Cristiano Santana - Uma visão do mundo

Crise espiritual: momento de novo propósito para o cristão




Por Cristiano Santana

Sem dúvida alguma, a experiência singular do novo nascimento é o milagre mais sublime que um ser humano pode experimentar. A graça irresistível atrai a criatura para um processo de transformação dramático, no qual o velho homem é destronado e substituído por um novo ser que passa a ser proclamado filho de Deus. 

Todos nós, que já passamos por essa experiência, nos recordamos da poderosa intervenção de Deus em nossas vidas. Fomos libertos da tirania do pecado, e, com o auxílio do Espírito Santo, pouco a pouco no libertamos de práticas e vícios terríveis, os quais, além de serem autodestrutivos, representavam verdadeira afronta à santidade de Deus.   

A partir de nossa regeneração iniciamos um novo relacionamento com Deus, mediado por Cristo e auxiliado pelo Espírito Santo. Motivados por essa nova realidade, renunciamos a antigos projetos e elaboramos outros, mais condizentes com a nossa condição de servos de Deus. No frescor do primeiro amor, idealizamos uma vida plena em todos os sentidos, com trajetória unicamente ascendente e nem mesmo cogitamos sobre a possibilidade de obstáculos no caminho.

Entretanto, com o passar dos anos, a rotina do dia a dia, problemas pessoais, responsabilidades familiares, etc. surgem como fatores de ameaça ao progresso do crente. Além disso, é possível que em dado momento experimentemos a sensação de que estacionamos espiritualmente, de que chegamos a um ponto em que não é possível mais avançar. Outros experimentam algo ainda pior, a constatação de que suas forças espirituais estão quase que completamente exauridas. Essa situação de esgotamento espiritual é ainda mais agravada se é seguida de algum tipo de crise pessoal (emotiva, profissional, etc.). De repente, o crente que resplandecia alegremente, no início de sua caminhada, encontra-se como que cercado pelos muros da angústia que pouco a pouco vão escurecendo tudo ao seu redor. 

É nesse momento de desespero que o filho de Deus se conscientiza de que a reação mais adequada é voltar-se para Deus com todas as suas forças. Só que agora ele percebe que as coisas não são tão fáceis quanto no início. Poderosas forças internas e externas se levantam contra a sua intenção. É que não basta apenas restabelecer o antigo estado espiritual, o qual, apesar de suas virtudes, acabou sendo engessado por um certo formalismo religioso. O cristão sabe que a única saída agora é perseguir uma experiência espiritual mais profunda, sem precedentes na história da sua vida. Ele parece se encontrar em um novo momento de decisão, no qual deve optar entre se resignar com sua espiritualidade exaurida, ou lutar para penetrar numa dimensão mais elevada do conhecimento de Deus. 

Um dos personagens que passou por situação, não completamente semelhante à que descrevi, mas um pouco aproximada, foi Moisés. Após ter passado quarenta dias no Monte com Deus, ele desceu com as tábuas do Testemunho. Então encontrou o seu povo envolvido numa orgia cultual em honra a um bezerro de ouro. Bastante indignado, ordenou a execução dos idólatras, mas a sua reação não foi suficiente para aplacar a ira divina. Ao saber que Deus não iria mais no meio do povo, Moisés ficou muito perturbado. Parecia que todo seus esforços, desde a saída do Egito até aquele momento, tinham sido em vão. O recurso da intercessão surge-lhe então como instrumento eficiente para resolver a crise. 

Um fato curioso no relato bíblico é que, durante a sua desesperada intercessão pelo povo, Moisés fez a Deus um incrível pedido: "Rogo-te que me mostres a tua glória" (Êxodo 33:18). O que é a glória de Deus? É a sua realidade íntima e profunda, seu caráter, a sua forma de relacionar-se com as suas criaturas. Moisés queria contemplar a Deus em todo seu poder e majestade.

Mas a pergunta que deve ser respondida é essa: Por que Moisés quis ver a glória de Deus? A resposta é que ele estava psicologicamente instável naquele momento. A simples imaginação de que ele iria ter de liderar milhões de pessoas sem a presença da "shekinah" de Deus lhe causava uma angustiante sensação de desamparo. A única coisa capaz de acalmar o seu espírito seria obter da parte de Deus um sinal inequívoco do seu favor e graça. Ele tinha de assegurar-se de que a presença de Deus continuaria com ele, Arão e Josué. Por isso pediu que Deus se manifestasse em pessoa, em toda a sua glória. Como sabemos, esse pedido foi atendido apenas parcialmente, pois Deus permitiu que Moisés o visse apenas de relance, "pelas costas". Naquela breve visão de Deus "pelas costas", Moisés compreendeu que a glória do SENHOR é revelada através de sua misericórdia, graça, compaixão, fidelidade, perdão e justiça. Ele assimilou o mais importante: a visão do amor de Deus.

Apesar de Deus ter manifestado uma ínfima fração da sua glória, podemos ter certeza de que essa experiência teve um tremendo impacto em Moisés, proporcionando-lhe uma compreensão mais ampla da natureza divina. Obviamente não julgo adequado que reivindiquemos esse mesmo tipo de revelação direta, mas considero necessário que nunca estejamos satisfeitos com aquilo que já conhecemos pessoalmente a respeito de Deus. Creio, inclusive, que situações angustiantes surjam justamente para nos impelir a perseguir níveis mais elevados de espiritualidade. 

Não tenho muita base escriturística para dizer isso, mas aparentemente existe evidência de que o cristão costuma se defrontar com um segundo ponto de virada, anos depois da conversão, no qual deve decidir se permanecerá estacionário ou se apresentará diante de Deus como o filho que almeja uma manifestação mais sublime da glória divina. Enquanto na conversão o crente é praticamente arrastado pelo poder da graça divina, nesse segundo momento a maior parte do esforço deve vir dele mesmo, e não de Deus. Quando criança somos ajudados, mas quando chegamos à fase adulta, a decisão e a iniciativa deve ser nossa. Deus quer que cheguemos a um novo estágio de espiritualidade, mas agora, tal conquista depende, em grande medida, do nosso próprio esforço de buscá-lo ávidamente, com todo o nosso coração e com todas as nossas forças.

Senhor, mostre-me a tua glória!

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Transtornos de ansiedade: Quando a ciência falha, Cristo garante a cura.



Por Cristiano Santana

Acabei de assistir à serie "Obsessed" transmitida pela A&E Network. Essa série descreve a luta real e o tratamento de várias pessoas contra os transtornos de ansiedade, incluindo transtorno obssessivo-compulsivo, transtornos sociais, alimentares e vários outros da mesma ordem. Segundo o documentário, a ansiedade é a doença mental mais comum do mundo, afetando cerca de 3,3 milhoes de americanos. Apresento resumidamente alguns casos:
  • Scott é germófobo, ou seja, tem medo de germes. Por isso lava as mãos 30 vezes ao dia, e não tem latas de lixo em casa. Ele também organiza suas camisas por cores no armário.
  • Nicole não suporta estar perto de pessoas que estejam com as mãos abertas e proíbe sua mãe de pronunciar qualquer palavra que tenha a letra "k". Também tem pavor de ser tocada por alguém.
  • Trina tem pensamentos ruins. Ela sempre acha que vai matar alguém. Por isso não fica perto de armas ou facas.
  • Rick se exercita 50 vezes por semana, 7 vezes por dia, por causa do seu medo de adoecer e morrer. Ele também toma um coquetel de dezenas de pílulas por dia sem necessidade alguma.
  • Karen também tem medo da morte. Além disso, não consegue ficar em ambientes escuros. Por causa do receio de ser atacada por um estranho, ela checa toda casa antes de dormir: debaixo da cama, armários,atrás do espelho, etc.
  • Russ é um acumulador. Ele não consegue se desfazer de objetos que tenham algum valor sentimental. Por isso é praticamente impossível andar dentro da sua casa, entulhada de objetos por todos os lados.
  • Todd tem tricotilomania que é a mania de arrancar pêlos do corpo.
  • Christa fica seis horas por dia, em frente ao espelho, arrancando pedaços da pele do rosto com uma pinça. Por causa da sua compulsão seu rosto sempre está cheio de feridas e curativos.
  • Nidia não gosta de se sentir suja. Ela lava as mãos 100 vezes ao dia e tem medo de evacuar. Depois de ir ao banheiro, ela toma um banho que dura entre uma e três horas. O seu ritual de limpeza inclui a utilização de um enema para limpar o intestino e uma escova de dente para alcançar lugares no reto, inacessíveis à sua mão.
As pessoas acima mencionadas são submetidas à terapia cognitivo-comportamental que dura 12 semanas, aplicada por psicólogos clínicos. A evolução do tratamento de cada paciente é documentada, sendo que o método mais utilizado pelos especialistas foi a exposição, que consiste em expor o paciente ao ambiente ou situação que lhe causa ansiedade, promovendo assim o que é chamado de dessensibilização. O germófobo, por exemplo, é exposto a ambientes sujos; o claustrofóbico, a ambientes fechados; o acumulador é desafiado a desfazer-se de vários objetos, até que o medo até reduzido.

O espectador, ao assistir tal documentário, espera sempre resultados positivos e duradouros. De fato, percebe-se que os especialistas conseguiram bons resultados com a abordagem cognitivo-comportamental, reduzindo o nível de intensidade das compulsões, mas fica evidente que os avanços foram bastante limitados.

Alguns pacientes simplesmente abandonaram o tratamento, como o Rick e o Todd, por exemplo. Outros pacientes progrediram bastante, mas depois voltaram às suas manias. Quanto ao restante, eu realmente não sei se eles mantiveram a mania sob controle até o dia de hoje.

Assistir a esse programa somente aumentou a minha convicção de que a alma humana ainda é um profundo mistério para a ciência. Alguns tipos de comportamentos, manias, vícios, compulsões, etc., parecem ser terrivelmente resistentes a qualquer tipo de tratamento médico ou psicológico. São como monstros internos que só podem ser amansados por um curto período de tempo, mas depois irrompem das câmaras escuras do ser para escravizar novamente o ser humano.

Creio que alguns tipos de desordens têm fundo espiritual, e estão intimamente conectados ao problema do pecado original. Parece que cada um de nós tem a propensão de sofrer com algum tipo de vício ou mania, especialmente quando estamos alienados da graça de Deus. Alguns são portadores de manias mais brandas, outros, de transtornos mais severos.

Para a maior parte desses casos, creio que só Jesus Cristo é capaz de proporcionar a verdadeira cura. Lembro-me do caso do endemoniado gadareno (Marcos 5.1-20). Diz-nos a Bíblia que ele se feria com pedras. Não seria essa autoflagelação uma compulsão que aquele pobre homem era incapaz de evitar? O relato histórico nos diz que Jesus Cristo curou aquele homem completamente, libertando-o instantamente do seu comportamento autodestrutivo, sem terapia e sem a psicanálise freudiana. Bastou apenas a aplicação do poder libertador do Espírito Santo. Não quero dizer com isso que todo transtorno de ansiedade é causado por demônios. Existem muitos comportamentos que se instalam na pessoa por causa de um trauma na infância, por exemplo. O problema é que alguns comportamentos enraizam-se de tal forma na estrutura da "psique" humana, que só um milagre é capaz de libertá-las. O nome desse milagre é: NOVO NASCIMENTO.

Também não pretendo desqualificar os esforços científicos no tratamento dos transtornos de ansiedade. O homem sempre tem de avançar no conhecimento dos complexos mecanismos comportamentais e cognitivos que moldam a personalidade humana. Mas considero necessário que os especialistas sempre tenham consciência de que a mente humana é um universo infinito, incapaz de ser decifrado pelo próprio homem, e de ser controlado completamente através de ferramentas cognitivas ou pílulas milagrosas. Só existe um Ser que é capaz de vasculhar toda a imensidão da mente e de encontrar o exato ponto que necessita de um ajuste: Deus, o criador da alma humana.
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Políticos evangélicos: representantes do povo de Deus ou dos partidos?


Por Cristiano Santana

A história é sempre a mesma. A cada eleição, milhares de evangélicos se candidatam a algum cargo político, e a promessa principal que eles fazem é que defenderão, com todas as suas forças, os interesses do povo de Deus. O problema é que o sistema representativo brasileiro, tal como se percebe, transforma o deputado em mandatário dos partidos e não dos seus eleitores. Não existe uma perfeita identidade entre a vontade do governante e do governado. A vontade popular encontra-se canalizada para os partidos políticos, munidos de vastos poderes de representação. Iludem-se aqueles que pensam que o vereador, deputado, senador, etc. desempenha o seu mandado com liberdade e perfeita autonomia. Todos eles têm de obedecer aos programas políticos de seus partidos, sob pena de serem punidos, ou até mesmo expulsos. O fato é que, quando pensamos que estamos votando no candidato, na verdade o nosso voto está indo para o partido, o qual detém efetivamente o poder.

Um escritor que descreveu com precisão essa usurpação do mandato pelo partidos é Paulo Bonavides, em seu livro "Ciência Política":

O Estado social consagra pois corajosamente a realidade partidária. Tanto na democracia como na ditadura, o partido político é hoje o poder institucionalizado das massas. Em verdade, todo o consentimento das massas, manifesto ou presumido, consoante a ordem política seja livre ou autoritária, há de circular sempre através de um órgão ou poder intermediário, onde corre porém o risco de alienar-se por inteiro. Esse órgão vem a ser o partido político.

Esse autor também aponta, de forma brilhante, a tendência que os partidos têm de trair a vontade do eleitor, para depois impor o que ele chama de "didatura invisível dos partidos":

No seio dos partidos forma-se logo mais uma vontade infiel e contraditória do sentimento da massa sufragante. Atraiçoadas por uma liderança portadora dessa vontade nova, estranha ao povo, alheia de seus interesses, testemunham as massas então a maior das tragédias políticas: o colossal logro de que caíram vítimas. Indefesas ficam e a democracia que elas cuidavam estar segura e incontrastavelmente em suas mãos, escapa-lhes como uma miragem.

A ditadura invisível dos partidos, já desvinculada do povo, estende-se por outro lado às casas legislativas, cuja representação, exercendo de fato um mandato imperativo, baqueia de todo dominada ou esmagada pela direção partidária. O partido onipotente, a esta altura, já não é o povo nem a sua vontade geral. Mas ínfima minoria que, tendo os postos de mando e os cordões com que guiar a ação política, desnaturou nesse processo de condução partidária toda a verdade democrática. 

A disciplina política no interior dos partidos sobre o comportamento externo dos seus membros nas casas legislativas se vai tornando cada vez mais efetiva, com base numa legislação que entrega juridicamente o Estado aos partidos.

Conclui-se, portanto, que nenhum candidato é capaz de garantir que defenderá todos os interesses dos seus eleitores, sejam evangélicos ou não. Se eleito, ele não estará comprometido apenas com aqueles que lhe confiaram o mandato, mas também com a ideologia do seu partido. Assim, será obrigado a acompanhar as decisões partidárias e aceitar negociaçoes que se estabelecem nas casas legislativas, mesmo contra sua orientação ético-religiosa.

A vontade do político flutua junto com a vontade do partido. Isso justifica a constante apreensão que os evangélicos manifestam com relação a projetos de lei que tramitam no congresso, sobre temas como: aborto, homosexualidade, etc. Não é possível ter certeza de que, daqui a seis meses, o posicionamento da bancada evangélica será o mesmo quanto a essas matérias. Há o receio de que a opinião dos parlamentares evangélicos seja muito volátil, instável. Uma simples negociação entre os partidos, que contemple os interesses de ambos os lados, de repente pode fazê-los mudar de idéia, permitindo, consequentemente, a aprovação de leis imorais. 

Finalizando, segue meu conselho. Se algum candidato disser que será o defensor inflexível dos interesses do povo evangélico, não confie muito nele.
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Chamados por Deus: a ilusão dos que esperam glória e exaltação



Por Cristiano Santana

"Paulo, chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo" (I Co 1:1).

Quando alguém, inspirado pelo Espírito Santo, se aproxima de um cristão e diz "Deus tem um chamado na sua vida", o que recebe a mensagem se estremece por dentro e por fora, indagando-se ao mesmo tempo sobre a natureza do comissionamento que lhe foi atribuído. O fato é que, em certos contextos, o chamado de Deus é visto como uma vocação revestida de glamour, capaz de elevar aquele que o recebe a um nível de autoridade espiritual e dignidade superior ao de outros mortais. Ser chamado por Deus significa, nessa perspectiva, receber atribuições da mais alta importância, delegadas a pouquíssimas pessoas e que trazem consigo diversos privilégios. Um pouco de reflexão mostrará que esse conceito de chamado é mais um dos grandes equívocos da cristandade moderna.

Em várias de suas epístolas, principalmente na saudação inicial, Paulo procura infatizar a origem divina de sua vocação apostólica (1Cor 1:1; Gl 1.1,15; 1Tm 1.11). Qual é a razão por trás dessa postura sistemática? A resposta é que muitos punham em dúvida a legitimidade do seu apostolado. A principal contestação é que Paulo não tinha sido testemunha dos fatos que envolveram o ministério terreno de Jesus Cristo, desde o batismo de João até a sua morte e ressureição. Ademais, os seus detratores se apoiavam em várias de suas supostas deficiências, como a oratória medíocre e a "presença fraca e desprezível", por exemplo.

Sobressai aqui uma primeira verdade sobre o chamado de Deus. Não há garantia alguma de aquele que é vocacionado gozará de uma aceitação e reconhecimento plenos. Paulo sofria com isso, assim como outros cristãos na atualidade. O problema é que a coletividade costuma elaborar um estereótipo, o paradigma que servirá para dizer se alguém tem os atributos necessários para assumir certa posição dentro de uma organização. Criaram um modelo de apóstolo na época de Paulo. Também o evangelicalismo moderno tem criado outro de pregador, cantor, pastor, etc., e se alguém não se encaixa no padrão é descartado pelo sistema.

Quais são as "qualidades" que hoje definem alguém como portador do chamado divino? Transigência com o pecado, vida financeiramente próspera, forte marketing pessoal, pregação espetaculosa, boa aparência, excelente oratória, subserviente, bajulador, etc. Não quero generalizar dizendo que é assim em toda igreja, mas arrisco-me em dizer que os requisitos que acabo de listar já são norma em muitas. Como consequência, os não-chamados ocupam posições estratégicas na igreja unicamente porque se adaptaram a um padrão carnal e mundano de virtudes, enquanto que os verdadeiramente chamados são deixados à margem, principalmente por que representam certa ameaça ao "status quo". Foram muitas as dificuldades que Paulo encontrou para ser aceito como apóstolo na igreja primitiva. A mesma situação é enfrentada atualmente por aqueles que tem  algum tipo de vocação.  

Outro fato curioso é sobre a natureza do chamado de Paulo. Ele não foi vocacionado para ser chefe dos apóstolos, embaixador de estado, "pop star" do mercado evangélico ou coisa parecida. As palavras de Cristo que resumem muito bem a finalidade do comissionamento de Paulo são essas: "E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome" (Atos 9:15). O apóstolo dos gentios foi chamado para anunciar a mensagem de salvação, mas para tanto teve de receber no próprio corpo as marcas de Cristo, a saber, pedradas, chicotadas e diversos outros danos que lhe afligiam física e psicologicamente.

O chamado de Deus quase sempre é um chamado para o sofrimento. A história da igreja atesta essa verdade, haja vista os milhares de mártires que morreram em nome de Cristo queimados, enforcados, dilacerados por feras ou mutilados em terríveis máquinas de tortura. Além disso podemos ser chamados para desempenhar tarefas que, apesar de serem muito simples, não deixam de ter importância para Deus. Há aqueles que recebem o chamado para cuidar dos doentes, outros para aconselhar os inexperientes. Uns para visitar os presos, outros para consolar os aflitos. Nesse sentido, ser chamado não implica em ser designado para realizar coisas grandiosas diante de Deus e dos homens. O fato é que há milhões de cristãos que foram chamados por Deus para desempenhar algum ministério específico que agora estão no mais completo anonimato, longe dos holofotes da fama, mas que receberão galardões incalculáveis.

Apresentados os aspectos mais importantes do chamado divino, finalizo advertindo que ninguém se iluda quando ouvir essa frase: "Deus tem um chamado em sua vida". Conforme expus acima, esse comissionamento não trás consigo promessas de glórias terrenas, mas apenas de eternas. 

Importante também é que cada um reconheça o chamado de Deus em sua vida, vocação esta que não depende da autenticação humana, e se esforçe em cumprir aquilo que lhe foi determinado pelo Senhor, seja tarefa pequena ou grande, pois o nosso galardão está nos céus.
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Igreja: quando a comunidade viva se degenera em sociedade morta


Por Cristiano Santana

Quando Ferdinand Tonnies, durante a década de 1880 dedicou-se à redação de seu livro intitulado Comunidade e Sociedade, ele pôde se apoiar nas numerosas inovações conceituais e descobertas téoricas que a evolução da teoria social depois de Hegel havia produzido.

Para Tonnies "comunidade" designa a forma de socialização na qual os sujeitos, em razão de uma extração comum, de uma proximidade geográfica ou da defesa de valores idênticos, atingiram tal grau de acordo tácito que se relacionam uns com os outros em atitudes de aprovação. Mais tarde Durkheim, de forma aproximada, retorna ao conceito através da chamada "solidariedade mecânica", na qual reina entre os sujeitos uma proporção de unanimidade emocional e cognitiva tal que a integração social pode se efetuar sobre o fundamento sólido de uma consciência coletiva. A comunidade toma a forma de união social na qual os sujeitos mantém, por pontos comuns forjados, relações afetivas mais poderosas que as que existem nas simples relações de direito.

Tonnies contrapõe a "comunidade" o termo "sociedade" que designa as esferas de socialização nas quais os sujeitos se relacionam em nome de considerações racionais e objetivas, dando-se por objetivo a maximização recíproca do proveito individual. Nesse tipo de relação, as diferenças entre os indivíduos são tão grandes que somente a imposição de regras convencionais ou de direito asseguram a integração social. Na sociedade os sujeitos se respeitam mutuamente na qualidade de indivíduos detentores de direitos apenas.

A implicação imediata das definições dadas é que, enquanto a comunidade aproxima as pessoas, a sociedade tende a mantê-las afastadas. A comunidade serve hoje, na maioria das vezes, para fazer sobressair a possibilidade de constituição de um grupo solidário que permita aos sujeitos escaparem do perigo do isolamento social.

Neste momento devemos fazer a seguinte pergunta: idealmente a igreja deve ser uma comunidade ou uma sociedade?

É claro que a igreja tem todos os traços característicos de uma comunidade. Os princípios bíblicos, preconizados pelos cristãos, de amor ao próximo, solidariedade, tolerância, perdão e sobretudo, o de comunhão (koinonia) indicam claramente que a congregação dos santos é, e deveria cumprir o papel de comunidade modelo. Em alguns pontos de sua história a igreja se aproximou bastante desse ideal, principalmente na era apostólica . Mas e hoje? Que tipo de vínculo social se percebe no interior das igrejas? 

A tendência atual é que as igrejas não sejam mais vistas como um lugar que possa acolhar o indivíduo, integrando-o a uma comunidade que possa apoiá-lo material e espiritualmente, fazendo-o sentir que faz parte de uma verdadeira família da fé. O modelo que mais se prolifera atualmente é justamente o da igreja-sociedade ou igreja-associação, uma mera instituição administrativo-burocrática, na qual há uma relação bastante frouxa e fria entre os participantes, considerados, não mais como membros do corpo de Cristo, mas como "colaboradores", "patrocinadores", "sócios", "clientes" ou qualquer outra coisa que indique apenas um relação fundada no interesse. E o interesse é apenas um: satisfazer as necessidades pessoais mais imediatas. Inexiste a preocupação quanto à situação social, psíquica e espiritual daquele que está bem ao lado, durante o culto. O indivíduo pode frequentar essas igrejas por meses sem que percebam que ele existe, aumentando ainda mais a sua sensação de isolamento social.

A igreja-comunidade está entrando em extinção. Infelizmente este versículo representa uma utopia cada vez mais distante:
"E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns." - Atos 4:32
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Acordem cristãos! Não podeis servir a Cristo e a Nietzche!

Por Cristiano Santana

Cada época tem o seu filósofo da moda, e na nossa Nietzche desponta como sendo o predileto de uma legião incontável de fãs, composta por intelectuais e por leigos que querem impressionar com uma fachada artificial de cultura.

Não causa surpresa alguma a existência de tantos admiradores desse filósofo, nesta sociedade que se afasta cada vez mais de Deus, mas o que me causa profundo assombro é saber que há cristãos que se dizem fãs desse declarado inimigo do cristianismo.  Esse pensador dedicou quase toda a vida ao projeto de derribar as colunas mestras da doutrina da salvação e da ética cristã. Então, como é possível ser servo de Cristo e de Nietzche? Um simples resumo de suas veementes críticas contra cristianismo basta para que nos convençamos de que estamos diante do arauto do Anticristo. Aliás, não é por acaso que ele escreveu um livro com este nome!

Para Nietzche a bondade cristã é um medicamente danoso, pois privilegia a fraqueza. Referindo-se, de forma desdenhosa, às bem-aventuranças do sermão da montanha, ele diz:

"Só os desgraçados são bons; os pobres, os impotentes, os pequenos, são os bons; os que sofrem, os necessitados, os enfermos, são os piedosos, são os benditos de Deus; só a eles pertencerá a bem-aventurança; pelo contrário, vós, que sois nobres e poderosos, sereis por toda a eternidade os maus, os cruéis, os cobiçosos, os insaciáveis, os ímpios, os réprobos, os malditos, os condenados…"

O cristianismo, com sua moral do amor ao próximo, humildade e obediência, significa para Nietzsche, no geral, uma vitória da moral do escravo, com a conseqüência de que naturezas fortes, que continuam existindo, são forçadas a fazer toda a sorte de concessões, dissimulações, distorções e posturas indiretas, para poderem exercer a sua força. O terceiro capítulo, onde se descrevem gênese e corporificações dos ideais estéticos, é um exemplo para o mascaramento da força em um culto religioso da humildade" (SAFRANSKI, 2001, p. 277).

Para esse pensador, o cristianismo era o mal absoluto, o câncer da humanidade:

"O que é o bem? Tudo aquilo que eleva no homem o sentimento de poder: a vontade de poder o poder em si mesmo. O que é o mal? Tudo aquilo que nasce da fraqueza. O que é mais nocivo do que o vício? Piedade ante todos os fracassos e debilidades. Isso é o Cristianismo. Cristianismo é a religião da piedade. somos privados de toda força quando sentimentos compaixão." 

Após declarar a morte de Deus, em seu livro "Assim falou Zaratrusta",  o filósofo tentou colocar em prática o seu projeto de preencher o vazio deixado pela ausência do Ser Supremo através da doutrina do super-homem. Já que a sociedade, dominada pela ciência, não dependia mais da existência do Deus benevolente dos  cristãos, o homem teria de trilhar o seu próprio caminho, na mais absoluta liberdade. O homem superior teria de superar suas próprias limitações. Nietzche tentou preparar o mundo ético do novo homem através do  projeto que ele chamou de "a transvaloração de todos os valores" que consistia na substituição de todos os absolutos morais, que reinavam até então, por princípios regulados pela "vontade de poder".   

Não há espaço aqui para refutar todas essas acusações contra o cristianismo, mas é preciso ressaltar que as críticas de Nietzche não foram dirigidas contra um cristianismo que tinha se degenerado no frio ambiente espiritual da Europa do Século XIX. Ele não estava protestando contra a perda da essência daquilo que Cristo tinha ensinado. Ele não procurava revelar o verdadeiro cristianismo. Ele era o inimigo consciente do cristianismo naquilo que lhe era mais original, que refletia a exata doutrina de Cristo e dos apóstolos, com seus princípios de amor ao próximo, da necessidade de arrependimento, da humildade, etc.  

Vários estudiosos afirmam que o colapso mental de Nietzche, aos 44 anos de idade, que o levou a completa loucura até a morte, foi resultado do caminho filosófico que ele próprio traçou, em sua tentativa de "transvalorar" todos os valores, isto é, inaugurar uma ética que não necessitasse mais de um fundamento judaico-cristão. Segundo afirmam, ele simplesmente não aguentou a enorme pressão que se formou dentro de si. Por isso, acabou refugiando-se na própria loucura. Triste fim.

Mas a pergunta vêm novamente à tona: o que se passa na cabeça de um cristão que se declara fã de Nietzche?  Inegável que ele tratou de temas interessantes como o devir, o mundo como processo, o  pensamento pré-socrático, a valorização da arte, etc. Mas isso serve de justificativa para o cristão ter carteira do clube do super-homem nietzschiano?
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