Por Cristiano Santana
Tenho visto, através da mídia, que há um grupo de cristãos que apóia abertamente o PT. Para mim, já é uma tremenda contradição a filiação deles a um partido cuja ideologia, de fundo marxista, é flagrantemente contrária aos princípios cristãos. Agora presencio uma situação mais absurda e grotesca: eles se transformaram em defensores do programa anticristão desse partido, que inclue a descriminalização do aborto e o casamento gay.
Toda essa situação gerou dentro de mim a seguinte indagação: é possível ser cristão e petista sem implicar em contradição? Depois de refletir e ler, cheguei à conclusão que é completamente impossível, visto que Cristianismo e comunismo (PT) são como água e óleo, são como duas forças que se repelem violentamente.
Para começar, o herói dos petistas, Karl Marx, era ateu convicto. Ele negou a existência de Deus desde os primeiros até os últimos escritos. Aqueles que dizem que ele era apenas um ateu "relativo" que rejeitava apenas o Deus defendido pelos cristãos do século XIX, e não e o Deus do Cristianismo contemporâneo, nada mais fazem do que tentar tapar o sol com a peneira". Essa tese não se apóia em nenhuma interpretação coerente do marxismo.
As marcas do ateísmo pessoal de Marx também são claramente vistas em sua interpretação sociólogica da religião. Tudo mundo conhece a sua famosa declaração de que a religião era ópio do povo. Para quem não sabe o ópio foi a droga que os imperialistas ingleses tentaram utilizar para subjugar os chineses. Eles achavam que, quantos mais viciados estivessem os chineses, menos capacidade eles teriam de resistir à opressão inglesa. Para Marx a "droga" da religião era o elemento ideológico que conduzia o individuo à alternativa de um falso mundo, através do prisma de uma falsa crença. A religião era venenosa, pois desconstruía o mundo particular concreto do indivíduo.
Além disso, a religião era um instrumento alienante a serviço de grupos mais poderosos da sociedade, que ensinava o indivíduo miserável a se submeter à dureza da vida, sob a justificativa de que num mundo transcendente Deus lhes enxugaria todas as lágrimas. Enfim, segundo Marx e Engels, a religião, em todas as suas formas, era alienante e ideológica.
Cientes dessa abordagem negativa da religião, surgiram pensadores que tentaram superar a antítese entre o marxismo e o Cristianismo, atribuindo a este último um caráter igualmente revolucionário. Para tanto, utilizaram o exemplo de Thomas Muntzer, o teólogo alemão radical que se destacou na época da Reforma Protestante liderando a Guerra dos Camponeses. Muntzer tentou antecipar o advento do Reino de Deus, lutando por uma reforma social que eliminaria privégios e distinções. Acabou sendo esmagado pela guerra, principalmente depois que Lutero se manifestou contra a radicalidade do movimento.
Marx e Engels trataram de combater essa tentativa de conciliação entre o marxismo e o Cristianismo. Segundo eles, o Cristianismo só é capaz de uma pregação subversiva se subverter a sua própria pregação. Segundo eles, o que Muntzer propôs era uma mera utopia, inspirada pelo Cristianismo, mas não enraizada numa análise concreta das possibilidades reais da revolução, de acordo com as condições sociais da época. O comunismo de Muntzer é uma espécie de idealismo moral que foi além das condições sociais e econômicas prevalentes. "A Guerra dos Camponeses, o mais radical episódio da história germânica, sofreu a derrota por causa da teologia.
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Alguns teólogos acabaram aceitando que a politizaçao do cristianinismo representava, de fato, uma negação daquilo que lhe era essencial. O Cristianismo é transcendente, valoriza o outro mundo do porvir e representa um relação vertical entre o céu e a terra. Já o comunismo trata do mundo do "agora" concreto, representa um relação horizontal, ou seja um dimensão social, e é imanente à própria História. Além disso o Cristianismo se concentra em uma espiritualidades essencialmente individualista.
Há poucos anos atrás, tentaram, novamente dar uma roupagem marxista ao Cristianismo. Estou falando da Teologia da Libertação, um movimento populista na América Latina que tentou redefinir a comissão do Evangelho em termos da solução da pobreza e da exploraçao. Gutierrez, um dos principais proponentes dessa ideologia, adotou uma tese marxista: "prioridade da praxis sobre a teoria", um princípio que, segundo ele, derivava da "Teses sobre Feuerbach", de Marx. A Teologia da Libertação propugna que o Cristianismo deve funcionar na esfera política, social e econômica, atuando como instrumento de liberação da opressão. Essa porém foi mais um tentativa frustrada de desconstruir a verdadeira essencia dos Cristianismo. A Teologia da Libertação sofreu fortes resistência de importantes setores católicos e protestantes. Acusa-se tal ideologia de ter fechado os olhos para os assassinatos praticados em regimes ditos socialistas, como os de Cuba, com Fidel Castro, e da URSS stalinista. Ainda, acusa-se tal movimento de ser condescendente com a culpabilidade da Igreja, que segundos estudiosos, é bem menor do que julgam os promotores, e de deturpar o caminho divino, colocando-o em segundo plano diante da missão terrena de ajudar os pobres.
Em face do exposto, fica claro que o Marxismo e Cristianismo são duas ideologias completamente antagônicas, tanto na origem quanto nos fins. Não sou especialista em silogismo, mas sigamos esse raciocínio. O PT é um partido que apoia a ideologia comunista. Pastor "fulano de tal" é membro do PT. Logo o Pastor "fulano de tal" apoia a ideologia comunista. Então surge uma pergunta que é fruto da minha perplexidade: O que se passa na cabeça de um cristão quando decide filiar-se a um partido cuja ideologia é completamente anticristã?
Não é verdade que todo partido tem um ideologia? E não é verdade que, se sigo um partido, tambem sigo a sua ideologia? Não?
Fico imaginando se um dia criarem no Brasil o Partido Ateu. Ainda assim, se tal partido crescer assustadoramente, aparecerão pastores evangélicos desejando filiar-se ao mesmo. Então dirão que não estão comprometidos com a ideologia do partido, apenas com a importância da legenda. Não seria mais fácil assumir que decidiu passar para o lado dos inimigos de Cristo?
A sua observação faz sentido...Desperta Brasil.
E ser crente e apoiar um candidato maçon como José Serra???
Será que pode também?
Veja o vídeo e se possivel me oriente, pois estou confuso em quem votar.
José Serra e a Maçonaria
Acredito que demonizar um candidato que atuou para a população mais pobre, fez o Brasil crescer e a economia alavancar o país até no exterior, que fez o povo de novo ter patriotismo e 80% aprova-lo é no minimo esquisito. Ideologia? Marxismo? São nomes que não fazem sentido na politica ocidental, faz tempo. No fundo o que vemos no Brasil é uma "dualidade" (se é que pode ser chamada assim tantos sao os pontos de contato entre os dois candidatos) entre os liberais, que governa para os empresarios e quer ganhar dinheiro com suas decisoes (vide o foco nas privatizações) e do outro lado um governo que existe para os mais pobres. Infelizmente Lula cometeu erros ao se associar com corruptos. Existem mais Judas na politica do que bons "companheiros". E estes esquemas tem que ser combatidos. Mas demonizar este ou aquele candidato nao é sensato. Sensato é saber que o SENHOR é Soberano, dEle é o reino e o poder. E devemos escolher não os governantes que favorecerao este ou aquele lider religioso, com concessão de radio e tv, isenção de impostos, etc, mas aquele que exerça justiça para o órfão e a viuva, que defenda o direito do pobre.