Por: Cristiano Santana
Durante nossa existência, é impossível não experimentar inúmeros conflitos, vinculados a praticamente todos os aspectos de nossas vidas. Não é sem fundamento que se pode dizer que o homem pós-moderno sofre muito mais com essas perturbações psíquicas do que aquele que viveu em épocas remotas. O aumento da violência; o mercado altamente competitivo; a vida turbulenta e apressada; a deteriorização da família; os colapsos climáticos, sociais e financeiros; tudo isso torna o homem mais suscetível a crises.
Podemos dividir os conflitos pessoais em externos e internos. Os primeiros desencadeiam-se mediante a influência de fatores objetivos, de situações realmente existentes. Resultam do desemprego, do falecimento de um ente querido, de uma doença, de um acidente, de um conflito de interesses, etc. Expressam o conflito do homem com os elementos ameaçadores do mundo real que põe a sua integridade em risco.
Durante nossa existência, é impossível não experimentar inúmeros conflitos, vinculados a praticamente todos os aspectos de nossas vidas. Não é sem fundamento que se pode dizer que o homem pós-moderno sofre muito mais com essas perturbações psíquicas do que aquele que viveu em épocas remotas. O aumento da violência; o mercado altamente competitivo; a vida turbulenta e apressada; a deteriorização da família; os colapsos climáticos, sociais e financeiros; tudo isso torna o homem mais suscetível a crises.
Podemos dividir os conflitos pessoais em externos e internos. Os primeiros desencadeiam-se mediante a influência de fatores objetivos, de situações realmente existentes. Resultam do desemprego, do falecimento de um ente querido, de uma doença, de um acidente, de um conflito de interesses, etc. Expressam o conflito do homem com os elementos ameaçadores do mundo real que põe a sua integridade em risco.
As crises internas, por outro lado, são de natureza predominantemente subjetiva e muitas vezes não dependem de um fundamento real. Elas são alimentadas por perturbações que se originam no interior da própria alma e tem forte ligação com o tipo de personalidade de cada pessoa.
Talvez alguém possa objetar contra essa distinção entre conflitos externos e internos, dizendo que a diferenciação é artificial, afinal de contas o homem sofre pelo fato de "estar lançado no mundo" como diz Heidegger. Isso implica que, de alguma forma, todo conflito tem vinculação com a realidade externa, isto é, com a vivência no mundo. Prefiro, porém, unir-me ao pensamento de Kierkegaard, nesse sentido, em sua afirmação de que a precariedade da existência humana advém da angústia, como relacionamento do homem com o mundo, da desesperação, como relacionamento do homem consigo mesmo, e do paradoxo, como relacionamento do homem com Deus.
Os conflitos internos, de que falo, são exatamente aqueles que resultam da relação do homem consigo mesmo. Fato incontestável é que cada tipo de personalidade projeta os seus próprios conflitos, os quais, muitas vezes se desenvolvem quando tudo parecer estar bem ao redor. Lembra, em muito, aquelas situações em que a pessoa "faz uma tempestade em copo de água", quando não há motivos para isso. Enfim, pode-se construir a seguinte máxima: "para cada personalidade, o seu conflito". Vejamos alguns exemplos:
O "reformador" sofre conflitos por querer ser perfeccionista. Ele idealiza um mundo perfeito que nunca existirá e que ele nunca alcancará. Sente-se frustrado por também não achar essa perfeição nas pessoas.
O tipo "ajudador" sofre conflito por querer viver para agradar aos demais. No afã de querer ajudar os outros, muitas vezes acaba esquecendo de si mesmo.
O tipo "realizador" sofre conflitos por querer sempre ter êxito no que faz, por acreditar que o sucesso deve ser algo constante na vida. Ele não aceita que muitas vezes o mundo apresenta obstáculos intransponíveis e que, em alguns situações, a medida mais sábia é abandonar o projeto que foi elaborado. Precisa entender que às vezes uma queda é necessária para que ocorra uma exaltação.
O tipo "individualista" (romântico, introspectivo) sofre conflitos por se retrair demais e por sonhar demais. Ele se abstrai da tragicidade do mundo real e cria um mundo da fantasia, uma dimensão na qual ele gostaria de viver, mas que é completamente utópica. Sofre por viver recluso dentro de si mesmo.
O "entusiasta" (otimista, aventureiro) sofre conflitos por querer sempre viver experiências novas e estimulantes. Acredita que a vida sempre deve ser uma festa. Por isso costuma fugir da responsabilidades e dos compromissos. Não aceita que nessa vida temos de experimentar fases estáticas, até dolorosas, para poder colher algo bom à frente.
O tipo "patrão" sofre conflitos por sempre querer ser dominador. Não aceita a possibilidade de se submeter a ninguém. Acha que todas as suas opiniões devem ser incondicionalmente aceitas, as suas ordens executadas, a sua presença respeitada. Por isso sofre quando as intempéries lhe sobrevém, fazendo com que ele tenha que se humilhar e depender dos outros.
Enfim, é impressionante atestar como se mantém constante a relação entre dado conflito e o tipo de pessoa que o vivencia. Creio que a solução seria cada pessoa "conhecer a si mesma" como dizia Sócrates, reconhecer a si mesma como o principal obstáculo para uma vida feliz, enxergar que o caráter extremado de suas opiniões, sobre os vários aspectos da vida, costuma ser a razão de suas crises.
Os vários tipos de personalidades não são ruins por natureza, pois desempenham o importante papel de elementos construidores do próprio ego. Os conflitos internos, na verdade, são fruto do desequilíbrio dessas inclinações. A virtude, como disse Aristóteles, "é o justo meio". Ela existirá, enquanto houver uma equistância entre os dois extremos. Nem medroso, nem temerário, mas corajoso. Nem timido, nem anti-social, mas discreto, etc.
Talvez alguém possa objetar contra essa distinção entre conflitos externos e internos, dizendo que a diferenciação é artificial, afinal de contas o homem sofre pelo fato de "estar lançado no mundo" como diz Heidegger. Isso implica que, de alguma forma, todo conflito tem vinculação com a realidade externa, isto é, com a vivência no mundo. Prefiro, porém, unir-me ao pensamento de Kierkegaard, nesse sentido, em sua afirmação de que a precariedade da existência humana advém da angústia, como relacionamento do homem com o mundo, da desesperação, como relacionamento do homem consigo mesmo, e do paradoxo, como relacionamento do homem com Deus.
Os conflitos internos, de que falo, são exatamente aqueles que resultam da relação do homem consigo mesmo. Fato incontestável é que cada tipo de personalidade projeta os seus próprios conflitos, os quais, muitas vezes se desenvolvem quando tudo parecer estar bem ao redor. Lembra, em muito, aquelas situações em que a pessoa "faz uma tempestade em copo de água", quando não há motivos para isso. Enfim, pode-se construir a seguinte máxima: "para cada personalidade, o seu conflito". Vejamos alguns exemplos:
O "reformador" sofre conflitos por querer ser perfeccionista. Ele idealiza um mundo perfeito que nunca existirá e que ele nunca alcancará. Sente-se frustrado por também não achar essa perfeição nas pessoas.
O tipo "ajudador" sofre conflito por querer viver para agradar aos demais. No afã de querer ajudar os outros, muitas vezes acaba esquecendo de si mesmo.
O tipo "realizador" sofre conflitos por querer sempre ter êxito no que faz, por acreditar que o sucesso deve ser algo constante na vida. Ele não aceita que muitas vezes o mundo apresenta obstáculos intransponíveis e que, em alguns situações, a medida mais sábia é abandonar o projeto que foi elaborado. Precisa entender que às vezes uma queda é necessária para que ocorra uma exaltação.
O tipo "individualista" (romântico, introspectivo) sofre conflitos por se retrair demais e por sonhar demais. Ele se abstrai da tragicidade do mundo real e cria um mundo da fantasia, uma dimensão na qual ele gostaria de viver, mas que é completamente utópica. Sofre por viver recluso dentro de si mesmo.
O "entusiasta" (otimista, aventureiro) sofre conflitos por querer sempre viver experiências novas e estimulantes. Acredita que a vida sempre deve ser uma festa. Por isso costuma fugir da responsabilidades e dos compromissos. Não aceita que nessa vida temos de experimentar fases estáticas, até dolorosas, para poder colher algo bom à frente.
O tipo "patrão" sofre conflitos por sempre querer ser dominador. Não aceita a possibilidade de se submeter a ninguém. Acha que todas as suas opiniões devem ser incondicionalmente aceitas, as suas ordens executadas, a sua presença respeitada. Por isso sofre quando as intempéries lhe sobrevém, fazendo com que ele tenha que se humilhar e depender dos outros.
Enfim, é impressionante atestar como se mantém constante a relação entre dado conflito e o tipo de pessoa que o vivencia. Creio que a solução seria cada pessoa "conhecer a si mesma" como dizia Sócrates, reconhecer a si mesma como o principal obstáculo para uma vida feliz, enxergar que o caráter extremado de suas opiniões, sobre os vários aspectos da vida, costuma ser a razão de suas crises.
Os vários tipos de personalidades não são ruins por natureza, pois desempenham o importante papel de elementos construidores do próprio ego. Os conflitos internos, na verdade, são fruto do desequilíbrio dessas inclinações. A virtude, como disse Aristóteles, "é o justo meio". Ela existirá, enquanto houver uma equistância entre os dois extremos. Nem medroso, nem temerário, mas corajoso. Nem timido, nem anti-social, mas discreto, etc.
No dia que os homens atentarem para essa realidade, eles pararão de gerar suas próprias crises, seus próprios fantasmas. É claro que Deus pode ajudá-los nessa jornada, mas esse é um assunto para tratarmos na área de Teologia (risos).
Cada tipo, é uma reserva de inteligência dentro de cada ser humano para ser provada no amor ao próximo, e, não, usada para a sua própria vontade.
Se não, qualquer doutrina de obediência à Cristo, é rejeitada como uma aberração.
luiz cledio
Cristiano,
Muito interessante seu texto. É para refletir e entender realmente as diferenças.
Continuarei lendo para aprender mais através de seu ponto de vista.
Um forte abraço,
Ricardo
Caro Cantini
Obrigado por sua visita e este blog. Tenho refletido bastante sobre os vários tipos de personalidades existentes. A conclusão sempre é essa: Como as pessoas são complicadas (rs)
O importante é que cada um tenha consciência de suas próprias deficiências e tenta corrigi-las. Isso é já um início. Terrível é saber que existem totalmente cegas quanto aos seus defeitos.
Um grande abraço
É verdade Luiz Clédio
Quanto mais nos dedicamos ao serviço em prol do próximo, mas o nosso ser é aperfeiçoado.
Um grande abraço