AUTOR: CRISTIANO SANTANA
"Diz o insensato no seu coração: Não há Deus. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem." (Salmo 14:1)
Segundo o "Dicionário de Filosofia", de Nicola Abbagnano, o termo "ateísmo" é definido, em geral, como a negação da causalidade de Deus. O reconhecimento da existência de Deus pode ser acompanhado pelo ateísmo se não incluir também o reconhecimento da causalidade específica de Deus.
O comentário de Adam Clarke's, sobre o salmo 14, ajuda-nos a esclarecer a idéia contida no parágrafo anterior:
"Não há Deus!"."Ninguém", alguém diz, "a não ser um insensato poderia dizer isso." A palavra não deve ser tomada no sentido estrito em que usamos o termo "ateu", que é alguém que nega a existência de Deus, ou o confunde com a matéria.
Clarke continua, apresentando os três tipos de ateus:
"1-Há alguns, não muitos, que negam (teoricamente) a existência de Deus.
2-Há outros que, sem negar absolutamente a existência divina, negam a sua providência, isto é, eles reconhecem o Ser de infinito poder, etc., mas acham que ele não governa o mundo."
3- Há outros, e esses são numerosos, que, apesar de professarem e reconhecerem a existência e a providência de Deus, negam-nas em seus corações, e vivem como se eles estivessem persuadidos de que não há Deus nem para punir nem para recompensar.
O nabal (traduzido "insensato") do presente salmo, encaixa-se perfeitamente no terceiro tipo de ateu, descrito por Clarke. Seu comportamento traduz o que passou a ser conhecido como ateísmo prático.
Eles não podem duvidar do ser de Deus, mas questionarão o seu domínio. Ele diz isso "em seu coração"; não é o seu julgamento, mas sua imaginação. Ele não pode dizer, satisfatoriamente, que não há Deus, mas deseja que não haja um, e apraz a si próprio com a imaginação de que é possível que não haja nenhum. Ele não pode ter certeza de que Deus exista; entretanto ele deseja pensar que não há um. Ele não se atreve a falar, para não ser contrariado, mas ele sussura, secretamente, em seu coração, para silenciar o clamor de sua consciência e incentivar a si mesmo nos caminhos do mal. (Comentário Matthew Henry)
Dessa forma, o ateísmo prático é um estilo de vida que nega a Deus, não através de palavras, mas através da conduta. Ateus práticos declaram que acreditam em Deus, mas, em verdade, negam Sua existência através de cada um de seus feitos.
Não existe a palavra "há" no original de Salmos 14:1. A tradução literal seria "não Deus", "nada Deus", ou "Deus não é". Isso pode ser entendido, não como uma tentativa de negar a Deus teoricamente, como tem feito Dawnkis ou Dennet, através do uso de argumentos estruturados logicamente. Essa tradução pode apontar apenas para um atitude negativa do sujeito, no sentido de rejeitar a intromissão de Deus na sua vida particular e de achar que não deve satisfações ao criador.
Esse ateísmo prático tem sido a mais danosa forma de negação de Deus, pois, ao se refletir na conduta, gera consequências desastrosas em toda a sociedade. Os Estados Unidos da América, cuja população é predominantemente protestante, têm sofrido terrivelmente os efeitos desse grande mal, isto porque a maioria dos habitantes daquele país hoje são apenas cristãos nominais. Professam uma fé evangélica, porém levam uma vida pecaminosa, em total desobediência à Palavra de Deus.
As evidências indicam que o ateísmo prático também tem assolado a comunidade evangélica em nosso país.
Ninguém seria louco de proclamar, do alto do púlpito, em uma igreja lotada, que todo culto evangélico é frequentado por muitos ateus. Pareceria logicamente absurdo, pois, se todos estão ali louvando, adorando e prestando atenção à pregação, é porque crêem em Deus e em sua existência.
Mas e quanto à conduta do crente fora da templo? Qual resultado teríamos se fosse feita uma análise minuciosa da vida prática de cada um deles? Creio que o resultado seria assombroso.
Como posso classificar de cristão alguém que, em sua vida privada, não ora a Deus, não lê a Bíblia e não se declara cristão nos ambientes que frequenta?
Há cristãos que tomam decisões sem sequer perguntar se ela está de acordo com a vontade de Deus. Eles não vêem nenhum problema em namorar pessoas não-cristãs. Eles tem relações sexuais fora do casamento sem nenhum peso de consciência e depois vão, com o maior sinismo do mundo, cantar no conjunto da igreja. Destestam ir à Escola Bíblica Dominical. Também, durante o culto, ficam conversando do lado de fora. Frequentemente eles têm um comportamento mais vil do que o do muitos ateus que negam a Deus teoricamente.
Essas pessoas que estão em nossas igrejas, mas não têm compromisso algum com Deus, que não dão a mínima importância para aquilo que Deus pensa sobre suas condutas, podem ser adequadamente, e com toda justiça, declarados ateus práticos. O engraçado é que, se perguntarmos a eles se são cristãos, eles respondem, com a maior convicção do mundo, que são.
Infelizmente essa é a realidade. Coisas terríveis têm sido cometidas, dentro das igrejas, por aqueles que declaram crer em Deus, mas o negam através de sua obras.
Hoje eles dizem que "não há Deus" a quem devam prestar contas de suas ações, mas no juízo final todas as suas obras serão reveladas pela luz.
Prezado Pb. Cristiano, creio que o problema começa no púlpito. No ensino da Palavra, na unção do Espírito, no amor para com as ovelhas. Nos muitas vezes ensinamos o crente (membro em geral) a ser hipócrita. Como assim? Vou explicar. Dizemos, irmãos este lugar é santo (se referindo ao templo e não ao nosso próprio corpo), damos mais valor espiritual ao tijolo e cimento do que as pessoas. Quando Jesus “TABERNACULOU”, ou seja habitou entre nos, o sentido é no coração e vida daqueles que o amam e crêem nele (nas suas palavras) e uma das principais são: Eis que estou covosco todos os dias ate a consumação dos séculos, Mt 28 ; farei morada dentro daqueles que crêem em minhas palavras, e também o Espírito Santo e o próprio Pai, João 14 e 16. E tudo isso se da pela fé ao ouvir a palavra de Deus. O jovem por exemplo pensa assim: oh, na igreja (templo de tijolo) eu devo ser santo, saindo dela ele vira outra coisa. Igreja somos nos. Moradas do Espírito Santo, de Jesus e do Pai. Deus não habita em templos feitos por mãos humanas. Raro é um membro ter essa noção de morada na pratica diária, porque não é ensinado na verdade, e sim de outra forma que a bíblia não da nenhuma importância.
Irmão Gilson
Muito obrigado por seu comentário. O tema da aula da EBD de hoje foi a tipologia no livro de Levítico. Gostei muito de ensinar sobre o holocausto que espiritualmente significa dedicação total a Deus.
É isso aí. Nossa entrega a Deus deve ser total, em todo lugar e em todo tempo.
Graça e paz