DO CONTROLE E DA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
DOS DIRIGENTES DE CONGREGAÇÃO
DOS DIRIGENTES DE CONGREGAÇÃO
Como qualquer organização, uma igreja precisa de um controle que consiste de coisas que a administração faz para que os planos sejam cumpridos como se tencionava. Em outras palavras, controle é o processo de se assegurar que os objetivos organizacionais e administrativos sejam alcançados. Preocupa-se com a maneira de as coisas acontecerem com o planejado. É semelhante aos sinais da estrada que indicam que estamos no caminho certo.
Podemos pensar no controle como uma resposta à pergunta: “Como vãos as coisas?”. Essa é a essência do controle: ter certeza de que o desempenho planejado é executado com eficácia.
É evidente que as igrejas atualmente realizam eficientes controles, sobretudo em áreas cruciais, como a financeira, a fiscal e a de pessoal contratado. Mas há outro tipo de controle que eu considero ainda deficiente e que tem maior relação com as responsabilidades do Reino de Deus: a monitoração do que se passa nas congregações.
Nos vários anos em que fui secretário geral de um importante ministério assembleiano freqüentemente eu atendia irmãos que compareciam à matriz para pedir ajuda. Muitos deles, chorando, diziam-se abandonados pela administração central, lançados ao arbítrio de dirigentes que, muitas vezes, desobedeciam às orientações do pastor-presidente. Acredito que as diretorias de outros ministérios passem pela mesma experiência. É claro que grande parte da queixa dos crentes das congregações é completamente infundada; mas algumas têm fundamentos consistentes, apontando, efetivamente, para o abuso de autoridade do dirigente.
Como agir, então, para minimizar ao máximo essas situações desagradáveis e que tanto atravancam a obra de Deus? Como eu disse acima, consegue-se isso através do controle. Porém, há métodos que considero pouco eficientes, e outros que considero bastante eficientes. Comecemos pelos menos eficientes.
Não creio que a análise dos relatórios financeiros de uma congregação e o recebimento de denúncias sejam os métodos mais eficientes para controlar, isto é, monitorar o desempenho de um dirigente. A análise fria dos aspectos financeiros da congregação primeiramente pode induzir a um erro de avaliação, pois vários fatores fortuitos e inesperados, sem culpa do dirigente, podem determinar a redução da captação de dízimos e ofertas. Em segundo lugar, a utilização de um relatório financeiro para esse fim faz com que qualquer igreja corra o risco de se degenerar em uma mera entidade com fins lucrativos.
Vê-se também certa contradição no “denuncismo”. Os crentes são ensinados a serem obedientes aos seus pastores porque isso é agradável ao Senhor, e isso inclui não falar mal deles. Por outro lado, líderes eclesiásticos tomam ciência dos problemas da congregação, através das denúncias desses mesmos crentes. Ironicamente os crentes tornam-se importantes ferramentas de controle, sendo úteis precisamente naquilo que são proibidos de fazer! Que dilema sofrem os crentes que testemunham dirigentes cometendo arbitrariedades! Ficam indecisos entre obedecer cegamente e denunciar. Se decidirem obedecer terão de agüentar, dia a dia, o dissabor de uma liderança inadequada. Se decidirem denunciar, terão de correr o risco de serem taxados de fofoqueiros, desobedientes, rebeldes, etc., caso a denúncia não seja recebida.
Os dois métodos acima mencionados, além de serem inadequados, também têm natureza apenas corretiva, pois quando o pastor-presidente intervém na congregação é para apagar um incêndio que já saiu do controle. Precisamos de métodos preventivos que detectem o problema já no início e determinem um curso de ação para corrigi-los imediatamente. Vejamos quais eu tenho em mente:
Grandes organizações realizam, “in loco” algum tipo de análise periódica da situação de suas filiais ou unidades. Tomemos como exemplo o sistema judiciário. O corregedor geral realiza a chamada “correição” que consiste em uma visita a cada uma das varas da sua jurisdição para tomar ciência do andamento dos trabalhos e sanar qualquer irregularidade que venha a ser detectada. Eles agem assim porque sabem que estatísticas não dizem tudo. É preciso sentir a situação “na pele”.
Creio que haveria um progresso maior, caso os pastores-presidentes enviassem representante às congregações, periodicamente, com o objetivo de ter maior contato com a sua realidade, seus progressos e seus problemas. A melhor ocasião para essa visita seria na reunião administrativa que o dirigente costuma realizar com todos os membros. Não é necessário que o representante da matriz se manifeste na reunião; acompanhá-la silenciosamente e atentamente já seria o suficiente para tirar algumas conclusões importantes.
Além das visitas periódicas, outros métodos poderiam ser utilizados para se saber o que se passa na congregação. Por que não uma avaliação do grau de satisfação dos próprios crentes? Que tal uma contagem da membresia em certo período, com a assinatura de cada membro na listagem dos nomes? Acho que uma estatística de conversões também seria interessante. Se pensarmos um pouco, creio que outras idéias surgirão. O que não pode acontecer é um dirigente permanecer em uma congregação mesmo sendo rejeitado por mais de 70%, 80% ou até mais de 90% dos membros, fato esse que eu já testemunhei em minha vivência cristã. Quando Paulo de despediu dos crentes de Eféso toda a igreja chorou. Hoje, em algumas congregações assembleianas, quando o dirigente é substituído todos choram de alegria!
Será que para ser homem de Deus, preciso ser impopular na minha congregação? Discordo. Ainda prefiro seguir a opinião de Charles H. Spurgeon, um dos maiores pregadores de todos os tempos: “Nem todas as igrejas são sábias, e nem todas julgam no poder do Espírito Santo, mas muitas julgam segundo a carne. Apesar disso, estaria mais pronto para aceitar a opinião de um grupo do povo do Senhor do que a minha própria opinião sobre um assunto tão pessoal como o dos meus dons e graças. De qualquer forma, quer valorizem o veredicto da igreja quer não, uma coisa é certa: nenhum de vocês pode ser pastor sem o amoroso consentimento do rebanho. Portanto, este lhes servirá de indicador prático, senão correto [de que vocês foram chamados para o ministério]” (Lições aos meus alunos, Volume 2, pág.37 – Publicações Evangélicas Selecionadas)
Grande Cristiano!
Bom te-lo de volta!
Abraços.
Danilo
É...
Senti saudades dessa linda atividade e do contato com meus irmãos blogueiros. Creio que a partir de agora não haverá mais interrupções.
Um grande abraço meu irmão.