Por Cristiano Santana
Não posso deixar de enxergar a verdade no adágio que diz que "somos o que pensamos ser". A maior parte do humor e do comportamento das pessoas é consequência da visão que elas têm a respeito de si mesmas e do mundo. Essa visão é produto de uma construção mental que começa desde a infância e que vai se moldando através das sucessivas experiências existenciais. Nada mais natural e de acordo com a estrutura psíquica do ser humano. Tudo o que sou de alguma forma é resultado da interpretação que fiz de cada fenômeno que presenciei, interior ou exterior.
O problema surge quando passamos a elaborar uma visão distorcida de nós mesmos, dos outros e do mundo. Esse tipo de distorção mental, baseado, em falsas crenças, é capaz de nos lançar para o profundo abismo da depressão e do desespero. Acabamos nos transformando em prisioneiros de pensamentos que, embora não tenham não tenham base na realidade, são capazes de destruir a nossa relação com o real.
Tipos de distorções cognitivas (falsas crenças)
- Pensamento de tudo ou nada: É a tendência a interpretar todas as experiências em termos de categorias opostas e polarizadas (preto/banco, tudo/nada, sempre/nunca, perfeição/fracasso, absoluta segurança/perigo. Exemplo: "um sinal imprevisto em meu corpo significa perigo iminente" ou "se eu não me sair sempre bem (no trabalho, etc.), isso significa que sou um fracasso".
- Filtro Mental: é a tendência a focalizar apenas um detalhe retirado de um contexto, ignorando outros aspectos também importantes, e conceber a totalidade da experiência com base no fragmento. Exemplo: "sou um péssimo pregador, após a ausência de conversão em uma das pregações".
- Pular para conclusões: é a tendência a chegar a uma conclusão (ou regra) na ausência de provas suficientes ou por meio de raciocínio ilógico falho. Exemplo: "não sou atraente para as mulheres" (depois de algumas tentativas de aproximação infrutífera)
- Hipergeneralização: é a tendência a ver um evento negativo único como parte de um padrão interminável de perigos ou sofrimentos. Exemplo: "se senti medo aqui, vou sentir sempre de novo" ou "tudo sempre dá errado para mim" (depois de bater com o carro)
- Desqualificação do positivo: é a tendência a rejeitar experiências ou fatos positivos por insistir que "não contam", por qualquer motivos. Exemplo: "sou burra e doente" (mesmo tendo passado em dois vestibulares).
- Adivinhação: é a tendência a antecipar que "as coisas vão dar errado" de qualquer maneira, sem base para essa afirmação. Exemplo: "eu sei que que vou ser rejeitado".
- Raciocínio emocional: é a tendência a tomar as próprias emoções como provas de uma "verdade". Exemplo: "se sinto pânico aqui é porque essa situação é muito perigosa".
- Rotulação: é a tendência a descrever erros ou medos como características estáveis do comportamento, como rótulos pessoais. Exemplo: "eu sou um fracasso", em vez de "falhei nisso".
- Tirania dos "deveria": é a tendência a dirigir a própria vida em termos de "deveria" e "não deveria", por avaliações de "certo" e "errado". Exemplo: "eu deveria estudar mais" ou "eu não deveria ter dito o que disse para o fulano."
- Personalização: é a tendência a se ver como causador de fatos ruins, sem o ser de fato. Exemplo: "se algo acontecer, a culpa será só minha".
- Leitura mental: é a tendência a antecipar negativamente, sem provas, o que as pessoas vão pensar sobre você. Exemplo: "se entrar em pânico aqui, todos vão pensar que sou doente".
- Catastrofização: é a tendência a exagerar a probabilidade ou a magnitude dos efeitos de uma situação Exemplo: "meu filho deve ter sido sequestrado" (ao ver que o filho de 20 anos não está na cama às quatro da madrugada).
Também foi demonstrado cientificamente que a mente tem uma influência incrível sobre o corpo. Assim, doenças produzidas por distorções cognitivas podem ocorrem. É o caso da úlcera que pode ser causada pelo nervosismo. É importante ressaltar que nossos pensamentos podem desencadear as chamadas doenças de conversão e outras formas de neurose.
Lembro-me da afirmação que já ouvi da boca de inúmeros pregadores que diz que "há muitas águias vivendo como se fossem galinhas". São pessoas que se renderam às próprias mentiras e às mentiras do outros. Viram a própria imagem num espelho torto e quebrado e passaram a acreditar que o seu "eu" real era a horrível imagem refletida. Ouviram as insinuações de si mesmo, do diabo e de outras pessoas, de que eram inferiores e fracassadas, e infelizmente assumiram tal condição.
É chegado o momento da libertação!
Busque a Deus de todo o coração e peça a Ele para expugar de sua mente todos os pensamentos irreais e danosos que tanto lhe fazem sofrer. Peço a Ele para lhe mostrar quem você realmente é, imagem e semelhança de Deus, a coroação da criação, chamado para ser filho de Deus.
Em alguns casos é bom aliar o tratamento técnico ao tratatamento espiritual. Então, não hesite em buscar o apoio de profissionais, especialistas em terapia cognitiva que dispõem de eficázes métodos de psicoterapia.
Faça de tudo, lute, mas não aceite mais ser prisioneiro dos próprios pensamentos.
Graça e paz amado,de fato em parte hoje temos a tendência de acreditar cegamente em tudo que ouvimos de outras pessoas,e como você mesmo colocou,somos a imagem de Deus,coroa da criação e tal,nas devemos guardar uma certa cautela nisso tudo também,hoje com estas novas doutrinas extra bíblicos,como a de pregadores como Joel Osteen, Silas Malafaia e todos estes gurus modernos que pregam o homem como centro do evangelho,muitas pessoas justamente por acreditar em tudo sem dosar com os filtros cristãos,estão deixando Deus de lado e colocando-se no lugar do mesmo,o apóstolo Paulo diz em Romanos 7:24 - Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Paulo não escolhe nem o otimismo, nem o pessimismo. Sua postura é de realismo,qualquer pessoa que está centrada em Deus saberá que realmente é imagem e semelhança de Deus,coroa da criação,mas saberá também que é um desprezível pecador e que necessita incessantemente da maravilhosa graça para continuar sobrevivendo dia após dia neste mundo,sinceramente eu não gosto de discursos triunfalistas,ms respeito aqueles que tentam levantar a auto-estima alheia,mas pra que isto ocorra sensatamente,precisamos ser Cristocêntricos antes de sermos antropocêntricos,amém....
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