Por Cristiano Santana
Hoje assisti a mais uma daquelas “aulas” do bispo Macedo, cujo único efeito é empurrar cada vez seus pobres ouvintes para as trevas da alienação. Desta vez o metido a teólogo e psicólogo discursou sobre a suposta oposição que existe entre a razão e a emoção. Elevou a razão aos limites da esosfera, mas, quanto à emoção, tratou de satanizá-la, como se fosse o mal absoluto, algo terrivelmente nocivo à natureza humana.
Macedo disse que Deus só trabalha na base do raciocínio, que Ele só utiliza a nossa inteligência. A maior força do ser humano, segundo ele, está na mente. Quando nos entregarmos às emoções nos tornamos vermes. O coração é o nosso maior inimigo. Se temos perdido dinheiro, oportunidade, amores, vida, dignidade, etc. isso é apenas por conta de nossos próprios sentimentos. Ele disse à platéia, embevecida com sua “sabedoria”: “você não pensa com a cabeça, pensa com o coração. Se a palavra vem do mal (o coração), a palavra trás dúvida, se vem de Deus então trás certeza, fé, força e coragem".
O bispo chegou ao ponto de dizer que todo casal que sobe ao altar, o faz movido pelo bandido do coração. Isso mesmo, para o Macedão, o coração é um bandido. Isso porque todo aquele que se casa não raciocina, mas usa o sentimento. Então emenda: “aí está a sua fraqueza, aí está a sua desgraça. E se você continuar dando ouvidos a este maldito coração, você vai sofrer pelo resto da vida.”
Como foi difícil ouvir até o final! Toda hora tinha de ouvi-lo perguntar: "Sim ou não?". Só a graça de Deus!
A impressão que eu tive, ao ouvir esse “santo” ensinamento é que o bispo tenta incutir nos seus ouvintes a necessidade de extirpar a emoção completamente das suas vidas. Percebi claramente que ele tentar impor o ideal da vida robotizada, guiada apenas pelo frio cálculo do interesse. Esse tipo de ensinamento não é novo. Já foi defendido pelos estóicos, por Descartes, Spinoza e por outros teóricos do passado.
Para os estóicos, as emoções não têm significado nem função. Sob esse aspecto, a doutrina estóica é a mais típica e radical entre as que negam o significado das emoções. Seu fundamento é que a natureza proveu de modo perfeito à conservação e ao bem dos seres vivos, dando aos animais o instinto e ao homem a razão. Descartes, acompanhando esse mesmo ponto de vista, dizia que a força da alma consiste em vencer as emoções e deter os movimentos do corpo que a acompanham, enquanto a sua fraqueza consiste em deixar-se dominar por elas (Paixões da alma). Para Spinoza, todas as emoções, enquanto afeições ou modificações passivas (passiones), estão destinadas a desaparecer como tais, pois são idéias confusas destinadas a tornar-se idéias distintas; uma vez idéias distintas, deixam de ser afeições (Ética).
Engana-se quem pensa que o bispo Macedo já leu as obras estóicas, Descartes ou Spinoza. Se ele já leu toda a Bíblia já se pode considerar um milagre. Mas é aí que reside seu erro. Permanece sempre válido o adágio que diz, de várias formas, que nós erramos no presente porque não aprendemos com os erros do passado.
À primeira vista, parece ser convidativa essa doutrina da subjugação, da anulação das emoções, mas basta um pouco de reflexão para percebermos que se trata de mero sofisma estóico. Essa corrente filosófica pregava a completa apatia, isto é, a total indiferença em relação a todas as emoções, o desprezo por elas: indiferença e desprezo alcançados mediante o exercício da virtude que só tinha vínculo com a razão. Ora, nós sabemos que a insensibilidade não é um dom inato e natural, mas um ideal de vida difícil de alcançar.
Por falta de tempo, e até para não tornar a leitura cansativa, na próxima postagem estarei demonstrando a nobre função que a emoção tem no desenrolar da vida humana. Emoção e razão fazem parte de uma mesma substância. O homem sem emoção não é homem, assim como não é homem sem a razão. Vocês logo perceberão como esses dois aspectos da natureza humana se complementam e se auxiliam. Ao final, concordarão comigo que o coração, símbolo da emoção, não é esse bandido que foi pintado pelo bispo "sapientíssimo".
Ele tá endoidando o cabeção!
É claro que não devemos nos deixar levar pela emoção em todo o tempo de nossa vida, a Bíblia fala que enganoso é o coração do homem, porém também fala que quem sonda o nosso coração é Deus. Tudo deve ser feito com direção dEle, mas emoção é algo natural de todo o ser humano, é ridículo dizer que emoção é algo satânico e desprezível.
Se cada um cuidasse do seu nariz, o doutor Rey não precisava fazer plástica!!!
quem é esse tal de Cristiano Santana? Se acha um absurdo tudo que o bispo falou prá que perde seu preciosíssimo tempo ouvindo? Cada uma!!
caro Cristiano Santana ,na minha opinião voçê não entendeu a mensagem ,deve ser Humilde e reconhecer que ele está correto. He he he e o bom , é que divulga as pregações do Bispo !!!!
Senhores anônimos bajuladores do bispo. Não basta dizer que estou errado. É necessário argumentar.