INTRODUÇÃO:
A necessidade de auto-afirmação, a busca pelo sucesso, a hipervalorização do eu, o apego desmedido aos bens materiais, são valores que isolam cada vez mais o homem dentro de si mesmo, afastando-o da experiência maravilhosa da amizade. Como considerar feliz um homem que não possui pelo menos um verdadeiro amigo? Infelizmente, nesta sociedade pós-moderna, criou uma nova definição para a amizade: "Meu amigo é o meu dinheiro". Há outros também que abandonaram a amizade dos homens e agora declaram que o verdadeiro é o animal de estimação que possuem, o que demonstra uma total descrença na existência de uma virtude que caracteriza maravilhosamente o homem em seu aspecto social.
A necessidade de auto-afirmação, a busca pelo sucesso, a hipervalorização do eu, o apego desmedido aos bens materiais, são valores que isolam cada vez mais o homem dentro de si mesmo, afastando-o da experiência maravilhosa da amizade. Como considerar feliz um homem que não possui pelo menos um verdadeiro amigo? Infelizmente, nesta sociedade pós-moderna, criou uma nova definição para a amizade: "Meu amigo é o meu dinheiro". Há outros também que abandonaram a amizade dos homens e agora declaram que o verdadeiro é o animal de estimação que possuem, o que demonstra uma total descrença na existência de uma virtude que caracteriza maravilhosamente o homem em seu aspecto social.
Diante dessa distorção do conceito de amizade, e também, devido ao ceticismo quanto à possibilidade de sua existência, torna-se necessário descrever aqui a essência dessa virtude. Talvez lendo este artigo, o leitor possa identificar-se numa relação de verdadeira amizade, e assim, concluir pela sua faticidade. Ou, o que é pior, possa descobrir-se numa relação artificial, aparentemente de amizade, mas baseada em fatores outros tais como: o mero interesse, a bajulação, a utilidade, o prazer,etc. É possível também que mesmo persista no seu ceticismo, depois da leitura do que a define e a caracteriza, por considerá-la uma ideal elevado demais.
DEFINIÇÃO DE AMIZADE
A amizade, em geral, significa a comunidade de duas ou mais pessoas ligadas por atitudes concordantes e por afetos positivos. Segundo Aristóteles, em sua obra Ética a Nicômaco, a amizade é o que há de mais necessário à vida, já que os bens que a vida oferece, como riqueza, poder, etc, não podem ser conservados nem usados sem os amigos. A amizade deve ser distinguida das duas coisas com as quais parece ter mais afinidade: amor e benevolência. Distingue-se do amor porque este é semelhante a uma afeição; a amizade a um hábito. De tal modo que o amor também pode dirigir-se a coisas inanimadas, ao passo que corresponder ao amor, que é próprio da amizade implica uma escolha que provém de um hábito. Além disso, o amor é acompanhado por excitação e desejo, que são estranhos à amizade; além disso, diferentemente da amizade, é provocado pelo prazer causado pela vista da beleza. A amizade distingue-se também da benevolência porque esta também pode dirigir-se a desconhecidos e permanecer oculta: o que não acontece com a amizade.
A amizade, em geral, significa a comunidade de duas ou mais pessoas ligadas por atitudes concordantes e por afetos positivos. Segundo Aristóteles, em sua obra Ética a Nicômaco, a amizade é o que há de mais necessário à vida, já que os bens que a vida oferece, como riqueza, poder, etc, não podem ser conservados nem usados sem os amigos. A amizade deve ser distinguida das duas coisas com as quais parece ter mais afinidade: amor e benevolência. Distingue-se do amor porque este é semelhante a uma afeição; a amizade a um hábito. De tal modo que o amor também pode dirigir-se a coisas inanimadas, ao passo que corresponder ao amor, que é próprio da amizade implica uma escolha que provém de um hábito. Além disso, o amor é acompanhado por excitação e desejo, que são estranhos à amizade; além disso, diferentemente da amizade, é provocado pelo prazer causado pela vista da beleza. A amizade distingue-se também da benevolência porque esta também pode dirigir-se a desconhecidos e permanecer oculta: o que não acontece com a amizade.
A amizade é, certamente, uma comunidade no sentido de que o amigo se comporta em relação ao amigo como em relação a si mesmo. Ela é tão mais forte quanto mais coisas comuns houver entre iguais. Há também tantas amizades quantas são as formas do amor: entre pai e filho, entre jovem e velho, entre marido e mulher.
A amizade fundada na utilidade ou no prazer está destinada a acabar quando o prazer ou a utilidade cessarem, a amizade fundada no bem é a mais estável e firme, portanto a verdadeira amizade. Essa análise de Aristóteles, a mais completa e bela que em filosofia já se fez sobre o fenômeno da amizade, apóia-se nos seguintes pontos:
1 - a amizade é uma comunidade ou participação solidária de várias pessoas em atitudes, valores ou bens determinados;
2 - está ligada ao amor, tem formas semelhantes, mas não se identifica com o amor;
3 - aproxima-se mais da benevolência e, por isso, está vinculada aos afetos positivos, que implicam solicitude, cuidado, piedade, etc.
Assim, segundo Aristóteles, a amizade é mais ampla do que o amor, que é limitado e condicionado pelo prazer da beleza. E é diferente do amor pelo seu caráter ativo e seletivo,pelo que Aristóteles diz que o amor é uma afeição, isto é, uma modificação sofrida, ao passo que a amizade é um hábito (assim como hábito é a virtude), isto é, uma disposição ativa e compromissiva da pessoa.
Na verdadeira amizade o amigo é visto como uma espécie de alter ego, ou seja, o amigo é visto como uma espécie de "outro si". É preciso estabelecer se o amigo é visto a partir de mim como um segundo eu. Se esse modo de amar não servir de modelo à amizade, jamais se poderá ser um verdadeiro amigo, pois um amigo verdadeiro é para o seu amigo um segundo ele próprio. Aqui a amizade aparece como uma transferência de mim ao outro.
A amizade é um sentimento de certa forma desinteressado. A questão não é só de benefício ou de benevolência recíprocos, mas de um bem que se quer ao outro em virtude do que ele é por si.
CONCLUSÃO
Certamente alguns continuarão a duvidar da existência de uma amizade verdadeira, por considerá-la um relação impossível nesta sociedade corrompida. É elevada e nobre demais para materializar-se entre os degenerados seres humanos. Um outro terá a sua convicção fortalecida a respeito da possibilidade de sua realização entre os mortais. O autor deste artigo, por sua vez, continua depositando sua esperança na capacidade que o homem tem de eleger alguém como o seu outro e cantar com Milton Nascimento: "Amigo é coisa para se guardar. Debaixo de sete chaves. Dentro do coração".
Também não se pode discordar do que diz as Sagrada Escrituras:
"O homem de muitos amigos deve mostrar-se amigável, mas há um amigo mais chegado do que um irmão." (Provérbios 18:24).
Oportuno lembrar também o maior exemplo de amizade registrado na Bíblia e que infelizmente tem sido mal interpretado por mentes perversas:
Oportuno lembrar também o maior exemplo de amizade registrado na Bíblia e que infelizmente tem sido mal interpretado por mentes perversas:
Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou como a sua própria alma. (I Samuel 18.1)
Aqui surge novamente a pergunta que no início foi feita: Como é possível ser feliz sem ter amigos?
Viva à amizade.
Bibliografia:
Ética a Nicômaco, Aristóteles
Dicionário de Ética e Filosofia Moral - Canto-Sperber, Monique
Dicionário de Filosofia - Abbagnano, Nicola
Bíblia Sagrada
Viva à amizade.
Bibliografia:
Ética a Nicômaco, Aristóteles
Dicionário de Ética e Filosofia Moral - Canto-Sperber, Monique
Dicionário de Filosofia - Abbagnano, Nicola
Bíblia Sagrada
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