O culto
Autor: Cristiano Santana
Já é noite
O banco frio da igreja
O corpo cansado do trabalho
A mente castigada pelas preocupações
É difícil pensar
Dói
Não devia estar no conforto do lar?
Mas estou aqui
Ouço os sons dos instrumentos
Ouço também uma voz
É o pastor cantando a harpa cristã
Em seguida o canto
Das senhoras, dos jovens, das crianças
Tudo a minha alma preenche
E o que estou pensando?
O meu espírito se eleva
Dissipam-se os pensamentos torturantes
Que lindas as imagens que surgem
Meu espírito é um quadro
Nele o Criador Eterno pinta maravilhas:
A sua obra de arte
Tempo e espaço me são estranhos
É o êxtase
Fluxos de poder que atravessam a minha alma
Torrentes divinas que lavam o ser
Existência árida que é tornada em jardim
A contemplação da glória se traduz em lágrimas
Alegria expressa num grito triunfante
Ecoa a voz do guerreiro renascido das cinzas
Desperta minha alma com a benção apostólica
Pensava estar no reino celeste
Mas ainda estou aqui, no mundo dos homens
E eu que quase não vim ao culto!
Como Deus nos protege?
Há 16 horas
Cristiano
A proposta do nome em cacofonia (oculto = escondido) é procurar outras mensagens? Se sim, está de parabéns pela criatividade nesta composição. Eu li os versos de forma saltada. Primeiro verso, depois o terceiro, o quinto... E após o último fui ao segundo, quarto, sexto... O resultado da leitura é bom!
Abraço.
Eliseu Antonio Gomes
http://belverede.blogspot.com/
Prezado irmão Elizeu.
Obrigado pela visita. Sempre tive a intenção de escrever poemas, mas queria fugir um pouco da métrica, da obrigação de fazer rimas e seguir a tendencia moderna. Estou pedindo a Deus mais inspiração.
Por incrível que pareça a combinação de palavras do título não foi intencional, mas a sua fantástica observação me surpreendeu. Creio que tenha sido obra do Espírito Santo (rs)
Fique na paz!
Irmão Cristiano
A mente humana é realmente surpreendente.
Eu aprendo um pouco porque o que sei sobre cacofonia, é que, além de se tratar de encontros de vocábulos, é "algo desagradável ao ouvido." E "oculto" não é "cacofônico.
Observei sim, que seu poema trata-se da liturgia. Essa foi sua intenção, não?
Parabéns, portanto, pela criatividade de "O Culto". Continue fazendo versos......mas não cacofônicos.....rs.
Abraço, irmão.
Helena
Obrigado Helena pelo comentário.
Na verdade teria ocorrido um trocadilho fonológico se eu tivesse mudado o título para "O Culto oculto". O efeito resultaria da alteração na colocação das pausas. Veja outros exemplos:
Dever de ver, Lavrador lavra dor.
Não se trata de uma cacofonia, conforme você falou, pois a cacofonia é o trocadilho fonológico acidental e cômico em que o enunciado elíptico implícito, inesperado pelo emissor resulta no chulo, obsceno, no grotesco, etc. Não foi esse o caso do título do poema.