flexíveis teologicamente não permanecendo estáticos na doutrina como são os pentecostais. Distingue-se também quanto aos usos e costumes. É o grupo que mais cresce atualmente no Brasil devido a um maciço investimento na mídia, como é o caso das igrejas Universal e da Graça.
Assim, a Igreja chega à era contemporânea em um estado deplorável, retalhada em centenas de denominações evangélicas, muitas das quais declarando ser a única detentora da verdade de Deus. É comum testemunhar um membro de uma denominação passar por outro, de denominação diversa, sem que ocorra uma simples saudação; pelo contrário, o que se costuma observar é uma postura de deboche, quando um chama o outro de “primo” ao invés de irmão. O amor fraternal foi substituído pela indiferença, até mesmo pelo ódio. É mais fácil acreditar em um acordo definitivo de paz entre israelenses e palestinos do que numa conciliação entre os diversos movimentos evangélicos no país.
Esse espírito beligerante também é observado nas lideranças evangélicas, que atualmente brigam pelos espaços na TV; ganha quem paga mais, e a parte que perdeu diz que a obra de Deus foi impedida pelo diabo. Nas eleições das convenções nacionais, alguns pastores – repito: alguns - usam de todos os artifícios ilícitos possíveis para prevalecer sobre seu adversário, vale dizer, inimigo. Reputa-se como verdadeira utopia imaginar a reunião, ainda que esporádica, das principais lideranças evangélicas para discutir os projetos e problemas comuns, assim como para orarem a favor do desenvolvimento do evangelho na nação e no mundo. Em verdade, alguns deles se preocupam apenas com a estabilidade do seu império e com o engrandecimento próprio. Certamente os efeitos de uma aliança entre eles teria efeitos maravilhosos para o país.
Alguns sustentam que a diversidade evangélica é útil por dois motivos: em primeiro lugar, proporciona uma oportunidade para que cada cidadão procure uma igreja que se adapte à sua personalidade e estilo e, em segundo lugar, impede que, através da unificação evangélica surja um novo papa, que abuse do poder outorgado. Talvez devêssemos, como o filósofo alemão Hegel, acreditar que há uma razão na história. Hegel, apoiou-se na fé de que a história é a representação do propósito de Deus. Talvez, por um motivo, ainda inescrutável para nós, Deus tenha permitido tanta divisão.
O que nos consola é a esperança do retorno do Senhor Jesus e a implantação do Reino Eterno, no qual toda a diferença irá desaparecer. Ainda que a concretização terrena de uma Igreja una seja apenas um sonho irrealizável, temos certeza de que na glória eterna, todos nós – assembleianos, batistas, metodistas, presbiterianos, etc. – SEREMOS UM SÓ. Dessa forma, a oração sacerdotal de Cristo terá pleno cumprimento.
Fica aqui essa pergunta, curta mais de profundo significado: PORVENTURA CRISTO ESTÁ DIVIDIDO?
Jesus ama a todos, os evangelhos são 4, mas todos do mesmo Cristo, as denominações muitas, mas todas do mesmo Cristo, todos são iguais aos olhos de Deus, nós os homens é que fazemos as diferenças, o Senhor Jesus quer a sinceridade do coração de cada um de nós, sendo assim todos caminhem em direção ao Salvador Eterno, quanto aos que "guerriam" contra irmãos, todos falhamos, mas que o Senhor Jesus, abra os olhos destes, e outras desventuras, que Deus nos ajude, e tenha misericórdia, não somos dignos, Digno é Quem morreu por nós. Na paz.