Cristiano Santana - Uma visão do mundo

VOCÊ QUER SER FELIZ OU BEM-AVENTURADO? (AVISO: NÃO SÃO A MESMA COISA!)


Por Cristiano Santana

Talvez a palavra "felicidade" seja a promessa mais oferecida pelas igrejas, em sua tarefa de atrair as pessoas. O "slogan" mais utilizado costuma ser este: "Pare de sofrer! Venha ser feliz". Tal método publicitário tem fulcro no fato constatado de que os seres humanos perseguem, quase que instintivamente, a realização da felicidade, o maior de todos os objetivos da existência.

Imaginemos que o aludido "slogan" fosse alterado para: "Pare de sofrer!Venha ser um bem-aventurado!". Será que o mesmo sentido seria mantido? "Bem-aventurado" e "feliz", significaram, nesse caso, a mesma coisa? Semânticamente, teriam o mesmo valor? A resposta é NÃO?

Analisando, adiante as diferenças entre essas duas palavras, tenho certeza que no final o leitor perceberá que as igrejas se esvaziariam bastante se, no lugar da felicidade, fosse oferecida a bem-aventurança a esse povo escravizado pelo vício consumista, que busca a plena satisfação mundana, através da aquisição de bens materiais, em detrimento dos espirituais.

Vejamos, portanto, as diferenças entre felicidade e bem-aventurança

DIFERENÇA ETIMOLÓGICA

Felicidade: Deriva do grego "eudaimonia", palavra que não ocorre no Novo Testamento. Significa, em geral, estado de satisfação completa, devido à situação no mundo. É um conceito humano e mundano. Nasceu na Grécia, onde Tales julgava que "feliz é quem tem corpo são e forte, boa sorte e alma bem formada". Posteriormente foi tratada como o sistemas dos prazeres particulares, em que se somam também os passados e os futuros, primeiro pelos epicuristas, depois, pelo movimento humanista.

Bem-aventurança: Deriva do grego "makarios" e outras palavras correlatas ("makarismos", "makarizo"). Significa estado de satisfação completa, perfeitamente independente das vicissitudes, das instabilidades do mundo; é indiferente à toda realidade externa e está vinculada a uma vida predominantemente contemplativa. Esta palavra começou a adquirir importância quando Sócrates, Aristóteles e Platão começaram definir a felicidade como sendo a posse da virtude, da temperança, da sabedoria, acepções que posteriormente foram adotadas pela tradição cristã.

DIFERENÇA TEOLÓGICA

Como explicado acima, a felicidade (eudaimonia) é um termo inexistente no Novo Testamento que se utilizada, predominantemente da idéia de bem-aventurança (makarios, marismos, makarizo) para designar uma vida de completa satisfação. No judaísmo helênico a influência helenística se mostrava claramente no emprego da palavra "makarios" (bem-aventurado), especialmente em Filo. Segundo ele, só a divindade atinge a bem-aventurança. O Senhor Jesus, seguindo a tradição apocalítica, usou essa palavra no Sermão da Montanha: "Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados, etc." (Mateus 5)

Nestes pronunciamentos de Jesus, o presente e o futuro se relacionam entre si. Isto fica claro na versão que Lc dá deles em 6:20 e segs., onde a palavra "agora" se coloca em v.21, sublinhando este relacionamento. "Bem-aventurados vós os que agora tendes fome, porque sereis fartos". Agora se eclipsam todos os benefícios que eram louvados no helenismo e no Antigo Testamento. A estimativa predominante do reino de Deus leva consigo uma inversão de todas as avaliações costumeiras. De fato, parece paradoxal chamar de bem-aventurada uma pessoa que vive uma situação completamente adversa, como por exemplo, um cristão preso, esperando o momento de ser executado na fogueira.

DIFERENÇA TEMPORAL

Por não depender de condições externas, vale dizer, circunstanciais, a bem-aventurança é um estado capaz de se prolongar indefinidamente no tempo, ao contrário da felicidade, que depende de variáveis concretas, como saúde, beleza, dinheiro, amigos, bens, etc. O problema é que a imprevisilibidade é uma constante que domina o mundo, representando sempre uma ameaça a uma situação confortável no presente. Um acidente, uma doença, uma falência, a perda do emprego, ou até mesmo a morte, podem interromper, drásticamente, uma temporada de felicidade.

O caráter intemporal da bem-aventurança pode ser consubstanciado pela promessas do Senhor Jesus. A fruição das bem-aventuranças começa agora, mas o gozo total e máximo dessa dádiva ocorrerá na eternidade, quando seremos consolados, fartos, veremos a Deus, alcançaremos misericórdia, etc.

Enfim, a idéia de duração não é essencial à felicidade que sente a influência de qualquer diferença, mas é essencial à bem-aventurança.

DIFERENÇA QUANTO À ALCANÇABILIDADE

Quanto à felicidade, é importante apresentamos a abordagem de Kant para quem a "felicidade é a satisfação de todas as nossas inclinações, tanto em extensão, quer dizer, em multiplicidade, como em intensidade, quer dizer, em grau, e em protensão, quer dizer, em duração" (Crítica da Razão Pura). O filósofo alemão teve o mérito de enunciar com rigor a noção de felicidade, e, em segundo lugar, de mostrar que essa noção é empiricamente impossível, irrealizável. De fato, não é possível que sejam satisfeitas todas as tendências, inclinações e volições do homem, porque de um lado a natureza não se preocupa em vir ao encontro do homem, com vistas a essa satisfação total, e de outro porque as próprias necessidades e inclinações nunca se aquietam no repouso da satisfação (Critica do Juízo)

A bem-aventurança (beatitude), pelo contrário, é plenamente realizável pois independe das lides mundanas e se sustém na disposição interna da alma. Por exemplo, para Aristóteles a felicidade é o estado ideal do sábio. Tomás de Aquino diz que a bem-aventurança é a última perfeição do homem, isto é, a atividade da faculdade da alma mais elevada, o intelecto na contemplação da realidade superior, isto é, de Deus e dos anjos. Acrescenta dizendo que o homem só obterá a bem-aventurança perfeita na vida futura, que será inteiramente contemplativa. Pode-se dizer do homem que nasceu de novo, que recebeu o selo do Espírito Santo, que vive em comunhão com Deus, que ele atingiu a bem-aventurança, não perfeita, mas parcial, que a cada dia vai aumentando em intensidade.

CONCLUSÃO:

Na Idade Moderna, o conceito de bem-aventurança e o de felicidade foram-se distinguindo cada vez mais, referindo-se o primeiro à esfera religiosa e contemplativa e o segundo à esfera prática. Nessa diferença, percebe-se o valor mais elevado da bem-aventurança, quando comparada à felicidade. Não se pode exagerar e reduzir a bem-aventurança a um estado sadomasoquista, patológico, no qual a pessoa exibe total indiferença em relação às circunstâncias e aos acontecimentos exteriores. É claro que o ser humano precisa de meios de subsistência, mas a busca incessante da felicidade, neste mundo que jaz no maligno, isso sim é um comportamento doentio. Há um "buraco-negro", no interior das pessoas sem Deus, que faz com que elas nunca se dêem por satisfeitas. Cada conquista pede uma maior, cada prazer pede outro mais intenso. E é nessa busca de completa felicidade que o ser acaba experimentando a total infelicidade, a triste condição de nunca estar satisfeito.

Depois dessa reflexão, conclui-se que é melhor buscar a bem-aventurança do que a felicidade, sendo certo que só o bem-aventurado sente completa satisfação, que é alimentada por fontes espirituais e eternas.

Bibliografia:

1- Dicionário Internacional Teológico do Novo Testamento. Lothar Coenen, Colin Brown. Edições Vida Nova.

2- Dicionário de Filosofia. Nicola Abbagnano. Editora Martins Fontes

3- Vocabulário Técnico e Crítico de Filosofia. André Lalande. Editora Martins Fontes.

4- Crítica da Razão Pura - Immanuel Kant

5- Crítica do Juízo - Immanuel Kant

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UMA LIÇÃO VERGONHOSA: BISPO CATÓLICO DE GUARULHOS PROVA QUE É MAIS CRISTÃO QUE O BISPO EVANGÉLICO-POLITIQUEIRO MANOEL FERREIRA


Bispo de Guarulhos recomenda a católicos que não votem em Dilma

Alheio à recomendação da Igreja Católica de manter neutralidade na campanha eleitoral, o bispo de Guarulhos, d. Luiz Gonzaga Bergonzini, prega boicote à candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República por considerar o PT favorável à descriminalização do aborto.

Em artigo intitulado "Dai a César o que é de César e a Deus o que é Deus", publicado no site oficial da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), d. Bergonzini evoca deliberações dos congressos nacionais petistas de 2007 e 2010 e o 3º Plano Nacional dos Direitos Humanos para classificar o partido como "contrário aos valores da família".

Dilma nega defender aborto e diz que opinião de bispo não é uma posição da CNBB

"Recomendamos a todos verdadeiros católicos a que não deem seu voto à senhora Dilma Rousseff e demais candidatos que aprovam tais liberações, independentemente do partido a quem pertençam", diz o bispo no texto, datado de 1º de julho.

Embora admita no artigo que a Igreja Católica "não se posiciona nem faz campanha", d. Bergonzini, 78 anos, diz que sua posição é lastreada na missão de "zelar para o que o que é Deus não seja manipulado e usurpado por César".

"Quando acontece essa usurpação ou manipulação é dever da Igreja intervir convidando a não votar em partido ou candidato que torne perigosa a liberdade religiosa e de consciência ou desrespeito á vida humana e aos valores da família", afirma o religioso no documento.

Na carta, o bispo cita a punição imposta pelo PT aos deputados federais Luiz Bassuma (BA) e Henrique Afonso (AC), que condenaram publicamente o apoio petista à legalização do aborto e migraram para o PV.

Segundo maior colégio eleitoral paulista, com 788.832 votantes, Guarulhos é hoje o principal reduto petista no Estado --a cidade é governada pelo partido desde 2001.

Dilma, que se diz recém-convertida à Renovação Carismática Católica, modificou seu discurso sobre o aborto nos últimos três anos. Em outubro de 2007, durante sabatina promovida pela Folha, ela se mostrou favorável à descriminalização.

"Acho que tem de haver a descrminalização do aborto. No Brasil, é um absurdo que não haja, até porque nós sabemos em que condições as mulheres recorrem ao aborto", disse à ocasião.

Em suas últimas manifestações públicas sobre o tema, a petista mudou de postura. "Eu sou a favor de manter a legislação", afirmou no Programa "Roda Viva", da TV Cultura, veiculado no último 28 de junho.


Fonte: Folha.com
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NÃO EXISTE O "GENE GAY"


Por Cristiano Santana

Há muito tempo os cientistas têm tentado localizar o misterioso "gene gay" no genoma humano, mas a tentativas têm se relevado completamente infrutíferas. Cientistas da Universidade de Illinois, por exemplo, declararam que tal gene não existe. Por causa disso adotaram uma outra hipótese: "A melhor suposição é que genes múltiplos, potencialmente interagindo com influências ambientais, explicam diferenças em orientação sexual." Nesse caso reconheceram que fatores ambientais podem estar envolvidos no desenvolvimento da homossexualidade.

Alguém pode dizer: "se não acharam um gene gay? E daí? Pode não ser uma característica genética, talvez seja congênita.?"

A confirmação da inexistência do "gene gay" tem profundas implicações no debate sobre a homossexualidade. Pode invalidar, definitivamente, o postulado de quem nasce gay será gay para sempre, não importa o que faça para se livrar dessa condição.

Sobre a hipótese de o homossexualismo ser congênito também parece ser improvável, primeiro porque o próprio termo "congênito" geralmente está associado à defeitos de desenvolvimento embrionário, em segundo lugar, porque inúmeras pesquisas já foram realizadas nessa área sem a descoberta de fatores congênitos que possam determinar o homossexualismo, terceiro, se o homossexualismo fosse congênito que alteração embrionária seria a causa? Cérebro? Hormônios? Sabemos que pacientes homossexuais já foram virados ao avesso na tentativa de desvendar alguma nuance orgânica que os diferencie dos heterossexuais, sem nenhum sucesso.

Homosexualismo considerado apenas como uma escolha, condicionada ou não, certamente abriria a possibilidade de mudança comportamental facultando a qualquer um a decisão de simplesmente abandonar esse estilo de vida, seja por esforço próprio ou através da ajuda de terceiros.

Para aqueles que acham que nem todo o fator emocional é escolha; que homossexuais podem não ter quaisquer aspectos genéticos/físicos/biológicos e nem por isso se pode afirmar que sua condição é uma opção, respondo:

Se em algum caso hipotético o fator emocional não é uma escolha (no momento presente de uma pessoa), de alguma forma ele é resultado da construção gradativa da estrutura psicólogica de um indivíduo, através de várias experiências de vida. De qualquer forma é algo condicionado. Vejamos o caso de viciados em sexo. Vários deles relatam ter tido contado com material pornográfico quando eram crianças ou adolescentes. Hoje, obviamente, é muito difícil para eles abandonar essa vício que, já que a prática reiterada gerou reflexos permanentes nas estruturas cerébrais e psíquicas. As estruturas neurais e psicológicas foram quase que completamente moldadas para buscar satisfação no sexo. Por isso é importante um trabalho de prevenção na infância para que, quando adulta, a pessoa tenha a plena liberdade determinar suas ações.

A exclusão de fatores genéticos, no desenvolvimento da homossexualidade, certamente confirma a tese bíblica de que tal estilo de vida tem a sua origem na história de vida de cada indivíduo. Nesse caso, a escolha pela homossexualidade seria resultado de fortes influências ambientais advindas do tipo de criação, da cultura, da educação, do círculo de amizades, etc.
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NEM TUDO FREUD EXPLICA!


Por Cristiano Santana

Só Freud explica!

Essa é uma das expressões mais utilizadas pelas pessoas, quando se vêem diante de um comportamento aparentemente inexplicável. Esse costume popular de citar Freud é uma evidência da contribuição inegável que o fundador da psicanálise deu ao estudo da consciência humana. Entretanto, assim como acontece com outros cientistas, o sistema teórico de Freud tem sido alvo de inúmeras críticas. Quero aproveitar esse artigo para fazer um rápido resumo da teoria freudiana e depois apresentar as minhas concordâncias e discordâncias.

Método catártico - Ao liberar afetos reprimidos o indivíduo pode se ver livre da manifestação dos sintomas de um distúrbio psicológico severo.

Até certo ponto, concordo que a retenção de sentimentos ruins é algo potencialmente perigoso para o ser- humano. Muitas pessoas se vêem curadas de terríveis neuroses e outros transtornos psicológicos quando simplesmente desabafam com alguém, quando permitem que os sentimentos jorrem através de uma profusão de palavras, quase sempre acompanhadas de choro.

Ademais pesquisas científicas têm sustentado que muitas doenças podem ter origem psicológica, até mesmo o câncer. Como dizem: mente sã, corpo são.


Repressão - É um processo psíquico que visa encobrir idéias dolorosas da consciência. Todo o conteúdo reprimido é armanezado no inconsciente se transformando numa verdadeira bomba relógio. O indivíduo então, sem que perceba, acaba desenvolvendo uma série de mecanismos de defesa para não se defrontar com esse conteúdo mental reprimido: supressão de parte da realidade; projeção nos outros de uma característica sua, que lhe é indesejável; racionalização de seus defeitos através de argumentos aparentemente convincentes, etc.

Recentemente li um livro do neurologista Antônio Damásio, "O Mistério da Consciência", que, em certo trecho diz: "a cascata de processos que acarretam uma manifestação emocional pode ser iniciada sem que se tenha consciência do indutor da emoção e muito menos das etapas intermediárias que conduziram a ela." (Pág. 64). Realmente, é impressionante a quantidade de pessoas que vivem o drama de carregar traumas dentro de si, ou que tentam encobrir defeitos, esforçando-se em transmitir uma imagem que não condiz com a realidade interna. Somente Jesus Cristo é capaz de lhes proporcionar uma completa cura interior.

Estrutura do aparelho psíquico - Segundo Freud a psique humana é composta de três componentes elementares: o id, o ego e o superego. O id é o reservatório das energias psíquicas, local das pulsões, e corresponde ao inconsciente. O ego administra as exigências da realidade, do id e do superego. Ele desempenha um trabalho de equilíbrio e protege a estrutura psiquica. O superego é o que internaliza as proibições, os limites, os conceitos morais e os ideais. É ele que carrega o sentimento de culpa. Percebe-se que o ego é um espécie de mediador entre o id e o superego, entre o mal e o bem, digamos assim.

Sinceramente, acho melhor optar pelos conceitos bíblicos da consciência e do pecado original. A palavra de Deus nos diz que a natureza humana é decaída. Por causa disso os homens já nascem escravizados pelas tendências perversas do pecado. Por outro lado, o apóstolo Paulo nos diz que a consciência juntamente nos acusa ou nos defende quando praticamos qualquer tipo de obra. É bem sugestivo considerar o id como a manifestação de sentimentos indesejáveis associados ao pecado, o superego como a consciência na qual está escrita a lei de Deus, e o ego como o homem que vive entre essas duas forças, que não entende o que faz, que pratica aquilo que não quer. O qual, mesmo consentindo com a lei, que é boa, cede às pressões de sua natureza decaída; o ser que segundo a lei interior tem prazer na lei de Deus, mas vê nos seus membros outra lei guerreando com a lei do entendimento (Romanos 7:14-23)

Desenvolvimento psicossexual - Ao contrário do que se dizia, Freud afirmou que a sexualidade se manifesta desde a infância, período no qual se desenvolvem a maior parte dos desejos reprimidos e que influenciam o indivíduo na fase adulta. A libido, que é a energia dos instintos sexuais, já tem influência no comportamento do bebê. O desenvolvimento psicosexual, assim, tem cinco fases: oral, anal, fálica, latência, genital. As três primeiras fases compreendem os primeiros anos de vida, nas quais a criança toca o que Freud chamou de zonas erógenas. A quarta é uma fase de inatividade sexual. A última tem início na puberdade.

As críticas contra a sexualidade infantil são severas. Ciências como a antropologia e a sociologia argumentam que o padrão de desenvolvimento proposto por Freud não é universal nem necessário no desenvolvimento da saúde mental, qualificando-o de etnocêntrico por omitir determinantes sócio-culturais. Autores dizem que Freud "neurotizou" a sexualidade ao relacioná-la com conceitos como incesto, perversão e transtornos mentais. Concordo com tais críticas. Não existem bases científicas para estabelecer que todo transtorno psicossomático é vinculado à sexualidade.

Acho que já escrevi demais. Mas acho que vocês já perceberam o que se pode aproveitar de Freud.
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BEM-FEITO: MINISTÉRIO PÚBLICO PEDE MULTA A SERRA POR PROPAGANDA ANTECIPADA NOS GIDEÕES MISSIONÁRIOS DE CAMBORIÚ


O MPE (Ministério Público Eleitoral) entrou com ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo multa de R$ 25 mil a José Serra, candidato tucano à presidência, por suposta propaganda eleitoral antecipada em evento evangélico.

Além de Serra, o Ministério Público também denunciou Cesino Bernardino, Reuel Bernardino e José Lima Damasceno, pastores presentes no 28º Congresso Internacional de Missões dos Gideões Missionários, que teriam participado da propaganda do pré-candidato.

Para o MPE, a divulgação aconteceu quando os pastores se referiram a Serra como o próximo presidente do Brasil. Além disso, eles teriam falado sobre a biografia do candidato.

Serra, por sua vez, teria exposto a ação política que pretende desenvolver e tentado uma aproximação com o público. De acordo com o TSE, chegou a identificar sua linha de atuação com a da entidade religiosa Assembléia de Deus, organizadora do evento.

O Congresso aconteceu no dia 1º de maio, em Camboriú (SC) e foi assistido por cerca de 180 mil pessoas. O relator da representação é o ministro Joelson Dias.


Fonte: Jus Brasil
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PROPAGANDA POLÍTICA NA IGREJA É CRIME: DENUNCIE


Caro amigo,

Estamos bem próximos das eleições, e como você já deve saber, algumas igrejas evangélicas (e também católicas ou de outras vertentes) têm como costume ceder o púlpito para candidatos discursarem. Toda véspera de eleição é comum ver o altar se transformar em palanque e as portas dos templos se abrindo para toda classe de charlatanismo.

Acontece que esta prática, além de medíocre, também é criminosa. Segundo a Lei 9.504/97 e de acordo com o artigo 13 da resolução 22.718/2008, do Tribunal Superior Eleitoral, fica proibida toda e qualquer propaganda eleitoral dentro de templo. A lei entende que os templos são espaços de acesso comum e não devem ser usados como palanques eleitorais.

Sendo assim, se você notar que estão usando sua igreja como curral eleitoral, DENUNCIE. Precisamos dar um basta nessa politicagem dentro dos templos. Igreja é lugar de louvar a Deus!

Distribuir santinhos, fazer o púlpito de palanque eleitoral e colocar cabresto no eleitor é uma atitude criminosa.


Para denunciar a politicagem na sua igreja, basta procurar a delegacia ou o cartório eleitoral.

Vamos acabar com essa palhaçada!


Fonte: Pulpito Cristão
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SAIBA COMO O PEDÓFILO PODE ENTRAR EM SUA CASA SEM QUE VOCÊ SAIBA


Por Cristiano Santana

Com o advento da Internet, a prática da pedofilia, que parecia estar destinada a ser contida pelas pressões cada vez maiores da sociedade, acabou encontrando um campo fértil para se disseminar de forma intensa, tornando-se assim um dos terrível males do século XXI.

Os pedófilos acharam um novo meio de atacar as crianças. Eles entram livremente nos lares e conversam com as crianças, sem que ninguém perceba, protegidos pelo anonimato. Tal criminoso arma cilada contra esses pequenos e vulneráveis seres fazendo com que acreditem que ele é a única pessoa que os compreende, utilizando uma linguagem extremamente atrativa. Eles se escondem atrás de apelidos na tela do computador e mentem sobre suas idades e sexo.

Em algumas situações, os pais acabam pagando caro por terem sido omissos em monitorar as atividades de seus filhos na Internet. Muitos casos terminam em abuso sexual, outros terminam em morte.

Os meios de abordagem mais utilizados pelos pedófilos virtuais são:

-Mensageiro instantâneo – Programa que permite a comunicação instantânea entre pessoas, individualmente ou em grupo, através de textos ou voz. Essa ferramenta permite ainda o intercâmbio de vídeos e fotos. Ex: MSN.

-Chat – Canal de um determinado site que é utilizado, exclusivamente, para bater papo com um desconhecido. As salas de bate-papo são divididas por temas e idade, porém, é impossível garantir a veracidade das informações fornecidas pelos usuários.

-Blog e Fotolog – É um registro divulgado na internet, como se fosse um diário, onde o usuário escreve suas idéias, angústias, desejos, e também pode incluir informações pessoais e fotos.

-E-mail – É um serviço de correio eletrônico, que permite aos usuários enviar e receber mensagens (textos, fotos, etc.)

-Redes de relacionamento – São espaços virtuais capazes de reunir indivíduos e instituições com afinidades ou objetivos comuns, mantendo e ampliando relacionamentos inter-pessoais. Ex: ORKUT.

O avanço da tecnologia virtual também permitiu que os pedófilos se unissem para trocarem informações sobre crianças em fóruns organizados. Eles se encontram em salas de bate-papo para ensinarem truques uns aos outros. Essas discussões online incluem compartilhamento de métodos sobre como encontrar, atrair e explorar crianças. Tornou-se uma espécie de seminário da espécie “Como Fazer” para atividades de pedofilia.

Em junho de 2000, especialistas em proteção de crianças avisaram ao Comitê do Congresso Americano para Proteção “Online” de Crianças que com a queda da idade média do usuário da Internet, as crianças estavam se arriscando cada vez mais, por causa de sua ignorância ou falta de cuidado nas atividades virtuais. O Comitê ouviu que 3.000 crianças tinham sido seqüestradas nos Estados Unidos no último ano após responder a mensagens postadas por suas raptores. Uma pesquisa recente de garotas adolescentes descobriu que 12% delas aceitarem encontrar com estranhos após um contato pela Internet.

Os leitores que são pais e estão lendo este artigo devem fazer uma auto-avaliação sobre o grau do cuidado que têm dedicado à questão do acesso de seus filhos à Internet. Coloco abaixo cinco perguntas básicas cujas respostas podem ser "SIM" ou "NÃO". Pela natureza delas fica óbvio que, quanto maior a quantidade de respostas "NÃO SEI" e "NÃO", mais manifesta se torna a negligência com relação à segurança das crianças.

1)Quanto tempo em média seu filho permanece conectado à Internet?
2)Você sabe quais sites seu filho costuma acessar?
3)Você tem acesso à lista dos amigos virtuais de seu filho?
4)Seu filho freqüenta lan-houses?
5)Você se preocupa com a questão da pedofilia na Internet?

Previna-se contra os pedófilos. Coloque o computador em um lugar de fácil visibilidade; instale programas que gerem um histórico das páginas que seu filho visitou; exija as senhas que ele utiliza para acessar emails, salas de bate-papo, MSN, se necessário; estipule um tempo máximo de acesso por dia, bloqueie o acesso a sites impróprios, etc.

Com amor e carinho, vale tudo para proteger as crianças contra esses criminosos virtuais.
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ASSIM DIZ O SENHOR: USAREI O PODER JUDICIÁRIO PARA CASTIGAR OS PASTORES CORRUPTOS


Por Cristiano Santana

Não me considero um profeta, no sentido neotestamentário da palavra. Seria muita presunção da minha parte achar que sou portador desse dom ministerial tão maravilhoso que é reservado a poucos.

Entretanto, nos últimos dias tenho sentido uma vontade quase incontrolável de bradar no meio de um praça ou até mesmo dentro das igrejas que Deus começará a castigar esses líderes eclesiásticos fraudulentos que tem explorado a Igreja do Senhor, cujo único propósito é auferir vantagens pessoais através de práticas perservas.

Talvez seja algo da minha cabeça. Talvez essa forte intuição de que Deus escolheu o Poder Judiciário como a vara da sua ira para castigar esses obreiros corruptos seja apenas fruto da minha imaginação doentia. Tenho pedido a ajuda do Senhor Jesus Cristo para que Ele não permita que eu cometa o terrível pecado de dizer "Assim diz o Senhor", quando o Senhor não disse nada.

Mas deixem-me pelo menos explicar os fatores que têm me impelido a acreditar que o juízo virá através da justiça humana:

Primeiramente, recordo-me das palavras do apóstolo Paulo:

"Porque os magistrados não são motivo de temor para os que fazem o bem, mas para os que fazem o mal. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela; porquanto ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador em ira contra aquele que pratica o mal."(I Coríntios 13:3,4)

Paulo reconhece claramente, nessa passagem que os magistrados são os ministros de Deus, guardiões da lei, da moral e dos bons costumes; revestidos de autoridade para punir todo aquele que pratica o mal.

E o que estamos presenciando agora? Crimes terríveis sendo cometidos por aqueles que deveriam ser o paradigma moral para a sociedade: nepotismo, politicagem, enriquecimento ilícito, abuso de poder, evasão de divisas, sonegação de impostos, etc. A quem, portanto, eles devem dar contas de seus atos, antes do grande Juízo Final? Certamente é com a justiça humana que eles deverão prestar contas.

Em segundo lugar, as instituições evangélicas têm atingido um grau tal de descrédito frente à sociedade, um fragmentação interna tão intensa, um declínio espiritual tão perturbador que somos forçados a aceitar que se não houver alguma intervenção significativa, seja sobrenatural ou terrena, sobrevirá um terrível colapso ao sistema evangelical brasileiro, desmoronando completamente sua estrutura. Resta então duas alternativas viáveis, porém urgentes: a volta de Jesus ou o martelo do juiz.


Em terceiro lugar, considero o Ministério Público, a Polícia Federal e o Poder Judiciário como instituições que ainda espelham certa competência e seriedade. Não há como negar que elas gozam de certo respeito e que têm desempenhado um papel importantíssimo no processo de moralização da sociedade como um todo. Coisas impensáveis no passado agora acontecem, como a condenação a 18 anos de prisão do poderoso ex-coronel da polícia e ex-deputado federal Hildebrando Pascoal. Que instrumento melhor Deus poderia usar para castigar também líderes eclesiásticos corruptos? Esperem sentados se vocês acham que Deus vai fulminá-los no púlpito ou mandar lepra ou algum outro tipo de doença.

Em quarto lugar, escrevi alguns artigos em meu blog que notadamente pareciam prenunciar o que aconteceria. De forma singela, prefiro acreditar que foi mera coincidência. Por exemplo, escrevi dois artigos em série, intitulados
"A Via Judicial como Única Solução para a Crise Assembleiana". E que alegria sinto agora ao perceber que os crentes estão começando a demonstrar um alto grau de coragem ao procurar a tutela do Poder Judiciário para fazer valer os seus direitos e para exigir a devida prestação de contas àqueles que estão à frente dos negócios do Reino de Deus !


Sim, meus amados. Esses são os motivos que me levam a depositar a minha esperança no Poder Judiciário que, hoje, talvez seja o instrumento mais adequado para ser usado poderosamente pela mão de Deus para por fim nesse quadro de imoralidade que têm atingido tão violentamente a Igreja do Senhor.
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SENADO APROVA "DIVÓRCIO DIRETO" (SEM NECESSIDADE DE ESPERAR DOIS ANOS)


Por 49 votos a favor, quatro contra e três abstenções, o Senado aprovou a emenda constitucional que cria no Brasil o “divórcio direto”.Significa dizer que, uma vez divorciada, a pessoa pode, se quiser, casar-se novamente no dia seguinte.

Acaba a figura jurídica da separação judicial (antigo desquite), que obrigava os casais a esperar por até dois anos para poder casar de novo. A emenda passou raspando na trave. O quorum de 49 votos a favor é o mínimo exigido para a aprovação de emendas à Constituição.

Coube à senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) anotar no painel eletrônico o último voto. Chegou ao plenário atrasada. Por pouco o voto dela não foi consignado.

A emenda já havia sido aprovada na Câmara. Entra em vigor no dia da promulgação.

Relator da proposta no Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO) explicou ao blog a importância da mudança. Leia:


- O que representa a modificação aprovada?

No Brasil, existe um processo intermediário, após o divórcio, chamado de separação. É o antigo desquite. Os casais, mesmo depois de divorciados, mantêm o vínculo por até dois anos.

- Como funcionava?

As pessoas precisavam ficar separadas de fato por um ano, gastar dinheiro com advogado, com custas de cartório para, só então, formalizar o divórcio. Outra alternativa era manter a separação de fato por dois anos. Só então chegava-se ao divórcio direto.

- Houve oposição da Igreja?

A Igreja Católica e as igrejas evangélicas trabalharam duramente contra a aprovação da emenda.

- O que acha do argumento de que a novidade enfraquece a família?

Esse discurso é velho, vem de 1977, quando o mecanismo da separação foi criado. Fizeram o divórcio mas puseram um desquite no meio, dando-lhe o nome de separação judicial. Não faz o menor sentido.

- O que muda de fato?

A partir da promulgação da emenda, a separação será automática. Se quiser, a pessoa pode se casar novamente no dia seguinte. Se quiser dar uma de Richard Burton e Elizabeth Taylor pode casar, separar e casar de novo depois de amanhã. Casamento é isso mesmo. Não se pode obrigar duas pessoas que não querem a ficar juntos. Não precisa mais esperar os dois anos nem fazer o desquite.

- O senador Marcelo Crivella [PRB-RJ, bispo licenciado da Igreja Universal], anunciou que vai recorrer. Pode mudar?

Não há a menor chance. Ele vai recorrer à Comissão de Constituição e Justiça, que é presidida por mim. Ou seja, o Crivella vai recorrer a mim (risos).

Fonte: Blog do Josias de Souza (Folha)
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SOBRE A IMPOSSIBILIDADE DE SER APOLÍTICO


Por Cristiano Santana

Na semana passada eu estava cortando o cabelo, num certo estabelecimento, quando um dos clientes repetiu em alto som aquele antigo ditado: "política, futebol e religião não se discute".

Eu quis me conter, mas não consegui, tive de retrucá-lo. Seria previsível que eu quisesse discutir sobre religião, afinal de contas sou protestante; ou eu poderia estabelecer que é possível discutir sobre futebol, pois os jornalistas estavam debatando intensamente sobre a postura rude de Dunga durante as entrevistas.

Entretanto, o meu espírito se preparou para defender a tese de que é impossível alguém adotar um postura apolítica a ponto de achar que é contraproducente, inútil debater sobre assuntos políticos. Não pude concordar com a sua tentativa de nos convencer de que o comportamento mais sábio de um homem é não se posicionar sobre esse tema, que na sua ótica sempre lembra a podridão.

Eu disse a ele que a sua filosofia estava baseada em um equívoco precisamente sobre o sentido da palavra política. Lembrei-lhe que Aristóteles já dizia que o homem é um animal político. Que política deriva da palavra "polis" que naturalmente nos remete à antiga democracia grega, na qual todo cidadão livre participava das decisões que afetavam toda uma comunidade.

Afirmei, também que toda a nossa vida é influenciada pela política: o preço dos alimentos, os impostos, a aposentadoria, a segurança pública, a saúde, etc. Tudo isso resulta de atos do Poder Executivo que, por sua vez, governa através da regulamentação de leis oriundas do Poder Legislativo. Como não atentar para isso?

Pontuei que o cidadão deve ter pelo menos um consciência política para que, agregado ao restante do povo possa ter um poder de influência sobre a decisão dos políticos. Dei como exemplo a Lei da Ficha Limpa, que foi resultado de uma projeto de lei de iniciativa popular, com milhões de assinaturas de cidadãos comuns. Outro caso: O governo do Estado do Rio de Janeiro está querendo instalar um lixão em Seropédica. Os moradores estão mobilizados, coletando assinturas, pressionando vereadores e deputados para que isso não aconteça. Por acaso isso não é um posicionamento político? Perguntei àquele senhor "apolítico" se ele ficaria calado se morasse em Seropédica.

Há algum tempo atrás eu também tinha a opinião de que podia viver totalmente insensível quanto ao temas políticos, mas a cada dia que passa, percebo que não posso ficar indeferente quanto a decisões que afetam a vida de milhões de pessoas. Foi com essa mentalidade que o teólogo Karl Barth, por exemplo, se levantou contra a Alemanha nazista, correndo risco de vida por isso, enquanto que o Papa permaneceu inerte diante das atrocidades cometidas contra os judeus.

O se requer não é que todo cidadão seja político, mas que pelo menos tenha uma consciência política.

Para dar maior força ao meu argumento, achei um texto excelente que fala sobre a impossibilidade de ser apolítico. É um pouco extenso, mas vale a pena ler.

Só pode ser apolítico aquele que vive isolado da sociedade. Mesmo essa condição é ilusória, pois o próprio ato de abandonar a vida em sociedade já é um ato político. A palavra política deriva da palavra grega polis, cidade. Para os antigos gregos, a política era o ato dos homens livres no espaço público - a polis. Portanto, abandonar a polis já é fazer política.

Hoje, as pessoas parecem não compreender muito bem o significado de se fazer política. Há algumas semanas, houve um debate sobre uma possível mobilização pública em prol do município de Casa Branca. A iniciativa é boa, mas houve uma confusão quando a propositora disse que tal movimento deveria ser apolítico. Trata-se de um equívoco, pois a iniciativa de mobilizar pessoas a fim de alcançar um determinado objetivo no espaço público já é uma iniciativa política.

A confusão é compreensível. O que se quis dizer foi que um ato como esse deveria contar com a boa intenção dos cidadãos, para além dos interesses particulares e partidários de cada um. É uma preocupação legítima, principalmente em uma época em que assistimos diariamente a escândalos proporcionados por políticos profissionais. Mas uma ação pública, livre ou não de influências privadas, não deixa de ser política – não é apolítica. Na verdade, a pretensão de ser apolítica já é um problema político.

Ao contrário do que muita gente pensa, a confusão entre esferas pública e privada não é privilégio do Brasil. A confusão entre as duas esferas é um problema da época em vivemos, problema que teve origem na época moderna – um problema da própria modernidade. Nossa sociedade possui uma dinâmica diferente da dinâmica social dos gregos. Na verdade, o próprio conceito de sociedade não era conhecido pelos gregos – o conceito de sociedade é um conceito moderno, que engloba a esfera pública e a privada, assim como a relação entre elas.

Na época moderna, devemos ter clareza que qualquer ação na esfera pública terá conseqüências na esfera privada. Não é possível, em nossa sociedade, distinguir completamente entre as duas esferas, como pretendiam os gregos – pretensão decorrente dos limites da esfera pública – privilégio de poucos homens livres, ou seja, uma esfera pública que excluía mulheres, crianças, escravos, etc. Na Grécia antiga, só podia agir na esfera pública aquele que fosse senhor de sua esfera privada, podendo assim dedicar-se ao bem comum da polis – bem que só era comum a uma elite.

Nos dias de hoje, devemos perceber a relação entre as esferas pública e privada para compreender nossas próprias ações nos dois âmbitos. Isso é da maior importância, principalmente em um meio em que é comum o descaso em relação à coisa pública, o voto nuto, opção escolhida por pessoas que não percebem que mesmo a abstenção é um ato político, ainda que inconsciente. A opção de se resignar, de não participar, de se recolher à esfera privada e limitar-se a ações pragmáticas de finalidade egoísta, é uma opção carregada de conteúdo político, embora pervertido – na antiga Grécia essa era a opção dos chamados idiotas.

Não vivemos na Grécia antiga. Percebemos hoje que o espaço público e o espaço privado são interdependentes. Apesar disso, devemos ter clareza que ambos são espaços distintos, ainda que relacionados, e que devemos respeitar certos limites. A preocupação com a ação maléfica de certos atores sociais, que agem na esfera pública apenas em favor de seus interesses privados, é uma preocupação legítima. Mas isso não deve nos impedir de perceber a relação que sempre existirá entre interesses públicos e privados. Maquiavel nos ensinou sobre isso, e seus ensinamentos são importantes não como um guia de ação prática, mas como chaves para perceber o funcionamento da política. Não devemos ser pré-maquiavélicos, ingênuos.

A ingenuidade reside tanto na esperança da ação pública supostamente isenta de interesses privados quanto na ação pragmática da vida privada, que se volta para si, confiando em sua capacidade de superar as demandas sociais da esfera pública. Ambas sustentam a ação daqueles que utilizam seus conhecimentos para finalidades vis, que manipulam as relações sociais com base na descrença ou na esperança ingênua de pessoas bem intencionadas. A única ação possível contra essa malversação do espaço social é a ação que se pauta na consciência das relações sociais entre os espaços públicos e os espaços privados, sem ingenuidade utópica nem ceticismo apocalíptico, consciente que o bem comum é do interesse de todos. E, acima de tudo, que não tema assumir uma postura política, em sentido pleno, pois a ação que se pretende apolítica, que se propõe ideologicamente, neutra é por si mesma ideológica – neutralidade é ideologia.
(João Mauro G. V. de Carvalho - Jornal Casa Branca OnLine)
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SETE VERDADES QUE TODO DIZIMISTA DEVERIA SABER


Por Cristiano Santana

1) Deus não é obrigado a abençoar dizimista que é mentiroso, adúltero, espancador de esposa ou tenha qualquer afinidade com o pecado. Se fosse assim ele teria poupado Jerusalém de ser destruída pelos romanos, pois os fariseus davam o dízimo de tudo, até do cominho, da hortelã e do endro. Isso não evitou que o castigo viesse sobre os judeus cuja maior desobediência foi rejeitar a mensagem da salvação.
Se dissermos que a lei da semeadura e da colheita financeira se processa segundo um sistema automático de dar e receber, sem nenhuma dependência com a vida espiritual da pessoa, então somos obrigados a dizer que Deus é obrigado a abençoar financeiramente um dizimista que gosta de ver material de pedofilia e de zoofilia na internet e que utiliza parte de seu dinheiro para transar com prostitutas em bordéis, o que seria uma afirmação completamente absurda. Nesse caso Deus abençoaria até a Hitler se ele fosse dizimista. É certo que toda a maldição de Deus recai sobre um ser depravado como esse. Deus não tem compromisso de qualquer tipo para com quem vive deliberadamente na prática do pecado.

2) Qualquer oferta para Deus, é acima de tudo, uma manifestação de agradecimento pelas bençãos que já foram concedidas e não uma forma de negociar com o Todo-Poderoso, como se Ele fosse obrigado a retribuir financeiramente o que foi dado, com juros e correção monetária. O homem sempre deverá a Deus e não o contrário.

3) O que se faz com o dinheiro do dízimo não é um problema só do pastor. Também é um problema do dizimista que, ao invés de se eximir, dizendo que já cumpriu o seu dever junto a Deus, deve assumir a sua obrigação de fiscalizar a destinação que é dada ao dinheiro dos fiéis. Legalmente a igreja é uma associação, uma organização religiosa, regulamentada por um Estatuto. Isso significa que deve haver uma prestação de contas adequada a todos os seus associados. Deve-se perguntar àquele que discorda dessa afirmação se ele, como dizimista, gostaria de frequentar uma igreja com bancos sempre quebrados, com gotejamentos intensos em dias de chuva, com banheiros fétidos, cujo pastor fosse visto passeando pra lá e pra cá no seu carro, novinho em folha.

4) Agem de má-fé aqueles que tentam incutir na mente do povo de Deus que dar o dízimo é o mandamento supremo que não pode ser descumprido nunca, seja qual for o pretexto. Com certeza há mandamentos maiores do que o dízimo. Qual filho não sacrificaria o dinheiro do seu dízimo para comprar remédios para a sua mãe que esteja à beira da morte? Jesus disse "Misericórdia quero e não sacrifícios". Paulo também disse que honrar o pai e a mãe é o primeiro mandamento com promessa. (Efésios 6)


5) Aqueles que vivem discutindo se o dízimo deve ser calculado sobre o bruto ou sobre o líquido recaem no mesmo erro dos fariseus que adotaram um estilo rigoroso de vida através da observação de preceitos rígidos e detalhados com origem unicamente humana. Se o dízimo sobre o salário bruto tivesse de ser levado ao pé da letra, por exemplo, o crente teria de dar o dízimo até mesmo do valor referente ao fundo de garantia que o patrão deposita na sua conta vinculada, todo mês. Cada contra-cheque tem as suas particularidades, dependendo da área de atuação profissional do cristão. Alguns descontos são reembolsados depois, outros não. Discutir se o dízimo é sobre o líquido ou sobre o bruto teria soluções infinitas assim como são infinitos ou tipos de contra-cheques. Que seja encaminhada à consciência do próprio crente a decisão de quanto ele dará a título de dízimo. Deus não está preocupado com essas minúcias.


6) Deus não é um carrasco que deixa um devorador de plantão à porta de nossa casa espiando se vamos dar o dízimo naquele mês ou não com o intuito de castigar-nos com a miséria caso esqueçamos de cumprir esse compromisso financeiro. Acordem! Deus não é esse monstro. Deus é nosso Pai. Ao crente pertence a benção de Abraão. (Gálatas 3:10-13) Não é qualquer situação episódica que tirará o cristão desse estado de bem-aventurança. A benção de Deus não é um bem hipotecado que nos é tirado se não temos dinheiro para pagar.


7) Dar o dízimo não impede que tragédias venham a suceder na vida do crente. Será que alguém já parou para pensar que milhares de dizimistas perderam suas casas ou vidas nessa terrível tragédia que assolou os estados do Nordeste, causada pelas chuvas? Quantos dizimistas haviam dentro das torres gêmeas do World Trade Center, quando elas caíram? Porventura os dizimistas foram poupados da mortandade causada pelo terrível terremoto no Chile? Dar dízimo teria evitado a morte de milhões de cristãos durante a Inquisição da Idade Média, levada a efeito pela Igreja Católica?
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