Por: Cristiano Santana
Mas o que significa entregar alguém nas mãos do Senhor? À primeira vista esse ato parece ser uma manifestação extremamente piedosa, já que o crente abre mão de vingar-se, quando ofendido por alguém, entregando a sua causa ao Todo-Poderoso. Como censurar a alguém que, ajoelhado, e até mesmo chorando, apela ao Justo Juiz?
Praticamente todo mundo já ouviu aquele "poderoso" testemunho do crente que "entregou" o seu inimigo nas mãos do Senhor. O testemunho geralmente tem essas fases: a) o crente é maltratado ou humilhado por um ímpio; b) logo em seguida o crente "entrega" o ímpio nas mãos do Senhor; c) Finalmente, o castigo de Deus vem sobre a vida do ímpio.
Mas o que significa entregar alguém nas mãos do Senhor? À primeira vista esse ato parece ser uma manifestação extremamente piedosa, já que o crente abre mão de vingar-se, quando ofendido por alguém, entregando a sua causa ao Todo-Poderoso. Como censurar a alguém que, ajoelhado, e até mesmo chorando, apela ao Justo Juiz?
Entretanto, um exame mais atento revelará que, na maioria das vezes, essa prática é motivada por um sentimento perverso de ódio contra o outro. Entregar alguém nas mãos do Senhor significa invocar sobre a vida do inimigo as mais terríveis maldições de Deus; essa oração imprecatória expressa o anseio de contemplar a destruição total de um desafeto.
A natureza satânica desse ato revela-se cristalina quando o crente sobe ao púlpito e conta, triunfantemente, como Deus julgou a sua causa infligindo ao inimigo as mais terríveis punições: câncer, atropelamento, falência financeira e até a morte. Assiste-se, portanto, a uma cena paradoxal: a alegria do cristão diante da tragédia de um ser humano. Infelizmente, a massa ignorante exulta com o "tristemunho", sem saber que está apoiando um erro bizarro.
A Palavra de Deus ensina claramente qual deve ser a reação do cristão diante das ofensas. O cristão deve orar pelo seu inimigo; abençoá-lo; dar-lhe comida e água na hora da fome ou da sede. Os princípios bíblicos, vistos de forma sistemática, nos ensinam que a morte do ímpio é fundamentalmente motivo de tristeza e não de alegria, pois trata-se de mais uma alma que perece sem salvação. Na Nova Aliança o desejo de vingança é expressamente proibido. É oportuno lembrar como Jesus repreendeu ao filhos do trovão, quanto a esse aspecto e como pediu que o Pai perdoasse aqueles que o ridicularizavam durante a sua crucificação.
Retribuir o mal com o bem, a maldição com a benção, não significa mostrar-se sempre passivo diante das agressões. O cristão tem todo o direito de defender o seu direito, mas isso não pode ser motivo para alimentar um ódio mortal contra aquele com quem pleiteia. Legítima defesa não é assassinato.
Em face do exposto, fica evidente que "entregar alguém ao Senhor" só é uma prática legítima se nela houver a intenção de pedir que as mais ricas bençãos sobrevenham sobre a vida daquele que nos perseguem. O contrário disso não tem respaldo na palavra de Deus, pelo contrário, tem procedência totalmente maligna. O amor quer o bem do outro e não o mal.
Pb. Cristiano,
a Paz!
Se as pessoas entendessem bem verdades como essa em seu texto, certamente muita gente teria menos dificuldade em praticar o perdão, e teriam menos mágoas umas das outras.
É preciso ler e pesquisar bem o que a Bíblia nos tem a dizer.
Abraço e Paz do Senhor!
Prezado Matias
Curioso é notar a resistência que grande parte dos cristãos têm a esse ensinamento. Ainda estamos muito longe do exemplo que Cristo nos ensinou.
Um grande abraço
Cristiano
Rapaz, eu sou ateu de carteirinha. Mas se vc conseguisse disseminar este teu pensamento neste post, para um número percentualmente considerável de cristãos, eu veria nisto, a prova de que deus existe e me converteria à sua fé, pois acho muito improvável que isto seja alcançado, porque o ser humano é nojento por natureza, e, se um grupo grande mudasse de pensamento subitamente, eu seria forçado a reconhecer a ação do sobrenatural ou divino.
Enquanto isto não ocorre, no lugar em que principalmente deveria ocorrer (congregação de seguidores de religiões ou cristo), eu fico com a minha crença na descrença!
Mais uma vez, grande parte desse ônus é da liderança que ensina doutrinas estranhas (mas que metem medo nos fieis) do tipo gafanhotos que comem suas riquezas (se não der o dizimo). Tudo visando "o bem estar", só não sei de quem.
Ensinar a verdade sobre varios detalhes da vida cristã deixou de ser importante, pois confiam que os costumes e as tradições não podem ser mudadas, e aí empurra-se com a barriga um monte de erros que estão por aí anos a fio.
E nós aí, batendo palmas pra maluco dançar.