OS ABSURDOS BÍBLICOS E TEOLÓGICOS DO LIVRO "A LEI DO RECONHECIMENTO" DE MIKE MURDOCK, PUBLICADO POR SEU ADMIRADOR, SILAS MALAFAIA (PENÚLTIMA PARTE)
Por Cristiano Santana
Trecho do capítulo 28 - Reconhecimentos de Unções Específicas (pag. 269 e 270)
Uma das tragédias comuns na presente geração é o desrespeito à unção financeira, colocada em poucos líderes. Poucos libertadores financeiros existem no Corpo de Cristo. Os que trilham esse caminho e abandonam-se completamente ao chamado divino, tornam-se objeto de escárnio, desprezo e ira.
"Mas, Mike, aquele pregador da televisão só fala em dinheiro, do começo ao fim do programa! Ele não fala sobre outra coisa! Ele deve ser mais equilibrado", alguém pode reclamar.
Mas você ficaria irritado com o dentista se ele se recusasse a cortar a sua grama? Você ficaria zangado com o seu advogado se ele não tentasse extrair seu dente que dói? você reprovaria o evangelista que prega salvação, mas não a cura para os doentes? Você ficaria bravo com o veterinário porque ele não quis construir uma quarto extra em sau casa? Seus olhos se ressentiriam porque seus ouvidos se recusam a enxergar?
A função é determinada por Deus, não por nós.
Uma senhora estava muito irritada com o seu pastor porque ele falara sobre segredos financeiros durante 15 minutos antes de a oferta ser tirada na igreja.
-Não posso acreditar que meu pastor falou sobre dinheiro 15 minutos no domingo pela manhã!
Eu lhe perguntei quantas horas são necessárias para ela se arrumar toda manhã e dirigir até o trabalho, as horas que trabalha todos os dias e o tempo que leva para chegar em casa enfrentando o trânsito da tarde. Ela respondeu que fica envolvida no trabalho 55 horas por semana.
-Explique uma coisa para mim - pedi - Por que você está irritada com um pastor que a encoraja durante 15 minutos por semana a esperar benção financeira quando você acabou de investir 55 horas de sua vida em busca de dinheiro?
A crítica ao libertador financeiro é demoníaca.
Raramente os pacientes odeiam aquele que o curam.
Se você critica os ministérios de cura, não espere que a onda de cura flua em sua cada.
Se você critica os ministérios financeiros, não esperem que idéias de bençãos financeiras brotem dentro de você.
Se você despreza a unção daqueles que têm autoridade sobre você, não espere recompensas de proteção, provisão e promoção.
O que você respeitar virá em sua direção.
O que você desrespeitar se distanciará de você.
O reconhecimento da unção específica de Deus sobre outras pessoas pode aumentar sua unção milhares de vezes (Dt. 1.11)
MEUS COMENTÁRIOS
"Uma das tragédias comuns na presente geração é o desrespeito à unção financeira, colocada em poucos líderes. Poucos libertadores financeiros existem no Corpo de Cristo. Os que trilham esse caminho e abandonam-se completamente ao chamado divino, tornam-se objeto de escárnio, desprezo e ira."
Já foi explicado, em outras postagens, que o autor, assim como tantos outros, acabou distorcendo o conceito da unção bíblica. O derramar do óleo na cabeça dos reis do Antigo Testamento era o símbolo da experiência do derramar do Espírito Santo sobre a vida dos crentes, tanto que o apóstolo João nos diz: "Ora, vós [todos os crentes] tendes a unção da parte do Santo, e todos tendes conhecimento" (I João 2:20)
O mais adequado, mas não totalmente recomendável, seria tratar "unção" em termos de dons espirituais. Assim teríamos a unção (dom) da profecia, da fé, de línguas estranhas, da palavra da sabedoria, da palavra da ciência, de cura, de operação de milagres, de discernimento de espíritos, de variedade de línguas e interpretação de línguas.
A pergunta que não quer calar, nesse caso, é a seguinte: onde na Bíblia podemos encontrar essa tal de unção financeira? Onde está escrito sobre a figura dos "libertadores financeiros"? Em lugar nenhum. Se Mike Murdock diz que sim, com toda certeza se apóia em inferências totalmente destituídas de bases hermenêuticas.
Agora, se ele disser que foi Deus quem lhe falou sobre a existência de tais "libertadores financeiros", quem poderá convencê-lo do contrário? Fica apenas uma sugestão para o Mike: que ele largue a América, encontre outros "libertadores financeiros" e se mude para os rincões pobres da África, para viver entre os miseráveis. Com certeza os africanos estão precisando dessa unção financeira. Foi em regiões de miséria, semelhantes a essas, que Deus usou Elias e Eliseu, os exemplos prediletos de libertadores financeiros que Mike aponta em seu livro.
"A função é determinada por Deus, não por nós."
Com certeza é Deus quem determina a função de cada um no mistério cristão. Deve-se ressaltar, porém, que as funções que Deus delega estão registradas na Bíblia Sagrada. Permanece, portanto, o desafio a esse grande sábio, que aponte onde e quando, na conjuntura neotestamentária, Deus instituiu a função de libertador financeiro.
O apóstolo Pedro bem que poderia ter conhecido um libertador dessa espécie. Quando abordado pelo pedinte do templo confessou que não tinha prata nem ouro. O apóstolo Paulo também carecia de tal unção financeira, pois vivia em constante necessidade: "Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejuns muitas vezes, em frio e nudez." ( II Cor 11:27).
Certamente, o grande pregador John Wesley também careceu de um libertador financeiro, na sua época, pois "ao falecer, deixou no mundo "duas colheres, uma chaleira de prata, um casaco velho" e dezenas de milhares de almas, salvas em épocas de grande decadência espiritual." (Livros Heróis da Fé)
-Explique uma coisa para mim - pedi - Por que você está irritada com um pastor que a encoraja durante 15 minutos por semana a esperar benção financeira quando você acabou de investir 55 horas de sua vida em busca de dinheiro?
Certamente, essa senhora muito sábia, tinha conhecimento de que era mais proveitoso adquirir dinheiro através de jornada, dura e honesta, de 55 horas semanas, do que acreditar em promessas vãs de pessoas que alegam possuir essa tal de unção financeira. Ela, com certeza sabia que Deus abençoa o trabalho do justo.
A crítica ao libertador financeiro é demoníaca.
Na falta de argumentos racionais, bíblicos e teológicos, esses picaretas costumam apelar para a intimidação. Utilizam-se de um terrorismo psicológico para manter as pessoas na ignorância, na alienação.
DEMONÍACO É ESSA DOUTRINA DOS INFERNOS, CHAMADA VULGARMENTE DE DOUTRINA DA PROSPERIDADE QUE ENSINA QUE A POSSE DE RIQUEZAS É A EXPRESSÃO MÁXIMA, A EVIDÊNCIA DA BENÇÃO DE DEUS.
NADA MAIS DEMONÍACO.
Parabenizo-o pelo excelente e verdadeiro artigo.Fique na Paz.
Caríssimo amigo e irmão Cristiano. Tudo isso é fruto de interpretação equivocada misturada com orgulho besta.
A idéia principal é de um ser espiritual fora do contexto de igreja de Cristo. Espiritualização sem Escritura que a sustente, da nisso.
Essa tal de unção financeira so funciona excelentemente para eles, os inventores, tal qual aquelas correntes e pirâmides que aparecem principalmente em tempos de crise financeira global em que quem se enriquece são os primeiros a entrar no esquema. O "esquema" deles é melhor ainda, pois não investem nada, so usam o capital alheio.
Sempre destilam a (falsa) idéia de um "super-ser" e acham que foram elevados ao status de "gurus ungidos". Iludem enganosamente dando a impressão de que atingiram uma "aura" de santidade, de "iluminação", numa espécie de elite espiritual, que acirra a luta de classes entre os “mais” espirituais e os “menos” espiritualizados.
O poeta Fernando Pessoa escreveu : “Estou farto de semideuses“. E hoje diria: “Onde estão os pastores normais?”. A promessa diabólica proposta no Éden (“Sereis como Deus” Gn.3,5) ecoa, hoje e seduziu a muitos desses pseudos sábios.