Por Cristiano Santana
Quando lemos pela primeira vez sobre as obras da carne, em Gálatas 5, uma certa influência místico-dualista nos faz pensar que "carne" seria o elemento físico da constituição do homem, totalmente antagônico à sua substância imaterial, que nesse caso seria a alma. O termo "carne" nos faz pensar que o corpo é algo intrínsicamente mal e perverso. O termo "fruto do espírito" nos induz a pensar que tudo que é bom tem uma fonte imaterial, distinta do corpo.
Esse tipo de concepção dualista merece uma correção. Quando o homem peca, não é uma parte de seu ser que transgride a lei de Deus, mas o homem TODO. Assim também, a virtude é um atributo do homem inteiro, não apenas de seu espírito. Dessa forma torna-se mais fácil entender porque alguns pecados da mente, digamos assim, são incluídos nas obras da carne: inimizades, porfias, heresias, invejas, etc.
A inimizade, por exemplo, tem origem nos pensamentos, mas Paulo classificou-a como obra da carne. O esclarecimento vem, para essa aparente confusão entre ações mentais e ações corporais, quando entendemos que "carne" representa a natureza caída do homem, do homem TODO. O pecado corrompeu completamente o homem, em sua constituição física e imaterial. "Carne" é isso, é a inclinação do homem para transgredir a lei de Deus, seja através de atos da mente ou do corpo.
Finalizando, "obras da carne" não significa em absoluto, que o corpo é mau, e o espírito bom.
Finalizando, "obras da carne" não significa em absoluto, que o corpo é mau, e o espírito bom.
Postar um comentário