Cristiano Santana - Uma visão do mundo

O QUE O PROFETA JEREMIAS DIRIA SE DEUS O RESSUSCITASSE AGORA, EM PLENO BRASIL?


Por Cristiano Santana

"Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam por intermédio deles; e o meu povo assim o deseja. Mas que fareis no fim disso?" Jeremias 5:30,31

Não obstante Jeremias ter profetizado há mais ou menos 2.500 anos, é impressionante como a sua mensagem continua atual, em certos aspectos. Se por um milagre divino, esse profeta fosse transposto para a nossa época, com certeza absoluta ela proferia essas mesmas palavras, com pequenas variações que em nada afetariam a essência da denúncia. "Profetas" seriam substituídos por "pregadores" e "sacerdotes" sejam substituídos por pastores.

Então, a mensagem de Jeremias seria esta: "Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: os pregadores profetizam falsamente, e os pastores dominam por intermédio deles; e o meu povo assim o deseja. Mas que fareis no fim disso? Jeremias 5:30,31

Os profetas (pregadores) profetizam falsamente

Os programas de televisão, as igrejas, os megaeventos evangelísticos, estão repletos de pregadores dessa espécie, homens que não tem o mínimo escrúpulo de contar mentiras aos seus ouvintes. Em outros casos, é impossível que sintam tal repreensão da consciência, pois suas mentes estão tão cauterizadas que acabam acreditando piamente que suas palavras tem origem divina. Eles dizem "paz, paz", quando não há paz. De suas bocas fluem apenas palavras agradáveis, que afagam o ego de pecadores contumazes, intensificando-lhes a ilusão de que estão sob o favor divino.

Onde acharemos os verdadeiros profetas? No programa do Silas Malafaia? Nos Gideões da Última Hora? Nos mega-eventos das Igrejas Evangélicas Brasil afora? Não, Não e Não! Os pregadores convidados para esses eventos raramente estão compromissados com a verdade! Os aptos para essas festividades devem ter a habilidade de entreter as massas, de fazer o ouvinte acreditar que é um super-crente, que a provação e o sofrimento é algo inaceitável. Quem os ouve, acaba se convencendo que é Alice nos País das Maravilhas, mas não um pecador que depende incessantemente e desesperadamente da graça de Deus. Tais pregadores sabem que, no dia em que decidirem substituir o evangelho da glória pelo evangelho da cruz, no dia em que adotarem o arrependimento como tema principal de suas mensagens, deixarão de ser convidados. Serão como o bobo da corte que deixou de ser engraçado e foi substituído por outro, com melhores piadas. Assim, esses aspirantes a sofistas vêem-se obrigados a predizerem sempre coisas boas e a fazer de suas pregações um verdadeiro espetáculo de histeria coletiva, de êxtase animalesco. Como garantirão o retorno no evento do próximo ano se não fizerem um grande espetáculo, se não trouxerem os ceús à terra, através de palavras "profundas" e "reveladoras", inspiradas em suas mentes doentias?

Os sacerdotes(pastores) dominam por intermédio deles

Verifica-se aqui um verdadeiro conluio para lesar o povo ignorante. A tradução literal dessa passagem poderia ser "dominam de acordo com as suas mãos". O homem sábio aceita o testemunho de Deus sobre a inclinação humana ao pecado. Ele julga a si próprio pela Palavra de Deus e não pelas palavras bajuladores daqueles que o rodeia. Pastores carnais, pelo contrário, rendessem às palavras açucaradas daqueles que se julgam oráculos de Deus, os quais nada mais desejam do que angariarem favores através de suas palavras lijonseadoras. O líder caído então vislumbra a possibilidade de usar a influência do profeta para legitimar sua fraude, o seu embuste. O ímpio rei Acabe e outros reis de Israel astutamente cercaram-se desse tipo de gente. É muito mais fácil conduzir o povo quando as ordens se revestem de uma pretensa autoridade divina, quando o profeta procura autenticar todos os atos do pastor como se fossem os atos do ungido de Deus, inerrante, intocável, infalível. O artíficio tem resultados mais satisfatórios quando maldições aterrorizantes são pronunciadas contra aqueles que desobedecerem, ou quando bençãos maravilhosas são prometidas aqueles que alegremente obedecerem ao ungido.

O quadro acima descrito pode ser facilmente visto em alguns teleprogramas evangélicos, nos quais, "profetas" convidados persuadem os ouvintes a lançarem sementes (dinheiro) afim de serem abençoados. Os telespectadores de tal forma são impactados pelas palavras do profeta que sem vêem obrigados a contribuírem sob pena de serem amaldiçoados pelo pecado de omissão.

E o meu povo assim o deseja

Tudo isso seria menos trágico se notássemos que as massas se submetessem a esse estado de coisas contra a sua vontade. Ah! Se fosse assim...Mas como a realidade é assustadoramente diversa! O povo ama a alienação, se delicia com as palavras do ungido e com o "rolo que é desenrolado" pelo profeta, com o "manto de mistério". O ópio alucinógeno da religião que transporta as pessoas ao mundo da fantasia é muito mais desejável do que a realidade nua e crua; a realidade de nossas imperfeições, de nossos dramas e problemas.

A realidade é maçante, é enfadonha. A realidade diz que temos de nos arrepender de nossos pecados, que temos de chorar por aqueles que agora sofrem nos hospitais, nas guerras, nos tiroteios. A realidade desnuda a fragilidade de nossas existências, o quanto somos imperfeitos e dependentes da misericórdia de Deus.

A realidade é um balde de água fria na festa dos adoradores de baal. É isso que o povo deseja: falsas promessas, bajulações, promessas de vitória sobre todas as circunstâncias, triunfo sobre todos os males do mundo, gritos de euforia. É disso que o povo gosta: pão e circo.


OBS.: PEÇO QUE NÃO GENERALIZEM, COM BASE NESTE ARTIGO, COMO SE NÃO HOUVESSE PASTORES E PROFETAS DE DEUS NOS DIAS DE HOJE. TAMBÉM HAVIA NOS DIAS DE JEREMIAS. MAS MINHAS PALAVRAS, ASSIM COMO AS DO PROFETA, DEVERAS REPRESENTAM A REALIDADE DE MUITAS IGREJAS.
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SOBRE O EQUÍVOCO DOS CRISTÃOS VOTAREM NA DILMA SÓ PORQUE O BRASIL "ESTÁ INDO BEM"



Por Cristiano Santana

Realmente o Brasil vai muito bem: Previsão de crescimento do PIB em até 7% em 2010, controle da inflação, juros menores, aumento da renda per capita, investimento maciço de capital estrangeiro no país, melhorias na distribuição de renda, visibilidade e respeitabilidade no exterior, descoberta do Pré-Sal, etc. Em qualquer residência humilde que se entre, é possível ver os reflexos dos avanços sociais e econômicos: microondas, tv LCD, DVD (ou até blue-ray), máquina de lavar, assadora "Foreman Grill", etc. Devido à grande facilidade de crédito a maior parte dos cidadãos podem ter acesso a esses bens de consumo que há tempos atrás eram considerados artigos de luxo.

Diante de tal conjuntura, é inevitável que muitos cristãos decidam votar na Dilma Roussef, amparados naquele antigo ditado, "não se mexe em time que está ganhando". Para que se arriscar, votando em outro candidato, se a sucessora do atual presidente é capaz de garantir que permaneçamos com o bucho cheio?


Vejo nessa forma de pensar um grande equívoco, ou melhor, uma soma de vários equívocos, que passo a relacionar abaixo:


1) A boa situação do Brasil não é mérito único e exclusivo do Lula.

Todos nós sabemos que essa caminhada do Brasil, rumo ao status de potência mundial, teve início nos idos de 1994 com o Plano Real. De lá pra cá várias medidas foram tomadas, no campo político, financeiro e legislativo que superaram vários entraves ao crescimento. Podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal, o controle da inflação, a estabilidade democrática assegurada pela Constituição de 1988, reformas estruturais, entre outras.

Não se pode alçar o Lula à posição de herói nacional, como se ele, sozinho, tivesse resolvido todos os problemas do Brasil. É notório que ele apenas deu continuidade às políticas anteriores. Quem esparava que ele fosse cumprir a sua promessa de dar um calote no FMI, quando assumimisse, se decepcionou. Lula seguiu, rigorosamente, a cartilha do FHC, sobretudo no que diz respeito à austeridade no controle das contas do governo, e acabou conquistando a vitória de quitar a dívida externa. Quem apostaria que o Lula um dia ameaçaria vetar um aumento para os aposentados, como aconteceu há dias atrás? Fica evidente que ele só está seguindo as regras do jogo. É o famoso continuinismo.

2) O crescimento econômico do Brasil é um fenômeno progressivo e inevitável que não depende das eleições para a presidência.

Na época em que o Lula foi eleito havia uma grande apreensão sobre o futuro do país, já que se falava em calote ao FMI e em reformas radicais internas, um temor justificadamente fundado no discurso agressivo do então candidato-operário.

Hoje, os investidores internacionais não estão dando a minima para quem vai ser o próximo presidente do Brasil. Eles sabem que a projeção de poder do Estado brasileiro não está solta no ar. Está lastreada em um base material. O país entrou num círculo virtuoso de crescimento. É como uma engrenagem que, uma vez posta em funcionamento, chegará a um bom resultado, caso não há maiores imprevistos. A maior causa dessa estabilidade é o fortalecimento de instituições importantes, como o Poder Judiciário, o Banco Central, o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União, tudo isso alavancado por leis que normatizam, cada vez, toda as esferas da administração pública. Seja a Dilma, seja o Serra, ou a Marina, só uma administração terrivelmente desastrosa impedirá que o Brasil continue crescendo.

3) A adoção de um critério de votação puramente material e pragmático não se coaduna com a ética cristã.

O cristão que diz que vai votar na Dilma porque está satisfeito com a casa, os eletromésticos e o carro que conseguiu, na verdade está infectado por valores do pós-modernismo que são completamente opostos aos valores bíblicos. A industria midiática cada vez vai nos incentiva a consumir, consumir e consumir. Assim, na época em que vivemos, governo bom é aquele que possibilita graus cada vez maiores de consumo, não importa se ele incentiva o casamento de gays, a prática de aborto, o sexo sem restrições. Como foi falado, se o crente está com o bucho cheio, então "tá tudo bem".

Lembro-me agora do nazismo. Enquanto Hitler mandava milhões de judeus para as câmaras de gás dos campos de concentração, o povo alemão vivia feliz, usufruindo de uma situação próspera e acreditando nas lindas promessas do Terceiro Reich. Ninguém se importava com as idéias macabras do 'Fuhrer". O importante era ter casa, roupa e comida na mesa. Foi um grave crime de omissão da parte do povo alemão, que acabou sofrendo as terríveis consequências de sua conivência após a derrota e o suicídio de Hitler.

Agora testemunhamos uma situação semelhante. Cristãos irão votar na Dilma Roussef, mesmo estando cientes de suas perversas intenções legislativas, de sua declarada oposição àquilo que é mais caro ao Cristianismo: a vida e a família. Irão votar em uma pessoa que quase nada inspira de bom, pelo simples motivo de desejarem assegurar a continuidade de uma situação de conforto financeiro. Eles querem continuar a gozar das delícias de um terra que mana leite e mel.

Como tudo isso é contrário à Palavra de Deus! Bússula que nos orienta a pensar e agir de acordo com os mandamentos do Senhor, ainda que tal postura implique na perda da própria vida! Foi assim que agiram os profetas, os apóstolos, os mártires da Inquisição. E é assim que deve agir o cristão do Brasil moderno. Os instrumentos do anticristo devem ser desmascarados seja qual for a consequência. O imperativo é enfrentar qualquer sistema que se levante contra os valores do Reino de Deus.


4) O Brasil não está crescendo por causa do político "A" ou "B". Esta nação está crescendo por causa dos crentes.

Há algum tempo escrevi um artigo, inspirado no livro "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", de Max Weber, no qual defendi a tese de que o Brasil está prosperando por causa da multidão de cristãos fiéis a Deus que tem orado por este país. Weber defendeu que países como os Estados Unidos só se transformaram em super-potências por causa da religião protestante, profundamente influenciada pelas idéias calvinistas, que incentivavam o indivíduo a trabalhar e lutar pelo seu próprio progresso. Em outras palavras, a busca da prosperidade era uma atividade complemente legitimada pelo protestantismo.

Creio que Weber analisou de um ponto de vista estritamente racionalista e sociológico. Acho que ele esqueceu que os primeiros colonizadores americanos eram pessoas extremamente piedosas. considerando que a Bíblia diz que "bendita é a nação cujo Deus é o Senhor", creio que aquele país foi grandemente abençoado por causa da devoção e da espiritualidade de seus primeiros habitantes.

Não é estranho que agora estejamos testemunhando uma certa decadência do Estado americano, que agora não tem mais todo aquele domínio mundial que teve durante a guerra fria. É muito interessante perceber que a última crise financeira mundial, de 2008, afetou muito mais os EUA do que o Brasil. Tal crise foi chamada por Lula de "marolinha", devido ao pouco impacto que teve na economia tupiniquim. Creio que a causa dessa decadência seja da imoralidade que grassa naquele país. Pior do que isso é a frieza espiritual que tem afetado os crentes daquele país, cada vez mais afetados pelo secularismo. A palavra de Deus não falha. Esse estado de coisas acaba tendo reflexos na economia de uma país, pois sabemos que a benção vem dos céus, vem de Deus, e sabemos que Deus não abençoa nenhuma nação iníquia.

Quanto ao Brasil, eu creio está crescendo porque a benção de Deus está sendo derramada. Agora é um cristão para cada 4 habitantes, ou seja, 25%. Essa representatividade não pode se apenas quantitativa, tem de se qualitativa. Quanto mais os crentes brasileiros estiverem comprometidos com os valores do Reino de Deus, mais o país será abençoado. A prosperidade do Brasil depende da ação decisiva dos fiéis em rejeitar candidatos como Dilma Roussef, a grande colaboradora do império das trevas.

Votar na Dilma porque o Brasil está indo bem, porque tem mais carne na mesa, pode ser um tiro no próprio pé. Deus certamente irá se irar com isso e retirará a benção.
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MARINA SILVA ENFRENTOU MUITO BEM AS "FERAS" DO JORNAL NACIONAL, WILLIAN BONNER E FÁTIMA BERNARDES

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MATÉRIA "FRESQUINHA" DA REVISTA ÉPOCA: A NOVA REFORMA PROTESTANTE NO BRASIL (TEXTO COMPLETO)

Inspirado no Cristianismo primitivo e conectado à Internet, um grupo de crescente de religiosos critica a corrupção neopentecostal e tenta recriar o protestantismo à brasileira.

Irani Rosique não é apóstolo, bispo, presbítero nem pastor. É apenas um cirurgião geral de 49 anos de Ariquemes, cidade de 80 mil habitantes do interior de Rondônia. No alpendre da casa de uma amiga professora, ele se prepara para falar. Cercado de conhecidos, vizinhos e parentes da anfitriã, por 15 minutos Rosique conversa sobre o salmo primeiro ("Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios"). Depois, o grupo de umas 15 pessoas ora pela última vez - como já havia orado e cantado por cerca de meia hora antes - e então parte para o traidicional chá com bolachadas, regado a conversa animada e íntima.
Desde que se converteu ao cristianismo evangélico, durante uma aula de inglês em Goiânia em 1969, Rosique pratica sua fé assim, em pequenos grupos de orração, comunhão e estudo da Bíblia. Com o passar do tempo, esses grupos cresceram e se multiplicaram. Hoje, são 262 espalhados por Ariquemes, reunindo cerca de 2.500 pessoas, organizadas por 11 "supervisores", Rosique entre ele. São professores, médicos, pecuaristas, nutricionistas, com uma única característica comum: são crentes mais experientes.

Apesar de jamais ter participado de uma igreja nos moldes traidicionais, Rosique é hoje uma referência entre líderes religiosos de todo o Brasil, mesmo os mais tradicionais. Recebe convites para falar sobre sua visão descomplicada de comunidade cristã, vindos de igrejas que há 20 anos não lhe responderiam um telefonema. Ele pode ser visto como um símbolo pelo período de transição. que a igreja evangélica brasileira atravessa. Um tempo em ntue ritos, doutrinas, tradições, dogmas, jargões e hierarquias estão sob produndo processo de revisão, apontando para uma relção com o Divino muito diferente daquela divulgadas nos horários pagos da TV.

Estima-se que haja cerca de 46 milhões de evangélicos no Brasil. Seu crescimento fi seis vezes maior do que a população total desde 1960, quando havia menos de 3 milhões de fiéis espalhados principlamente entre igrejas conhecidas como históricas (batistas, luteranos, presbiterianos e metodistas). Na década de 1960, a hegemonia passou para as mãos dos pentecostais, que davam ênfase em curas e milagres nos cultos de igrejas como Assembléia de Deus, Congregação Cristã no Brasil e o Brasil Para Cristo. A grande explosão numérica evangélica deu-se na década de 1980, com o surgimento das denominações neopentecostais, como a Igreja Universal do Reino de Deus e a Renascer. Elas tiraram do pentecostalismo a rigidez de costumes e a ele adicionaram a teologia da porsperidade. Há quem aposte que até 2020 metade dos brasileiros professará a fé evangélica.

Dentro do próprio meio, levantam-se vozes críticas a esse crescimento. SEgundo elas, esse modelo de igreja, que prospera em meio a acusações de evasão de divisas, tráfico de armas e formação de quadrilha, tem sido mais influenciado pela sociedade de consumo que pelos ensinamentos da Bíblia. "O movimento evangélico está visceralmente em colapso", afirma o pastor Ricardo Gondim, da igreja Betesda, autor de livros como "Eu Creio, mas tenho dúvidas: a graça de Deus e nossas frágeis certezas" (Editora Ultimato). "Estamos vivendo um omento de mudanças de paradigmas. Ainda não temos as respostas, mas as inquietações estão postas, talvez para ser respondidas somenteo no futuro".

Nos Estados Unidos, a reinvenção da igreja evangélica está em curso há tempos. A Igreja Willow Creek de Chicago trabalhava sob o mote de ser "uma igreja para quem não gosta de igreja" desde o início dos anos 1970. Em São Paulo, 20 anos depois, o pastor Ed René Kivitz adotou o lema para a sua Igreja Batista, no bairro de Água Branca - e a ele adicionou o complemento "e uma igreja para pessoas de quem a igreja não costuma gosta". Kivitz ~´e atualmente um dos mais discutidos pensadores do movimento profestante no Brasil e um dos principais críticos da "religiosidade institucionalizada". Durante seu pronunciamento num evento para líderes religiosos no final de 2009, Kivitz afirmou: "Essa igreja que está na mídia está morrendo pela boca, então que morra. Meu compromisso é com a multidão agonizante, e não com esta igreja evangélica brasileira."

Essa espécie de "nova reforma prostestante" não é um movimento coordenado ou orquestrado por alguma liderança central. Ela é resultado de manifestações espontênas, que mantêm a diversidade entre as várias diferenças teológicas, culturais e denominacionais de seus ideólogos. Mas alguns pontos são comuns. O maior deles é a busca pelo papel reservado è religião cristão no mundo atual. Um desafio não muito diferente do que se impõe a bancos, escolas, sistemas políticos e todas as instituições que vieram da modernidade com a credibilidade arranhada. "As instituicções estão todas sub judice", diz o teólogo Ricardo Quadros Gouveia, professor da Universidade Mackinzie de São Paulo e pastor da Igreja Presbiteriana do Bairro do Limão.

"Ninguém tem dúvida de que espiritualidade é uma cosa boa ou que educação é uma coisa boa, mas as instituições que as representam estão sob suspeita."Uma das saídas propostas por eses pensadores é despir tanto quanto possível os ensinamentos cristãos de todo aparato institucional. Segundo eles, a igreja protestante (ao menos sua face mais espalhafatosa e conhecida) chegou ao novo milênio tão encharcada de dogmas, tradicionalismos, corrupção e misticismo quanto a Igreja Católica que Martinho Lutero tentou reformar no século XVI. "Acabamos nos perdendo no linguajar 'evangeliquês', no moralismo, no formalismo, e deixamos de oferecer respostas para a nossa sociedade", afirma o pastor Miguel Uchoa, da Paróquia Anglicada Espírito Santo, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. "É difícil para qualquer pessoa esclarecida conviver com tanto formalismo e tão pouco conteúdo."Uchôa lidera a maior comunidade anglicana da América Latina. Seu trabalho é reconhecido por toda a cúpula da denominação como um dos mais dinâmicos dos país. Ele é um dos grandes estusiastas do movimento inglês Fresh Expressions, cujo mote é "uma igreja mutante para um mundo mutante." Seu trabalho é orientar grupos cristãos que se reúnem em cafés, museus, praias ou pistas de skate. De maneira genérica, esses grupos são chamados de Igreja emergente" desde o final da década de 1990. "O importante não é a forma", afirma Uchôa. "É buscar a essência da espiritualidade cristã, que acabou diluída ao longo dos anos, porque as formas e hierarquias passaram a ser usadas para manipular pessoas. É contra isso que etamos nos levantando.No meio dessa busca pela essência da fé cristã, muitas das práticas e discursos que
eram característica dos evangélicos comerçaram a ser considerados dispensáveis. Às vezes, até condenáveis.

Em Campinas, no interior de São Paulo, ocorrre uma das experiências mais interessantes de criação de estruturas entre as denominções históricas. A Comunidade Presbiteriana Chácara Primatvera não tem um templo. Seus frequentadores se reúnem em dois salões anexos a grandes condomínios da cidade e em casas ao longo da semana. Aboliram a entrega de dízimos e as ofertas da liturgia. Os interessados em contribuir devem procurar a secretaria e fazê-lo por depósito bancário - e esperar em casa um relatório de gastos. Os sermões são chamados, apropriadamente de "palestras" e são ministrados com recursos multimídias por um palestrante sentado em um banquinho atrás de um MacBook. A meditação bíblica dominicial é comumente ilustrada por uma crônica de Luis Fernando Veríssimo ou uma música de Chico Buarque de Hollanda."Os seminários teológicos forma ministros para um Brasil rural em que os trabalhos são de carteira assinada, as famílias são papai, mamãe, filhinhos e os pastores são pessoas respeitadas", diz Ricardo Agreste, pastor da Comunidade e autor dos livros "Igreja? Tô fora" e "A Jornada" (ambos lançados pela Editora Socep). "O risco disso é passar a vida oferecendo respostas a perguntas que ningúem mais nos faz. Há muita gente séria, claro, dizendo verdades bíblicas, mas presas a um formato ultrapassado."Outro ponto em comum entre eses questionadores é o rompimento declarado com a face mais visível dos protestantes brasileiros: os neopentecostais. "É lisonjeador saber que atraímos gentge com formação universitária e que nos consideram pensadores, afirma Ricardo Agreste. "O grande problema dos evangélicos brasileiros não é de inteligência, é de ética e honestidade".

Segundo ele, a velha discussão doutrinária foi substituída por outra. "Não é mais uma questão de pensar de
formas diferentes a espiritualidade cristã, diz. "Trata-se de entender que há gente usando vocabluário e elementos de prática cristã para ganhar dinheiro e manipular pessoas."

Esse rompimento da cordialidade entre oe evangélicos históricos e os neopentecostais veio a público na forma de livros e artigos. A jornalista (evangélica) Marília Camargo César publicou no final de 2008, o livro "Feridos em Nome de Deus", sobre fiéis decepcionados com a religião por causa de abusos de pastores. O teólogo Augustos Nidodemus Lopes, chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, publicou "O que estão fazendo com a Igreja: ascensão e queda do movimento evangélico brasileiro" (Mundo Cristão), retrado desolador de uma geração cindida entre o liberalismo teológico, os truques de marketing, o culto à personalidade e o esquerdismo político. Em um recente artigo, o prsidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisas, João Flávio Martinez, definiu como macumba para evangélico" as práticas místicas da Igreja Universal do Reino de Deus, como banho de descarrego e sabonente com etrato de arruda.Tais críticas, até pouco tempo atrás, ficarvam restritas aos bastidores teológicos e às discussões internas nas igrejas. Livros mais antigos - como "Supercrentes, Evangélicos em Crise, Como ser cristão sem ser religioso e "O evangelho maltrapilho" (todos da Editora Mundo Cristão) - eram experiências isoladas, às vezes receidos pelos fiéis como desagregadores. "Parece que a sociedade se fartou de tanto escândalo e passou a dar ouvidos a quem já levantava essas questões há tempos", diz Mark Carpenter, diretor geral da Mundo Cristão.O pastor Kivitz - que publicou pela Mundo Cristão seus livros "Outra espiritualidade e "O livro mais mal-humorado da Bíblia - distingue essa crítica interna daquela feita pela mídia tradicional aos neopentecostais. "A mídica trata os evangélicos como um fenômeno social e cultura. Para fazer uma crítica assim, basta ter um pouco de bom-senso. Essa crítica o CQC faz, porque essa igreja é mesmo um escrecho", diz ele. "Eu faço um crítica diferente, visceral, passional, orque eu sou evangélico. E não sou isso que está na televisão, nas páginas policiais dos jornais. A gente fica sem dormir, a gente sofre e chora esse fenômeno religioso que pretende ser rotulado de cristianismo."

Na necessidade de se distinguir dos neopentecostais também levou essas igrejas a reconsiderar uma série de práticas e até seus vocabulário. Pastores e leigos passam a ocupar o mesmo nível hieráquico, e não há espaço para "ungidos" em espeicla. Grandes e impornentes catedrais e cultos shows dão lugar a reuniões informais, em pequenos grupos, nas casas, onde os líderes podem ser questinados, e as relações são mais próximas. O vocabulário herdado da teologia triunfalista do Antigo Testamento (vitória, vingança, peleja, guerra, maldição) é reconsiderado. Para superar o desgate dos termos, algumas igrejas preferem ser chamadas de "comunidades", e os cultos são anunciados como reuniões ou celebrações e até a palavra "evangélico" tem sido preterida em favor "cristão" - o termo mais radicla. Nem todo mundo concorda, evidentemente. "Eles (neopentecostais) é que não deveriam ser chamados de evangélicos", afirma o bispo anglicado Robinson Cavalcanti, da Diocese do Recife. "Eles é que não têm laços históricos, teológicos ou éticos com os evangélicos.

Um dos maiores estudiosos do fenômeno evangélico no Brasil, o sociólogo Ricardo Mariano (PUC-RS), vê como natural o embate entre neopentecostais e as lideranças de igrejas históricas. Ele lembra que, desde o final da década de 19809, quando o nepentecostalismo ganhou força no Braisl, os líderes das igrejas históricas se levantaram para desqualificar o movimento. "O problema é que não há nehum órgão que regule ou fale em nome de todos os evangélicos, então ninguém tem autoridade para dizer o que é uma legítima igreja evangélica, afirma.Procurado por ÉPOCA, Geraldo Tenuta, Bispo Gê, presidente nacional da Igreja Renascer em Cristo, preferiu não entrar em discussões. "Jesus nos ensinou a não irmos contra aqueles que pregam o evangelho, a despeito de suas atitudes", dez ele. "Desde o inicio, éramos acusados distou ou daquilo, primeiro porque admitiamos rock no altar, depois porque não tínhamos usos e costumes. Isso não nos preocupa. O que não é de Deus vai desaparecer, e não será por obra dos julgamentos." A Igreja Universal do Reino de Deus - que, na terceira semana de julho, anunciou a construção de uma réplica do Tempo de Salomão em São Paulo com pedras trazidas de Israel e maior do que a Catedral da Sé - também foi procurada por ÉPOCA para comentar os movimentos emergentes e as críticas dirigdas à igreja. Por meio de sua assessoria, o bispo Edir Macedo enviou um e-mail com as palavras "Sem resposta".O sociólogo Ricardo Mariano, autor do livro "Neopentecostais, sociologia do novo pentecostalismo no Brasil (Editora Loyola), oferece uma explicação pragmática para a ruptura proposta pelo novo discurso evangélico. Ateu , ele afirma que o objetivo é a busca por uma certa elite intelectual, um público mais bem informado, universitário, mais culto que os telespectadores que enchem as igrejas populares. "Vivemos uma época em que o paciente pesquisa na internet antes de ira ao consultário e é capaz de discutir com o médico, questionar o professor", diz "Num ambiente assim, não tem como o pastor proibir nada. Ele joga para a consciência do fiel."A maior parte da movimentação crítica no meio evangélico acontece nas grandes cidades. O próprio pastor Kivitz afirma que "talvez não agisse da mesma forma se estivesse servindo alguma comunidade em um rincão do interior" e que o diálogo libre entre púlpito e auditório passa, necessariamente, por uma identificação cultural." "As pessoas não querem dogmas, elas querem honestidade", diz ele. "As duvidas delas são as minhas dúvidas. MInha postura é, juntos, buscarmos respostas satisfatórias a nossas inquietações".POr isso mesmo, Ricardo Mariano não vê comparação entre o apelo das novas igrejas protestantes e das neopentecostais. "O destino desses líderes será pescar no aquário atraindo insatisfeiros vindos de outras igrejas, ou continuar falando para meia dúzia de pessoas.", diz ele. De acordo com o presbiteriano Ricardo Gouveia, "não há, ou não deveria haver, preocupação mercadológica" entre as igrejas históricas. "Não se trata de um produto a oferecer, que precise ocupar espaço no mercado", diz ele. "Nossa preocupação é simplesmente anunciar o evangelho, e não tentar melhorá-lo ou torná-lo mais interessante ou vendável."O advento da internet foi fundamental para pastores, seminaristas, músicos, lideres religiosos ou leigos decidirem criar seus próprios sites, portais, comunidades e blogs. Um vídeo transmitido pela Igreja Universal em POrtugal divulgando o Contrato da Fé, um documento autenticado por pastores, prometendo ao fiel a possibilidade de se associar com Deus e ter de Deus os benefícios" - propagou-se pela rede, angariando toda sorte de comentários. Outro vídeo, em que o pregador americado Moris Cerullo, no programa do pastor Silas Malafaia, prometia uma "unção financeira dos últimos dias em troca de quem "semear" um "compromisso" de R$ 900,00 também bombou na rede. Uma cópia da sentença do juiz federal Fausto de Sanctis condenando os líderes da Renascer Estevem e Sônia Hernandes por evasão de divisas circulou no final de 2009. De Sanctis afirmava que o casal "não se lastreia na preservação dos vealores de ética ou correção, apesar de professarem o evangelho", "Vergonha alheia em doses quase insportáveis", foi o comentário mais ameno entre os internautas.Sites como Pavablog, Veshame Gosapel, Irmãos.com, Púlpito Cristão, Caiofabio.net ou Cristianismo Criativo fazem circular vídeos, palestras e sermões e debatem doutrinas e notícias com alto nível de ousadia e autocrítica. De um grupo de blogueiros paulistanos, surgiu a idéia da Marcha pela ética, um protesto que ocorre há dois anos dentro da Marcha para Jesus (evanto organizado pela Renascer). Vestidos de preto, jovens carregam faixas com textos bíblicos para frases como "O Show tem que parar" e "Jesus não está aqui, ele está nas favelas"

A maior parte desses blogueiros trafega entre assuntos tão diversos como teologia, política, televisão, cinema e música popular. O trânsito entre o "secular" e o "sagrado" é uma das características masi fortes deses novos evangélicos. "A espiritualidade cristã sempre teve a missão de resgatar a pessoa e fazê-la interagir e tranformar a sociedade", diz Ricardo Agreste. "Rompemos com o ostracismo da igreja histórica tradicional, entramos em diálogo com a cultura e com os ícones e pensamento dessa cultura e estamos refletindo sobre tudo isso."Em São Paulo, o capela Valter Rava critou o Instituito Gênesis 1.28, uma organização que ministra cursos de conscientizaçaõ ambiental em Igreas, escolas e centros comunitários. "´É uma proposta de Jesus, materializar o amor ao p´roximo no dia a dia", afirma Ravara. "O homem sem Deus joga papel no chão? O cristão não deve jogar." Ravara publicou em 208 a Biblia verde, com laminação biodegradável, papel de reflorestamento e encarte com textos sobre sustentabilidade.A então ministra do meio ambiente, Marina Silva, escreveu o prefácio da Bíblia verde, Sua candidatura à Presidencia da República angariou simpatia de blogueiros e tuiteiros, mas não o apoio formal da Assembléia de Deus, denominação a que ela pertence. A serparação entre política e religião pregada por Marina é vista como um marco da nova inserção social evangélica. O vereador paulistano e evangélico Carlos Bezerra Jr. afirma que o dever do político cristão é "expressar o Reino de Deus" dentro da política. "É o oposto do que fazem as bancadas evangélicas no Congresso, que existem para conseguir facilidades para sua denominação e sustentar impérios eclesiásticos", diz ele.O raciocínio antissectário se espalhou para a música. Nomes como Palavratiga, Crombie, Tanlan, Eduardo Mano, Hélvio Sodre e Lucas Souza se definem apenas como "música feita por cristãos", não mais como gospel. Eles rompem os limites entre os mercados evangélico e popo. O antissectarismo torna os evangélicos masi sensíveis a ações sociais, das parcerias com ONGs até uma comunidade funcionando em plena Cracolândia, no centro de São Paulo. "No fundo, nossa proposta é a mesma dos reformadores", diz o presbiteriano Ricardo Gouveia. "É perceber o cristianismo como algo feito para viver na vida cotidiana, no nosso trabalho, na nossa cidadania, no nosso comportamento ético, e não dento das quatro paredes de um templo."A teologia chama de "cristocêntrico" o movimento empreendido por esses crentes que tentam tirar o cristianismo das mãos da estrutura da igreja - visão conhecida como eclesiocêntrica - e devolvê-lo para a imaterialidade das coisas do espírito. É uma versão brasileiramente mais modesta do que a Igreja Católica viveu nos tempos da Reforma Prostestante. Desta vez, porém dirigida para a própria igreja protestante. Depois de tantos desvios, vozes internas levantaram-se para propor uma nova forma de enxergar o mundo. E, com efeito, de ser enxergadas por ele. Nas palavras do pastor Kivitz: "Marx e Freud nos convenceram de que, se algúem tem fé, só pode ser um estúpido infantil que espera que um Papai do Céu possa lhe suprir as carências. Mas hoje gostaríamos de dizer que o cristianismo tem, sim, espaço para contribuir com a contrução de uma alternativa para a civilização que está aí. Uma sociedade que todo mundo espera, não apenas aqueles que buscam uma experiência religiosa.
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PORQUE NÃO VOTO EM DILMA - Por Pastor Geremias do Couto


Por Pr. Geremias do Couto


Há quem diga que política não se discute. Penso o contrário. É por falta de discussão que, em grande parte dos casos, temos políticos de qualidade duvidosa no exercício do poder, eleitos por eleitores que sequer pararam para conhecer as propostas de seus candidatos e até mesmo venderam o voto – a arma mais eficaz numa democracia – por míseros centavos.

Quero discutir a eleição presidencial. E o que estiver implícito nessa discussão também caberá de forma implícita como instrumento de análise das eleições em outros níveis. Já decidi em definitivo que não darei o meu voto para Dilma Rousseff. Acredito que esta seja a hora de interrompermos a governança do PT sobre o nosso país antes que seja tarde demais.

Dilma é PT. E o PT é Dilma.

Não creio que, como quis parecer, a “Carta aos Brasileiros” apresentada pelo PT antes da eleição de Lula em 2002 tenha sido um instrumento de mudança na política do Partido. Mas foi ela que permitiu a eleição de Luís Inácio Lula da Silva e deixou aberto o caminho para a sua reeleição. Durante os quase oito anos de mandato ele se equilibrou sob dois eixos: o bolsa família e a elite financeira.

Com o bolsa família agregou milhões de famílias pobres ao mercado de consumo com uma renda mínima e, com isso, garantiu um eleitorado cativo com o qual espera contribuir para eleger a sua sucessora. Só que o bolsa família é política compensatória, que se aplica para minorar situações temporárias. É preciso ter porta de entrada e também porta de saída. Ou seja, as políticas de governo têm de criar condições para que essas pessoas sejam absorvidas pelo mercado e possam gerar a sua própria renda sem continuarem eternamente dependentes. Mas não é o que acontece. É nesse eixo que Lula mantém uma de suas pernas.

A elite financeira, por outro lado, nunca lucrou tanto como durante os dois mandatos de Lula. Os eventuais discursos do presidente contra os banqueiros são apenas uma forma de blindagem contra as críticas de favorecimento a essa elite. Pesquisem os balanços das grandes empresas e dos grandes bancos e verão que “nunca antes na história deste país” tiveram as suas contas tão abarrotadas. Esse é o outro eixo em que Lula mantém a outra perna.

Enquanto isso, sob os olhares de contemporização dessa elite empanturrada e o aplauso de famílias que merecem o que recebem, pelo estado de extrema pobreza, mas deveriam também ser preparadas para o mercado de trabalho mediante políticas consistentes, o PT foi-se aboletando da coisa pública, aparelhando o estado e impondo com sutileza o seu programa partidário, que nunca mudou. É óbvio que não se fala mais em revolução. A tática é outra. É usar a democracia para depois solapá-la.

A natureza autoritária do PT apareceu, por exemplo, na tentativa de criar o Conselho Federal de Jornalismo para veladamente impor a censura nos meios de comunicação. Ela fica patente no PLC 122/06, que, sob o argumento de proteger o movimento homossexual, usa-o como “inocente útil” (será?) para tentar restringir a liberdade de expressão. Suas garras totalitárias ficam bem explícitas no PNDH 3, decreto já assinado pelo presidente da república, onde pretende impor o controle social dos meios de comunicação (com o mesmo propósito já descrito acima), banir os símbolos religiosos dos locais públicos e legalizar o aborto, entre outros penduricalhos, acrescido agora pelo projeto de lei enviado ao Congresso Nacional pelo presidente Lula com a finalidade de punir os pais que disciplinam os filhos com algumas palmadas. O conjunto da obra significa, em última análise, retirar toda e qualquer liberdade, socializar a nação e impor-nos unilateralmente o controle social do estado. Tudo isso está no programa do partido, aprovado durante o seu 3® Congresso.

A eleição de Dilma só dará continuidade ao processo. Mas dirá alguém: em relação ao aborto, ela se comprometeu com “a manifestação da vida em todos os seus aspectos” por ocasião de sua fala aos líderes evangélicos capitaneados pelo bispo Manoel Ferreira. O Lula fez a mesma coisa nas eleições anteriores. Nem por isso a carruagem parou. “Mas o bispo fez com ela um acordo em que o tema fique restrito ao congresso”, dirá outro. Mas que vantagem há nisso, se todas as leis precisam tramitar por ali? É simplesmente um acordo para inglês ver, pois a pressão foi, é e continuará sendo pesada, mesmo no próximo mandato presidencial, para que não só o aborto, mas outras leis restritivas à liberdade venham a ser aprovadas no Congresso Nacional.

Por outro lado, Lula se alia ao que há de pior na política internacional. Faz jogo de cena, mas na América Latina os seus aliados preferenciais são Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador), Hugo Chavez (Venezuela) e Fidel Castro. Em visita a Cuba, ficou contrariado quando lhe cobraram condenar o regime cubano pela morte, em razão de uma greve de fome, do preso político Orlando Zapata Tamayo. Pelo mundo afora é amigo de regimes totalitários e aplaude Ahmadinejad, que “deseja” a paz mundial desde que Israel seja destruído.

Isso para não falar da ligação do PT com as Farcs. Lembro-me que lia Olavo de Carvalho no Globo e gostava imensamente dos seus textos, mas achava estranho quando falava do Foro de São Paulo, da participação das Farcs e das forças mais representativas da esquerda na América Latina. Minha estranheza tinha sentido. Nenhum órgão de imprensa se referia ao assunto. Pesquisava os jornais, revistas e outros meios sem que houvesse sequer nenhuma menção. Parecia teoria conspiratória. De repente, Olavo de Carvalho desapareceu do Globo. Fui encontrá-lo no Mídia sem Máscara, que, por sinal, publicou neste dia 3 postagem de sua autoria sobre o tema (clique aqui). Mas a verdade, para encurtar a história, é que a grande imprensa não pôde mais esconder o fato. As Farcs fazem parte do Foro de São Paulo desde a sua fundação em 1990, com assento permanente, e tem ligações históricas com o PT. O pior é que todo mundo sabe que as Farcs se sustentam com o narcotráfico. Mas para evitar prejuízos eleitorais há uma tentativa oblíqua de fazer parecer que o PT nunca teve vínculos com esse grupo de guerrilha, que tinha negócios (ou ainda tem) até com Fernandinho Beira Mar.

Participei de um evento em Brasília no qual discursou o senador Magno Malta. Como o tema era o PNDH 3, lá pelas tantas ele afirmou que precisávamos perguntar a Dilma qual era a sua posição sobre o tema. Fiquei decepcionado. Tive a oportunidade de falar também na mesma ocasião, mas infelizmente o parlamentar já se retirara, como, infelizmente, costuma acontecer nessa arena. Comecei dizendo que não precisávamos fazer qualquer pergunta à então ministra, contradizendo o senador, já que o PNDH 3 tinha a sua chancela, pois saíra diretamente do forno da Casa Civil para receber o autógrafo do presidente. Ali já estava tudo quanto pensava, como também constava da primeira versão de seu programa de governo por ela rubricado e apresentado ao TSE.

Por que não voto em Dilma? Pelas razões que acabo de expor. Ela é a continuidade de Lula ou como o próprio a designou: o seu pseudônimo. Henrique Afonso (evangélico) e Luiz Bassuma (espírita) foram punidos pelo PT por serem contrários a legalização do aborto. Essa norma não mudou. Reconheço que a Dilma de hoje não é a mesma que fez parte de grupos terroristas. Há uma mudança em sua trajetória. Mas essa mudança é de forma, não de conteúdo. Agora, ao invés de fazer uso das armas, o instrumento é a própria democracia, como já mencionei. Dilma, sem dúvida, cumprirá o programa do PT. O ritmo é que poderá alterar-se de acordo com os ventos. Ora poderá ser rápido, se favoráveis. Ora lento, se contrários. Mas que a nau singra na direção do totalitarismo, se não houver mudanças de rumo, disso não há dúvida.

PS. Para trazer luz à discussão, sugiro o link abaixo de Reinaldo Azevedo:

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/esmagados-pelo-esquerdismo-oficial-ou-ecos-do-totalitarismo/
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MINHA RESPOSTA À CRÍTICA DE UM PASTOR QUE NÃO CONCORDA COM O MEU "ATAQUE" AO MIKE MURDOCK


Por Cristiano Santana


Boa Noite



Tenho uma pergunta a lhe fazer o que vc tem a dizer do Bispo Edir Macedo da IURD. ja que com tanta elouquencia falou de outros pregadores da palavra de Deus sendo que o Próprio livro aonde se encontram as Sagradas Escrituras que vc fala, nos ensina que nao devemos Julgar estes homens sendo que nos seus relatos vc fala do Rei Davi e do rei Saul sendo, Que o maior ensinamento do Rei Davi foi não toque num Ungido de Deus, sendo que este meu Comentário nao é para entrar en discursão mais apenas para lembrar que não temos o direito de falar dos ungidos de Deus pois ele mesmo nos Fala que dos ungidos dele ele mesmo cuida. Sendo vc um Presbitero nao deveria prestar mais atenção nas próprias escrituras a que vc aqui se refere. Que Deus lhe abencoe.

Não estou defendendo a um nem a outro e sim tentando lhe mostrar que devemos fazer nossa parte pois certamente Deus nao precisa de mim nem de vc para para estarmos aqui discutindo nem colocando mais duvida na cabeça das pessoa que ainda não conhecem a palavra de Deus vamos nos Ater a ensinar a palavra e fazer nossa parte. A igreja e de Deus, a obra e de Deus tenha certeza de que ele tem o controle de tudo. e se vc não Acredita nisso tenha cuidado,

Certaqmente sei que vc acredita EM DEUS.

Que Deus venha derramar bençãos
sem medidas na sua Vida

Pr. J. P. Sousa


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Prezado Pr. J. P. Sousa

Deixe-me responder por partes:


1- Quanto à afirmação de não devemos julgar esses homens (Mike Murdock, Silas Malafaia, etc)


Desconheço qualquer passagem, nas Escrituras, que nos proíba de julgar doutrinas e posturas que se opõem frontalmente à verdade de Deus. Julgar, no sentido de formar um parecer, refletir, considerar, formar uma opinião, é uma atitude recomendada a cristão.

O livro "Quem é Você para Julgar?" de Erwin W. Lutzer (Edições CPAD) vem ao nosso socorro, neste momento. Vejamos o que ele nos ensina sobre o julgamento:

Acredito que Jesus estava falando com ambos os grupos quando disse: "Não julgueis, para que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medidos vos hão de medir a vós" (Mt. 7:1,2). Todavia, o que Ele quis dizer com estas palavras? Será que Ele teve a intenção de afirmar que fazemos um favor a nós mesmos não fazendo nenhum julgamento, visto que tais julgamentos voltarão contra nossas próprias vidas? Acho que não.

Podemos estar certos de que Jesus não estava ensinando que não devemos fazer julgamentos! Dizer, como alguns, que deveríamos levar Jesus ao "pé da letra" e nutrir um espírito de unidade e apaziguamento é não seguir os ensinamentos de Cristo; dizer que deveríamos ter um atitude tolerante, que nunca expresse opiniões sobre o que os outros crêem e fazem é não seguir os ensinamentos de Cristo. O argumento que declara ser a unidade mais importante que a verdade, e o amor mais importante que a doutrina correta, está errado em seu âmago.

Então, o que Jesus quis dizer quando declarou: "Não julgueis, para que não sejais julgados" (Mt 7:1)? Dizendo qme poucas palavras, Ele estava ensinando que não devemos fazer julgamentos hipócritas. Não devemos ser fariseus, que, por gostar de julgar, julgavam as coisas erras; ou até quando fazem julgamentos certos, os faziam pelas razões erradas. Ele exibiam um tom cheio de si mesmos em tudo o que faziam e diziam. Poderíamos dizer que Jesus está advertindo: "Não sejais fariseus, mas faças julgamentos justos".

Esse livro maravilhoso nos ensinar a julgar doutrinas, milagres, aparências, comportamentos, falsos profetas, neopaganismo, caráter, etc.

Meu prezado pastor. Ao emitir esse tipo de julgamento não estou enviando o Murdock para o inferno. Deus é quem o julgará naquele dia! Mas eu tenho não só o direito, mas a obrigação de confrontar o erro, seja de quem for.

2- Quanto à afirmação de que não devemos falar mal do "ungido" do Senhor

Achei um texto sensacional que aponta o equívoco da interpretação popular de Salmos 105:15

Salmo 105.15: Não toqueis os meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas.

Interpretação popular:

Não se deve falar mal dos líderes da igreja (mesmo que eles estejam agindo de modo errado), pois eles são "os ungidos de Deus".

Esta interpretação nos leva ao Círculo Vicioso do Pecado:
a) Por se sentirem "ameaçados por Deus", os crentes acabam não denunciando os pecados dos seus líderes.
b) Os líderes corruptos, aproveitando-se desta "Imunidade Eclesiástica", continuam pecando.

E, as conseqüências deste Círculo Vicioso do Pecado são:
a) Crentes desanimados, decepcionados e desviados dos caminhos do Senhor.
b) Igrejas doentes, sem a graça e o poder de Deus.
c) Baixo nível de envolvimento e comprometimento com a obra de Deus.
d) E, o mais grave de tudo, mais cedo ou mais tarde o nome do Nosso Senhor Jesus e do seu santo evangelho acabam sendo envergonhados (pois tudo que é feito às escondidas acaba sendo publicado no telhado - Lucas 12.3).


Considerações:

a) Quanto à unção, todos os crentes são "ungidos de Deus" (e não somente os líderes):
- O próprio Salmo 105 assim nos ensina, nos versos 12 a 15:

"Quando eram poucos homens em número, sim, mui poucos, e estrangeiros nela;
Quando andavam de nação em nação e dum reino para outro povo;
Não permitiu a ninguém que os oprimisse, e por amor deles repreendeu a reis, dizendo:
Não toqueis os meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas."

- Este conceito é confirmado no Novo Testamento. I João 2.20:
Vós (todos os crentes) tendes a unção do Santo.

b) Quanto à FALAR MAL dos líderes da igreja (ou de quem quer que seja), a Bíblia nos proíbe tal prática:
- Tiago 4.11: Irmãos, não faleis mal uns dos outros.

c) Por outro lado, qualquer pessoa da igreja que estiver agindo de modo errado, deve ser duramente disciplinada (*):
- I Timóteo 5.20: Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor.
(http://www.pregador.com.br/errata.htm)



Em face, do acima exposto, querido pastor J. P. Sousa, recebo com respeito as suas palavras, mas considero não estar cometendo pecado algum, diante de Deus ao denunciar os ensinamentos bizarros de Silas Malafaia e cia.
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OS ABSURDOS BÍBLICOS E TEOLÓGICOS DO LIVRO "A LEI DO RECONHECIMENTO" DE MIKE MURDOCK, PUBLICADO POR SEU AMIGO, SILAS MALAFAIA (PARTE 3)


Por Cristiano Santana

CAPÍTULO 5 - A LEI DO RECONHECIMENTO DE UM PROTEGIDO ESPIRITUAL

Afirmação de Murdock: O discípulo excepcional semeia alegremente as sementes de apreciação de volta para a vida do orientador.

Refutação: O autor argumenta que, assim como a rainha de Sabá deu 4 milhões de dólares a Salomão, também devemos honrar o nosso orientador com dinheiro. Ora, o próprio exemplo de Paulo demonstra como é delicada essa questão de recompensar financeiramente alguém por seu papel de orientador. O apóstolo, para não ser acusado de mercenário, dificilmente aceitava ofertas das igrejas, isso para não dar ocasião aos seus acusadores. A aceitação da oferta dos irmãos de Filipos figura como exceção, já que Paulo trabalhava para o próprio sustento. É certo que está escrito "Não atarás a boca ao boi que debulha". Mas também está escrito: "De graça recebestes, de graça dai". Há muitos supostos orientadores que vendem seus conselhos a peso de ouro.

Afirmação de Murdock: O discípulo excepcional recebe, no final, o manto do orientador.

Refutação: O que é isso? Sucessão real? Sucessão apostólica? Isso é totalmente estranho ao Novo Testamento. Ademais, ninguém deve seguir um orientador apoiando-se nessa falsa promessa de que, no final, receberá o "manto sucessório". A igreja é do Senhor Jesus Cristo e ele exalta a quem quiser. Por mais que sejamos fiéis a algum líder, às vezes a vontade de Deus é que o seu sucessor seja outra pessoa. Por acaso Saul foi algum orientador para Davi? Davi estava sempre perto de Saul em busca de conselhos? Apesar disso, Deus elevou a Davi como rei de Israel. Infelizmente, hoje em dia, muitos só recebem o manto do orientador depois de se formarem na faculdade de "puxa-saquismo"

Afirmação: O discípulo excepcional mudará sua programação para ficar mais tempo na presença do seu orientador.

Refutação: Murdock dá como exemplo o fato de Paulo ter ido à Jerusalém para conhecer a Pedro pessoalmente. Ridídulo!! Isso faz de Pedro um orientador de Paulo? Sabemos que Paulo era completamente independente. Essa visita a Pedro ocorreu depois de muitos anos!! Será que Murdock esqueceu que Paulo disse que não tinha recebido o seu evangelho de homem algum? Será que ele esqueceu que Paulo repreendeu a Pedro publicamente? Quem tem coragem de repreender o seu orientador assim??

Afirmação: Quando o conselho do orientador é rejeitado, Deus corrigirá o discípulo por meio de experiências dolorosas.

Refutação: Em nenhuma parte do Novo Testamento existe esse ensinamento ridículo de que devemos nos render incondicionalmente aos conselhos de um orientador. Essa é uma idéia medieva, repressiva e retrógrada. O cristão é um ser livre, e tem o direito de avaliar qualquer conselho pelo crivo da Palavra de Deus. Além disso a Bíblia defende o sacerdócio universal do crentes, através do qual qualquer servo de Deus tem amplo acesso a Deus para fazer suas orações e pedir a orientação do Espírito Santo. O orientador também é um ser humano sujeito a falhas, portanto capaz de dar orientações erradas. O orientador não é onisciente. Alguém conhece algúm orientador que nunca erre em seus conselhos?

CAPÍTULO 6 - RECONHECIMENTO DO PARCEIRO QUE DEUS APROVOU PARA VOCÊ - SEM TRECHOS DE HERESIA PERIGOSA

CAPÍTULO 7 - RECONHECIMENTO DE UM MOMENTO DE FÉ EXCEPCIONAL

Afirmação: Mike Murdock diz que "semeou" 8.500 doláres, sendo que a recompensa divina foi uma renda vitalícia.

Refutação: É triste perceber que o amigo do Silas gastou praticamente todo um capitulo para influenciar o leitor a crer que semear bastante dinheiro na obra de Deus é a demonstração de fé por excelência. Tem o disparate de dizer que "a pequena semente lançada durante uma crise produz uma colheita muito maior que a semente generosa lançada em tempos de bonança". Qual é o pai de família que dará o único dinheiro que tem à igreja no momento em que o seu filho jaz terrivelmente doente precisando de remédios. Mike Murdock semearia nesse momento de crise? Jesus disse "misericórdia quero e não sacrifícios".

CAPÍTULO 8 - RECONHECIMENTO DE SUA FONTE DOMINANTE DE FAVOR - SEM TRECHOS DE HERESIA PERIGOSA

continua...
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OS ABSURDOS BÍBLICOS E TEOLÓGICOS DO LIVRO "A LEI DO RECONHECIMENTO" DE MIKE MURDOCK (CONTINUA A DEMOLIÇÃO - PARTE 2)




Por Cristiano Santana


Antes de dar continuidade à crítica do livro "A LEI DO RECONHECIMENTO", quero esclarecer que vou passar a tratar de cada capítulo da forma mais suscinta possível, isso com o intuito de tornar a leitura menos cansativa, afinal de contas, são 31 capítulos

Vamos lá...


CAPÍTULO 3 - RECONHECIMENTO DE SUA MISSÃO

Afirmação do item 10: Sua missão coincide com o único lugar em que sua provisão financeira está garantida.

O autor sustenta essa proposição apresentando os exemplos de Elias que foi guiado por Deus a um riacho onde um corvo o alimentaria. Segundo ele, a provisão do crente é cortada quando Deus o quer em outra missão. Apoiou-se, mais uma vez, em Elias que recebeu a nova missão de ir à casa de viúva de Sarepta

Pode-se contrapor à afirmação acima, duas outras, que não podem ser contestadas.

Refutação 1: Deus às vezes dirige o crente para uma situação de total falta de provisão. Exemplos:

Jesus foi impelido ao Deserto pelo Espírito Santo para que jejuasse 40 dias; Jó experimentou total miséria por determinação divina; O livro "Heróis da Fé", de Orlando Boyer, conta a história de Davi Brainerd, missionário que evangelizou ao índios americanos: "Dias a fio passava-os com fome. Já começava a sentir a saúde abalada e estava a ponto de casar-se (sua noiva era Jerusa Edwards, filha de Jônatas Edwards) e estabelecer um lar entre os índios convertidos ou voltar e aceitar o pastorado de uma igreja que o convidava. Contudo, reconhecia que não podia viver, por causa da sua doença, mais que um ou dois anos e resolveu então ''arder até o fim".

Refutação 2: O fato de experimentarmos certa abastança, em um determinado lugar, nem sempre indica que estamos cumprindo alguma missão dada Deus.

Fosse assim todos os milionários da mundo estariam cumprindo alguma missão divina, incluíndo os ateus. Ademais, em várias passagens da Bíblia, Deus repreende os seus servos por terem esquecido dele após terem "engordado" (Jeremias 5:28). Provavelmente Ló achava que a vida próspera e sossegada que levava em Sodoma era da vontade de Deus.


CAPÍTULO 4- RECONHECIMENTO DE UM ORIENTADOR EXCEPCIONAL

Afirmação: O orientador excepcional é o maior segredo para o sucesso do discípulo. Os orientadores são a diferença entre a pobreza e a prosperidade; a redução e o aumento; a perda e o ganho; a dor e o prazer; a deterioração e a restauração.

Refutação: Não se pode elevar tal afirmação ao patamar de uma lei, sob pena de violar a autonomia espiritual do cristão.

Murdock procura convencer o leitor de que o orientador não pode ser contestado em nada. A vida e a morte dependem da obediência ao orientador. Persuadir o crente a procurar essa espécie de guru é muito perigoso.

Não se discute que Deus possa colocar na vida de alguém uma pessoa de muita experiência para orientá-lo em vários aspectos de sua vida. Mas orientar é diferente de ordernar uma conduta. Um orientador que se preze deve sempre valorizar a autonomia de sua discípulo. "Eu acho que você deveria agir assim" é diferente de "Você tem de agir assim".

Um detalhe importante é que o Novo Testamento procura incentivar o crente a buscar a sua autonomia espiritual. Todos nós somos reis e sacerdotes. Todos nós somos guiados pelo Espírito Santo. Todos nós estamos assentados nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Todos nós temos amplo acesso a Deus através da oração. Não é possível que o cristão tenha de viver o tempo todo apoiado nas palavras de um orientador, como se fosse uma muleta. Isso é sinal de fraqueza, de debilidade espiritual.
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OS ABSURDOS BÍBLICOS E TEOLÓGICOS DO LIVRO "A LEI DO RECONHECIMENTO" DE MIKE MURDOCK, PUBLICADO POR SEU AMIGO, SILAS MALAFAIA (PARTE 1)


Por Cristiano Santana

Inicio, hoje, uma análise do livro "A Lei do Reconhecimento", de Mike Murdock, com o intuito de mostrar aos meus leitores as suas incongruências lógicas, bíblicas, teológicas, éticas e científicas, escondidas sob uma mera aparência de sabedoria espiritual.

Não significa que o livro esteja totalmente eivado de erros. Naturalmente, alguns princípios transmitidos tem embasamento bíblico, mas é necessário por em relevo uma quantidade enorme de ensinamentos totalmente estranhos à filosofia cristã, que são capazes de pôr em risco a vida espiritual das pessoas.

Creio que o melhor modo de realizar essa análise seja através da abordagem dos capítulos, individualmente ou em grupo, conforme a conveniência. Antes, é apropriado apresentar um pequeno resumo:

Mike Murdock nos diz que aquilo que você precisa já está depositado em sua vida, simplesmente aguardando que você o reconheça. O que não se reconhece se converte em algo que não se celebra. O que não se celebra se converte em algo que não se recompensa. O que se recompensa eventualmente sai de sua vida. A Lei de Reconhecimento pode transformar toda uma vida de fracassos em uma vida de sucessos instantaneamente. Deus colocou cofres com tesouros ao redor de nós, precisamos apenas reconhecê-los.

Temos de ter a habilidade de perceber informações, detalhes, acontecimentos, etc, ao redor de nós, e agir em conformidade com essas situações, caso contrário perderemos grandes oportunidades. E a forma de enxergar tudo isso é através do que Murdock chama de Lei do Reconhecimento, que se subdivide em várias leis. Vejamos algumas delas:

- Reconhecimento da voz do Espírito Santo;
- Reconhecimento do seu dever;
- Reconhecimento de um inimigo;
- Reconhecimento do seu companheiro;
- Reconhecimento de um libertador financeiro;
- Reconhecimento de seu dom dominante;
- Reconhecimento de uma conexão vital;
- Reconhecimento de unções específicas;
- Reconhecimento de um protegido excepcional;
- Etc.

1- RECONHECIMENTO DA VOZ DO ESPÍRITO SANTO

O capítulo começa muito bem, de acordo com a cartilha ortodoxa, nos ensinando que o Espírito Santo sempre nos avisa de um perigo eminente; pode evitar mortes, tragédias e dificuldades necessárias; pode evitar lares e casamentos desfeitos; pode revelar ondas de favor e de bençãos; nos liga a pessoas extraordinárias, nos traz a paz interior; nos revela grande prosperidade através da obediência.

A tragédia acontece quando se chega item 8: "A voz pode mudar as estações financeiras de sua vida em um instante". Murdock conta que certa vez ouvia a pregação de um pastor chamado Charles Greenaway que, encorajando seus ouvintes a fazerem um promessa de fé, dizia: "O Senhor simplesmente o convida a investir algo no céu, e se mais do que você investiu retornar...isso é prova da existência dEle".

Murdock então diz que, mesmo sem poder, prometeu dar R$ 100,00, quantia que com muito custo conseguiu. A recompensa veio através de mais dinheiro e de um trailer que um casal comprou para ele. Fica claro aqui, senão de modo explícito, mas implícito que o autor levanta a tese de que a única forma de mudarmos nossas "estações financeiras" é através da doação de dinheiro para a obra de Deus.

Não duvido que Deus possa realmente mudar nossa situação financeira através da orientação do Espírito Santo, mas colocar como condição primordial e necessária que temos de semear alguma dinheiro no céu para receber um milagre financeiro, como se não existe outro modo, é tentar estabelecer um lei espiritual que simplesmente atenta contra a bondade e amor de nosso Pai Celestial.

Falo isso por experiência própria. Depois de ter ficado desempregado, amarguei 8 meses de miséria, indo literalmente à falência. Meu nome foi negativativo nos órgãos de proteção ao crédito. Eu não aguentava mais receber ligações de meus credores, exigindo os pagamentos.

Meu único recurso, naquela época foi a oração. Nunca chorei tanto em toda vida, com o rosto encostado no chão. Como não tinha dinheiro para dar à igreja, minha única arma era gemer diante de Deus, noite e dia.

Durante essa época recebi a inspiração para estudar para concursos públicos, sem fazer cursinho, sem livros suficientes, sem nunca ter tido contato com matérias de Direito Constitucional, Administrativo, Trabalhista, etc.

Hoje, pela misericórdia de Deus, encontro-me em uma situação bem confortável, pois tomei posse como servidor publico federal, na justiça trabalhista, depois de ter sido aprovado em um concurso acirradíssimo.

Não precisei dar um centavo para conseguir essa vitória. Ainda bem que o meu Deus não é o deus do Mike Murdock. Ainda bem que para o meu Deus não existe essa lei rígida e inflexível de que, para receber temos de dar, senão eu estaria na miséria até hoje. A lei que eu conheço é a lei do amor, o amor de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
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